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Porto Alegre, quarta-feira, 18 de janeiro de 2017. Atualizado �s 21h03.

Jornal do Com�rcio

Panorama

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CINEMA

Not�cia da edi��o impressa de 19/01/2017. Alterada em 18/01 �s 17h28min

Dor em fam�lia: Manchester � beira-mar estreia hoje

Casey Affleck e Lucas Hedges contracenam em Manchester � beira-mar

Casey Affleck e Lucas Hedges contracenam em Manchester � beira-mar


SONY/DIVULGA��O/JC
Ricardo Gruner
Os indicados ao Oscar nem foram anunciados, mas Casey Affleck é o favorito ao prêmio de melhor ator. É dele o papel principal no longa-metragem Manchester à beira-mar, com estreia hoje. Por sua interpretação, o artista já tem na bagagem o Globo de Ouro e um destaque no Critic's Choice Awards - mas seu nome é uma constante entre os lembrados para premiações com ganhadores ainda não divulgados, como o Bafta e o prêmio do sindicato dos atores americanos, o SAG Awards.
O filme, entretanto, não tem seus méritos reduzidos à performance do protagonista. Com direção do norte-americano Kenneth Lonergan (Conte comigo), a obra apresenta um drama sensível, longe dos contos de fadas, que trata da dor intransponível e dos limites emocionais e psicológicos.
Affleck encarna Lee Chandler, um zelador que retorna à cidade onde cresceu. A razão da visita é a notícia da morte de seu irmão (Kyle Chandler), com quem o personagem mantinha relação amistosa. Cabe a Lee lidar com os trâmites envolvendo o falecimento e também os cuidados de Patrick, seu sobrinho adolescente (Lucas Hedges, uma revelação). Uma vez na cidade, ele é assombrado por espectros do seu passado - que fizeram ele partir e se afastar da ex-esposa (papel de Michelle Williams).
Escrito pelo diretor, o roteiro aproveita a relação entre tio e sobrinho para abordar a compaixão e também sacrifícios indesejados, mas necessários. Cada um dos parentes tem seus dilemas próprios, com destaque para o primeiro. Lee faz o possível para manter a normalidade na vida de Patrick, embora ele próprio carregue um tipo de frigidez desde que saiu daquela realidade, anos antes.
Manchester à beira-mar não é um dramalhão, embora a sensação de tristeza seja frequente durante as mais de duas horas de narrativa. O que mais emociona na história desenvolvida por Kenneth Lonergan é a simplicidade dos personagens. Não há heróis e tampouco há vilões. Parte do poder do filme está no fato de os protagonistas serem pessoas comuns, que cometem erros e acertos - ora com menores consequências, ora com maiores. Sentimentalismo mesmo só em uma cena na qual a trilha sonora carregada parece entrar só para induzir o espectador às lágrimas.
Casey Affleck (de O assassinato de Jesse James pelo covarde Robert Ford) tem espaço para brilhar. Irmão mais novo de Ben Affleck, o ator interpreta um homem que por vezes parece um fantasma, tamanho o descompasso entre seu estado de espírito e seu porte físico. Sem grandes explosões de emoção, é até de se admirar que seu trabalho esteja sendo tão reconhecido: o artista nem parece estar atuando, o que, paradoxalmente, é o maior elogio que um intérprete pode receber.
Repleta de flashbacks, a montagem salienta como a vida mudou para Lee e sua família. "Existem feridas que não podem ser curadas", salienta o cineasta ao longo do enredo. Entretanto há também as possibilidades de adaptação ou distração, para pelo menos diminuir a dor. É nesse tom humano e realista que o cineasta rege o longa-metragem. A partir de tal construção, a narrativa inclui até graciosidade e pitadas de diversão. Assim como o mar, o cotidiano da dupla central traz tanto surpresas quanto elementos já previstos por ambos.
Além dos prêmios e indicações a Affleck, o longa-metragem tem aparecido com frequência nas listas da "temporada de ouro". No Bafta, o Oscar britânico, o título aparece seis vezes, incluindo a disputa como melhor filme. Entre os finalistas dos prêmios dos sindicatos norte-americanos - considerados a principal prévia ao reconhecimento dado pela Academia -, Manchester à beira-mar também é figura repetida. A associação dos atores, por exemplo, colocou a obra como possível vencedora do melhor elenco, ator, atriz coadjuvante (Michelle Williams) e ator coadjuvante (Lucas Hedges). Já Kenneth Lonergan foi prestigiado tanto pelo sindicato dos roteiristas quando dos diretores.
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