Corrigir texto

Se você encontrou algum erro nesta notícia, por favor preencha o formulário abaixo e clique em enviar. Este formulário destina-se somente à comunicação de erros.

Comércio Exterior

- Publicada em 02 de Janeiro de 2017 às 19:20

Superávit da balança em 2016 é o maior em 27 anos

País também registrou o maior volume de mercadorias embarcadas

País também registrou o maior volume de mercadorias embarcadas


FÁBIO RODRIGUES POZZEBOM/ABR/JC
A balança comercial brasileira registrou superávit de US$ 47,692 bilhões no ano passado, o melhor resultado da série história, iniciada em 1989. O recorde anterior era de 2006 e somava um superávit de US$ 46,45 bilhões. O montante é resultado de exportações de US$ 185,244 bilhões e importações de US$ 137,552 bilhões no ano.
A balança comercial brasileira registrou superávit de US$ 47,692 bilhões no ano passado, o melhor resultado da série história, iniciada em 1989. O recorde anterior era de 2006 e somava um superávit de US$ 46,45 bilhões. O montante é resultado de exportações de
US$ 185,244 bilhões e importações de US$ 137,552 bilhões no ano.
O saldo registrado no ano passado ficou dentro do intervalo das estimativas realizadas junto a 14 instituições, que variavam de US$ 43,4 bilhões a US$ 48 bilhões. Também ficou acima da mediana de US$ 46,65 bilhões.
No mês de dezembro, o saldo comercial ficou positivo em
US$ 4,415 bilhões. As exportações somaram US$ 15,941 bilhões, e as importações, US$ 11,525 bilhões. O resultado ficou dentro do intervalo das estimativas coletadas junto a 18 instituições. Também ficou acima da mediana apontada pela pesquisa, de US$ 3,7 bilhões. Na quinta semana de dezembro (26 a 31), houve superávit de US$ 1,413 bilhão, com exportações de US$ 3,249 bilhões e importações de US$ 1,836 bilhão. Na quarta semana (19 a 25), o resultado foi positivo em US$ 1,274 bilhão, com vendas ao exterior de US$ 3,907 bilhões e importações de
US$ 2,633 bilhões.
O País também bateu recorde na quantidade de mercadorias exportadas no ano passado. Foram 645 milhões de toneladas, alta de 2,9% em relação a 2015. Foi o sétimo aumento anual consecutivo.
Houve recorde no volume exportado de minério de ferro, óleos brutos de petróleo, açúcar de cana em bruto, celulose, minérios de alumínio e seus concentrados, óxidos e hidróxidos de alumínio, carne de frango, suco de laranja não congelado, polímeros de etileno, propileno e estireno e madeira em estilhas ou partículas. Também foram destaque o crescimento nas exportações de produtos manufaturados como automóveis e aviões. Os automóveis tiveram alta de 44,3%, com 135 mil unidades a mais, e os aviões, aumento de 15,3%, com 34 unidades a mais. Esse desempenho contribuiu para reduzir o déficit comercial de produtos manufaturados, que caiu 40%, para US$ 43,7 bilhões, o menor resultado desde 2009. Em 2015, o saldo havia ficado negativo em
US$ 71,9 bilhões.
Houve queda na quantidade exportada de café em grão, de 9,4%; soja em grão, de 5,4%; semimanufaturados de ferro e aço, de 3,5%; e farelo de soja, de 3%. O destaque negativo nas exportações foram os preços, que caíram 6,2% em média ante 2015. Entre os principais produtos que compõem a pauta de exportações brasileiras, só houve aumento no preço do açúcar em bruto, de 12,3%.
Em 2016, a soja teve o menor preço médio desde 2007; o minério de ferro teve o menor preço desde 2005; e o petróleo em bruto, o menor preço desde 2004. Já as importações registraram recuo de 12,2% nas quantidades e de 9% nos preços ante o ano anterior. O maior destaque foi a queda de 43,1% nas importações de combustíveis e lubrificantes. Também caíram as compras de bens de capital (21,5%), bens de consumo (19,3%) e bens intermediários (14,9%).

Saldo em 2017 deve ficar próximo ao do ano passado, afirma secretário

Abrão prevê crescimento econômico dos principais parceiros comerciais

Abrão prevê crescimento econômico dos principais parceiros comerciais


FÁBIO RODRIGUES POZZEBOM/ABR/JC
A balança comercial deve registrar neste ano um superávit semelhante ao de 2016, de US$ 47,7 bilhões. De acordo com o secretário de Comércio Exterior do Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços (Mdic), Abrão Neto, tanto as exportações quanto as importações devem aumentar neste ano.
"Não vamos fechar uma base de comparação exata ainda. Pode ser acima de US$ 50 bilhões, mas prevemos um patamar semelhante, entre US$ 47 bilhões e US$ 48 bilhões", disse. A projeção leva em conta um câmbio médio de R$ 3,40. No ano passado, a taxa média do dólar foi de US$ 3,48, segundo ele.
O secretário mencionou que o agronegócio deve contribuir para elevar as exportações. A previsão da Conab é de uma safra recorde de 213 milhões de toneladas, alta de 14% em relação ao ano passado. Em relação às commodities agrícolas, Abrão Neto disse que o crescimento na produção mundial de soja e milho pode levar a uma redução nos preços, mas o açúcar deve manter a tendência de alta.
Abrão Neto citou ainda as projeções de organismos como FMI e OMC de aumento do crescimento econômico mundial e do comércio internacional. Principais parceiros comerciais do País, China, Estados Unidos e Argentina devem ter crescimento econômico neste ano.
Também deve ajudar na elevação das exportações o desempenho dos setores automotivo e de carnes. Além disso, deve contribuir para esse desempenho o aumento do número de exportadores brasileiros, que subiu 9,3% em 2016 e atingiu a marca de 22.205 empresas, maior número desde 2004.
Do lado das importações, o secretário disse que a retomada do crescimento da economia brasileira deve elevar a demanda por compras externas. Segundo ele, há uma expectativa de melhora no preço das commodities minerais, o que deve influenciar tanto as exportações, devido ao minério de ferro, quanto as importações, em razão de petróleo e derivados.

Setor de petróleo e derivados registra saldo inédito

Desempenho não deve se repetir neste ano, de acordo com o Mdic

Desempenho não deve se repetir neste ano, de acordo com o Mdic


VISUALHUNT.COM /VISUALHUNT.COM/DIVULGAÇÃO/JC
As vendas de petróleo ao exterior superaram as importações pela primeira vez na história. De acordo com dados do Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços (Mdic), o setor registrou um superávit de US$ 410 milhões no ano passado.
As exportações de petróleo e gás somaram US$ 13,478 bilhões, e as importações, US$ 13,068 bilhões. Na média diária, as exportações do setor caíram 18,7% em relação ao ano passado, mas o recuo das importações foi bem maior, com queda de 41,5% ante 2015.
Em 2015, a conta-petróleo registrou déficit comercial de US$ 5,738 bilhões, com exportações de US$ 16,512 bilhões e importações de US$ 22,250 bilhões.
O primeiro superávit do País na conta-petróleo foi pontual e não deve se repetir, de acordo com o secretário de Comércio Exterior do Mdic, Abrão Neto. "A conclusão é que o superávit de 2016 é conjuntural, não estrutural. No curto e médio prazo o Brasil continuará sendo importador líquido de petróleo e derivados", afirmou Abrão Neto. "Se houver aumento de preços e de importações em razão da retomada da economia, a tendência é que as importações voltem a superar exportações."
O petróleo em bruto atingiu o menor preço desde 2004, com queda de 21,1%, devido ao aumento na produção mundial. Isso causou impacto nas exportações, mas teve peso ainda maior nas importações.
As importações de combustíveis e lubrificantes recuaram 43,1%, também motivadas pela recessão da economia brasileira, que levou à redução no consumo do produto. Já o valor das exportações de petróleo brasileiras teve queda de 14,8%, mesmo com o recorde nas quantidades exportadas, que aumentaram 7,9%.
De acordo com o secretário, a conta-petróleo brasileira é tradicionalmente deficitária desde 1997. Em 2015, o déficit na conta-petróleo atingiu US$ 5,7 bilhões, resultado muito próximo da média, que é negativa em US$ 5 bilhões.
As exceções foram registradas em 2013 e 2014, quando o déficit atingiu, respectivamente, US$ 20,4 bilhões e US$ 17 bilhões. Isso ocorreu devido aos preços elevados, aumento nas quantidades importadas para abastecer usinas termelétricas e frota de veículos recorde, além de redução na produção nacional em razão de manutenção programada em algumas plataformas.