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conjuntura internacional

- Publicada em 05 de Janeiro de 2017 às 19:10

Azevêdo deve ficar mais quatro anos na OMC

Azevêdo poderá comandar organização até 2021 caso seu nome seja escolhido outra vez

Azevêdo poderá comandar organização até 2021 caso seu nome seja escolhido outra vez


JOSÉ CRUZ/ABR/JC
O brasileiro Roberto Azevêdo deverá ocupar o cargo de diretor-geral da Organização Mundial do Comércio (OMC) por mais quatro anos. A entidade anunciou que foram encerrados os prazos para a apresentação de candidaturas para um novo mandato no comando do comércio internacional. Azevêdo foi o único que se apresentou ao cargo, em um reconhecimento de países ricos e emergentes do trabalho realizado pelo embaixador brasileiro.
O brasileiro Roberto Azevêdo deverá ocupar o cargo de diretor-geral da Organização Mundial do Comércio (OMC) por mais quatro anos. A entidade anunciou que foram encerrados os prazos para a apresentação de candidaturas para um novo mandato no comando do comércio internacional. Azevêdo foi o único que se apresentou ao cargo, em um reconhecimento de países ricos e emergentes do trabalho realizado pelo embaixador brasileiro.
Ele, porém, terá de lidar com dois grandes desafios: a política comercial de Donald Trump e o Brexit, que exigirá a negociação de novos acordos comerciais. Se for eleito uma vez mais, ele ficará no cargo até 2021.
Em uma carta enviada no dia 4 de janeiro a todos os membros da entidade, a direção informou que a única candidatura recebida foi a do brasileiro e que uma decisão precisa ser tomada até maio de 2017. Diplomatas em Genebra admitiram que, diante de sua gestão considerada como positiva, diversos governos optaram por não apresentar concorrentes. Já Brasília deixou claro que iria apoiar Azevêdo em uma nova campanha.
Eleito em 2013 para o cargo e sendo o primeiro brasileiro a ocupar um posto de alto escalão em uma das entidades do sistema de Bretton Woods, Azevedo optou por uma estratégia pragmática para evitar que a OMC fosse ainda mais marginalizada. Ao invés de insistir em concluir a Rodada Doha, lançada em 2001, no mesmo formato fracassado dos últimos anos, o diplomata aceitou o desafio de fechar acordos parciais.
A tática acabou dando resultados. Em sua carta indicando sua intenção de ser mantido no cargo, Azevedo afirmou que acredita que a OMC está hoje em uma melhor situação que estava em 2013 e que isso foi atingido graças à "transparência e ao pragmatismo".
Mas críticos alertam que, até hoje, a OMC não lidou com um dos principais problemas no sistema internacional: o desequilíbrio criado pelos subsídios dados pelos países ricos ao setor agrícola. Se não bastasse, nos últimos anos, a China também passou a ser um dos principais alvos de críticas quanto às distorções no comércio de alimentos.
Mas se os seus primeiros quatro anos exigiram uma adequação da entidade, serão os próximos anos que prometem colocar à prova o sistema. Trump já deixou claro que pretende sair de alguns acordos comerciais, enquanto promete denunciar a China nos tribunais e elevar tarifas. Pequim já respondeu e abriu disputas comerciais contra americanos e europeus diante da recusa desses governos de reconhecer a China como uma economia de mercado.

Toyota também recebe críticas de Trump por intenção de construir fábrica no México

Após criticar as montadoras Ford e a General Motors, o presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump mudou o foco de suas atenções para a japonesa Toyota. Em mensagem no Twitter, Trump criticou a empresas por planejar construir uma fábrica no México e ameaçou cobrar mais impostos sobre a Toyota.
"A Toyota Motor disse que irá construir uma nova planta em Baja, México, de carros Corolla para os Estados Unidos. De jeito nenhum! Construam a planta nos Estados Unidos ou paguem um grande imposto na fronteira", escreveu Trump na rede social.
Mais cedo, o presidente da Toyota, Akio Toyoda havia afirmado que manter um bom relacionamento com Trump é fundamental, demonstrando disposição de trabalhar com o presidente eleito dos EUA após ele ter realizado críticas sobre o plano de montadores norte-americanas de construírem fábricas no México.
Semanas antes das eleições nos Estados Unidos e da vitória de Donald Trump, a Toyota havia divulgado a expansão da produção em uma fábrica já existente no México e, em novembro, a empresa afirmou que investiria US$ 1 bilhão em uma nova fábrica no país. Além disso, a Toyota divulgou, em setembro, que investiria US$ 150 milhões para impulsionar a produção de sua picape, Tacoma, na fábrica de Baja, no México. A empresa afirmou que a nova planta no país produziria cerca de 200 mil Corolla por ano para o mercado dos EUA a partir de 2019.
Toyota afirmou, nesta quinta-feira, antes dos comentários de Trump, que sua empresa está alinhada com a próxima administração dos EUA. "Se você olhar no longo prazo, nós estamos orientados para a mesma direção", disse.

Banco Central mexicano confirma venda de dólares como estratégia para impulsionar peso

O Banco Central do México (Banxico) confirmou que interveio no mercado de câmbio, vendendo dólares para apoiar o peso, após a moeda bater mínima histórica na quarta-feira, a 21,6220 pesos por dólar. Em sua conta no Twitter, o BC disse que, de fato, realizou a operação hoje e que atua de acordo com um comunicado emitido em fevereiro de 2016, no qual o Banxico diz que não descarta a possibilidade de intervir adiante no mercado cambial, "no caso de que se apresentem condições excepcionais".
A corretora Interbam disse que a intervenção do BC levou a taxa até 21,1275 pesos por dólar, o que gerou demanda por dólares, inclusive de companhias que buscam cobrir exposição à moeda estrangeira. Com isso, a moeda recuava a 21,4276 pesos mexicanos por dólar, às 16h10min (de Brasília).
A intervenção do BC mexicano é a primeira em quase um ano para apoiar o peso. A moeda está pressionada diante dos temores de que o governo do presidente eleito dos EUA, Donald Trump, possa impor medidas protecionistas e prejudicar o comércio e o investimento do vizinho.
A mínima história da quarta-feira ocorreu após a Ford Motor anunciar que cancelou os planos para investir US$ 1,6 bilhão em uma nova fábrica no México, após ser alvo de críticas de Trump. A decisão gerou o temor de que outros investimentos sejam desencorajados, o que limitaria uma fonte importante de receita do país.
O Banxico interveio pela última vez no mercado em fevereiro de 2016, quando vendeu US$ 2 bilhões após o peso atingir novas mínimas diante dos preços fracos do petróleo, que prejudicam a balança comercial e a receita do governo federal. Na ocasião, o BC também elevou a taxa de juros e suspendeu leilões de dólares programados, privilegiando intervenções no mercado à vista.
As reservas estrangeiras do México terminaram 2016 em US$ 176,5 bilhões, pouco alteradas em comparação com o fim de 2015. Em nota, o economista Alberto Ramos, do Goldman Sachs, disse que a decisão de intervir foi justificada, já que o peso está excessivamente desvalorizado. Ramos estimou que a taxa de câmbio efetiva real - que leva em conta uma cesta de moedas, o comércio e a inflação - depreciou 41% desde meados de 2013. "A atual fraqueza do peso é sem precedentes fora de uma grande crise e ele também está visivelmente mais fraco que em relação ao nível atingido durante a crise financeira global de 2008-2009", afirmou ele.
O peso mexicano desvalorizou 17% ante o dólar em 2016, diante do crescente déficit comercial, do aumento da dívida pública e do impacto dos preços do petróleo mais baixos. Além disso, a ascensão de Trump e sua vitória eleitoral pressionaram mais a moeda. A preocupação com o impacto da moeda fraca sobre a inflação, que acelerou mais para o fim de 2016, levou o Banxico a elevar os juros cinco vezes em 2016: a taxa de juros no overnight passou de 3,25% para 5,75%.