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Porto Alegre, segunda-feira, 09 de janeiro de 2017. Atualizado �s 15h36.

Jornal do Com�rcio

Panorama

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M�SICA

Not�cia da edi��o impressa de 09/01/2017. Alterada em 09/01 �s 16h38min

Primeiro disco de J�piter Ma�� � homenageado no palco do Opini�o

Tributo lembra os 20 anos do disco de estreia de J�piter Ma��

Tributo lembra os 20 anos do disco de estreia de J�piter Ma��


DIVULGA��O/JC
Ricardo Gruner
"Todo mundo que não conhecia o trabalho dele ficou de cara, perguntando 'pode mesmo fazer isso'?". O relato é de Clayton Martin, músico e amigo de Flávio Basso, conhecido como Júpiter Maçã ou Jupiter Apple. O episódio relatado remete a 20 anos atrás, quando Júpiter cravava seu lugar na história do rock brasileiro com seu primeiro disco solo. Batizado A sétima efervescência, o projeto ganha uma celebração ao vivo hoje à noite, na Segunda Maluca.
Um grupo de antigos parceiros artísticos do ícone - falecido em 2015 - sobe ao palco do Opinião (José do Patrocínio, 834) a partir das 22h. Ingressos podem ser adquiridos no local por R$ 25,00 (meia) e R$ 50,00 (inteira). Se comprados antecipadamente nas lojas Youcom, as entradas saem por R$ 35,00.
Um lugar do caralho, Miss Lexotan 6mg garota e Eu e minha ex: todas as faixas constam no repertório do disco, que já pode ser chamado de clássico. "Apesar de retrô, era ao mesmo tempo futurista para a época. O Flávio sempre teve esse apontamento, que é o grande lance dele", afirma Martin, baterista da Cidadão Instigado e com experiências também nas bandas de Bárbara Eugenia e Karina Buhr.
No espetáculo, juntam-se ao baterista os músicos Ray-Z (guitarra e voz), Dustan Gallas (guitarra e voz), Julio Cascaes baixo e voz), Tatá Aeroplano (voz e efeitos) e Astronauta Pinguim (Moog, órgão e theremin). A escalação contempla artistas atuantes na cena nacional que participaram da trajetória de Júpiter - que, antes da carreira solo, fez sucesso com os Cascavelletes. Clayton Martin e Ray-Z, por exemplo, formaram um trio com ele no começo dos anos 2000.
Considerado um marco do rock no Rio Grande do Sul, o artista conquistou seu espaço também em nível nacional. "A sétima efervescência é um disco chave para o Brasil", garante Clayton, que conheceu o colega em 1994 - após seguir uma recomendação do produtor Carlos Eduardo Miranda, o qual falava de um músico que tirava timbres de surf music em uma guitarra rickenbacker e soava parecido com o Pink Floyd. Era uma época em que Flávio Basso se apresentava como Júpiter Maçã & Os Pereiras Azuis, uma fase "meio Jovem Guarda, meio sei lá o quê", nas palavras do baterista.
Já o disco de estreia, poucos anos depois, ganhou o circuito independente ao fazer uma releitura da psicodelia britânica para o Brasil. "Acho que o trabalho do Flávio nos Cascavelletes talvez seja algo muito gaúcho. Mas como Júpiter é 'brazuca' em geral", afirma o amigo.
Egisto Dal Santo, produtor do registro e convidado do show para uma participação especial, lembra do processo por trás da gravação do compacto. Foi um período de transição: "Ele achou um saco o sucesso dos Cascavalletes, não fez bem para a cabeça dele". "Então resolveu criar tudo de novo, e nada mais forte do que mudar o nome", conta.
Como parte desse período de transformações, o artista estava interessado em efeitos sonoros e em sons estranhos e malucos. O produtor já havia trabalhado com proposta semelhante com os Colarinhos Caóticos e foi convidado para auxiliar na empreitada. "Ele queria fazer um disco conceitual, como o álbum da vaca do Pink Floyd", explica, desmistificando: "Flávio era muito intuitivo, mas sabia o que queria, e o disco foi muito planejado". Ao contrário de histórias que circulam de boca em boca, o músico não tinha problemas com bebida naquela época. Os bastidores das gravações, que incluem um pedido de Júpiter para que simulassem o ano de 1968, estarão em livro que Egisto Dal Santo prepara sem pressa.
O produtor também está auxiliando a família do músico na manutenção do acervo. Conforme ele, estão previstos para este ano o lançamento de um CD com uma demo de Júpiter Maçã e Os Pereiras Azuis e de um DVD acústico com uma apresentação ao vivo no Teatro Bruno Kiefer. Os trabalhos devem chegar ao público no primeiro semestre e na metade do ano, respectivamente. A ideia é manter a obra do músico em destaque - algo que Clayton Martins e os integrantes do show-tributo já fizeram em São Paulo, onde o espetáculo foi atração no ano passado. Na plateia, conta o baterista, havia desde fãs chorando até outros com camisetas indicando que Jupiter Apple está vivo.
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