Corrigir texto

Se você encontrou algum erro nesta notícia, por favor preencha o formulário abaixo e clique em enviar. Este formulário destina-se somente à comunicação de erros.

Política Monetária

- Publicada em 10 de Janeiro de 2017 às 20:23

Mercado prevê corte de 0,5 ponto no juro

O Banco Central (BC) deve acelerar o corte da taxa básica de juros. Apesar de o Palácio do Planalto torcer para que a tesourada na Selic seja de 0,75 ponto percentual, os diretores do BC devem optar por um corte menor, de 0,5 ponto percentual - o que levaria a Selic a 13,25% ao ano -, seguindo a expectativa da maioria dos economistas do mercado financeiro.
O Banco Central (BC) deve acelerar o corte da taxa básica de juros. Apesar de o Palácio do Planalto torcer para que a tesourada na Selic seja de 0,75 ponto percentual, os diretores do BC devem optar por um corte menor, de 0,5 ponto percentual - o que levaria a Selic a 13,25% ao ano -, seguindo a expectativa da maioria dos economistas do mercado financeiro.
Nos dois últimos encontros do Copom, em novembro e outubro, a instituição promoveu reduções de 0,25 ponto percentual da taxa básica. Para a ala política, o BC teria demorado a reduzir os juros mesmo diante do agravamento da recessão. Quando os cortes foram feitos, não foram na intensidade desejada pelo Planalto. Setores do mercado também criticaram a excessiva "cautela". A visão é de que, com os preços mais controlados e a crise econômica no País, já haveria espaço para cortes em uma velocidade maior.
Desde novembro, o BC vem sinalizando, em suas comunicações, que tende, de fato, a promover cortes maiores a partir deste mês. Entre os economistas do mercado financeiro, a dúvida é se a instituição vai anunciar amanhã uma redução de 0,50 ponto percentual da Selic ou se, por conta da grave crise econômica, fixará uma taxa 0,75 ponto mais baixa.
Na semana passada, instituições como Itaú Unibanco e Banco Fibra mudaram suas projeções para o encontro do Copom, de baixa de 0,50 para redução de 0,75 ponto percentual. Levantamento feito pelo Projeções Broadcast, sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado, com 71 casas, mostra que 65 esperam por redução de meio ponto, cinco por corte de 0,75 e uma por queda de apenas 0,25 ponto percentual. No Relatório Focus, divulgado segunda-feira, as projeções também apontam para um corte de meio ponto.
"O corte de 0,50 ponto da Selic será uma consequência direta da própria comunicação do BC e do fato de que ainda não há projeções (de mercado) apontando mais claramente a inflação no centro da meta em 2017", comentou o economista Mauro Schneider, da MCM Consultores Associados.
A meta de inflação perseguida pelo BC neste ano é de 4,5%, mas há margem de tolerância de 1,5 ponto percentual (índice até 6%). No Focus, a expectativa é de que a inflação oficial, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), termine 2017 em 4,81% - portanto, dentro da margem, mas acima da meta.

Alta no atacado não muda trajetória de queda na previsão de inflação

As altas de preços no atacado dos alimentos in natura, da gasolina, do diesel e do minério de ferro, principalmente, puxaram a aceleração da primeira prévia do Índice Geral de Preços - Mercado (IGP-M) de janeiro. Segundo o superintendente adjunto para Inflação do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (Ibre/FGV), Salomão Quadros, os avanços são normais nesta época do ano e não vão contra o cenário de queda da inflação ao consumidor neste ano.
A FGV informou que o indicador subiu 0,86% na primeira prévia de janeiro, ante avanço de 0,20% na primeira prévia do mesmo índice de dezembro. O IPA-M, que representa os preços no atacado, avançou 1,13%, após alta de 0,30% na primeira prévia de dezembro. "Janeiro é um mês de inflação elevada, com altas sazonais, mas, por conta de fatores próprios deste período, não representa uma mudança na tendência", afirma Quadros.