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Empresas & Negócios

- Publicada em 02 de Janeiro de 2017 às 18:02

Voa, borboleta

Tamara Wagner é a responsável pelo trabalho com os jovens

Tamara Wagner é a responsável pelo trabalho com os jovens


JC
Nicole Feijó
"Crianças são como borboletas ao vento, algumas voam rápido, algumas voam pausadamente, mas todas voam do seu melhor jeito." A definição é de Alexandre Lemos, da Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (Apae), e inspirou o nome de uma iniciativa que busca, a partir da fotografia, promover a inclusão social de crianças e adolescentes com qualquer tipo de necessidade especial, o Projeto Borboletas. 
"Crianças são como borboletas ao vento, algumas voam rápido, algumas voam pausadamente, mas todas voam do seu melhor jeito." A definição é de Alexandre Lemos, da Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (Apae), e inspirou o nome de uma iniciativa que busca, a partir da fotografia, promover a inclusão social de crianças e adolescentes com qualquer tipo de necessidade especial, o Projeto Borboletas. 
Com início em agosto de 2014, começou a partir da realização de uma tarde especial no parque Germânia, que reuniu crianças e jovens com diferentes deficiências. Quem estava por trás da ideia era a fotógrafa Tamara Wager, que, além de oportunizar um momento de lazer para as crianças, presenteou os pais com fotos dos seus filhos. Ela lembra que se surpreendeu com o interesse dos pais ao divulgar o evento nas redes sociais e, principalmente no dia do encontro, quando avistou muitas crianças chegando até o parque. O sucesso da primeira tarde incentivou a fotógrafa a dar continuidade à iniciativa e, no ano seguinte, o projeto ganhou o nome de Borboletas.
Nesse período, Tamara também expandiu as ações com a criação de uma promoção de ensaios fotográficos gratuitos para as crianças com as fotos mais curtidas no Facebook. Já durante as tardes especiais, a fotógrafa passou a contar com ajuda de voluntários, das mães das crianças que participavam com frequência e de outras organizações parceiras, como Cataventus, Evolurindo, Liga Heroica e Folia do Coração. "Acho que, quanto mais gente envolvida, melhor, porque as pessoas que são voluntárias nessas causas entram de corpo e alma", avalia Tamara.
Em 2016, o projeto pegou a estrada e chegou a cidades do interior gaúcho, como Farroupilha e Caxias do Sul, e até fora do estado, como São Paulo. Apesar disso, a fotógrafa revela que não consegue estar em todos os locais que demonstram interesse em receber o projeto devido à falta de recursos para as viagens. "Várias cidades pedem que eu leve o projeto, mas as pessoas não sabem que sou só eu. Por isso, agora estou em busca de patrocínio para poder fazer tardes especiais em outros parques pelo Brasil."
Os benefícios do projeto não se resumem às crianças, mas também oportunizam que as mães se encontrem longe de hospitais e terapias, que fazem parte da rotina dos filhos. Cláudia Lacerda, mãe de Caio, diagnosticado com paralisia cerebral, acompanha Tamara em todas as tardes especiais. "O projeto mostra para a sociedade que eles não são apenas crianças com deficiências e tem muito a ver com o que eu tento com o meu filho. Primeiro eles são crianças, com direito e vontade de brincar", defende ela, que se tornou voluntária fixa e palestrante nos encontros.
Para a mãe de Caio, o grande mérito da iniciativa é a visibilidade e o fato de a foto representar o olhar a essas crianças. "Meu filho não tinha fotos lindas, porque os fotógrafos não tinham paciência e tiravam a foto de qualquer jeito." Tamara acrescenta que há muito preconceito e pouca paciência: "Os ensaios têm que ser no tempo deles, porque a maioria dessas crianças não tem controle do tronco, não fixa o olhar, e a cabeça pende". Cláudia afirma que faltam projetos que tenham um impacto efetivo, assim como o Borboletas. "Acho que o que tem em inclusão ainda é excludente. Eu não quero benefícios para o Caio, mas sim os seus direitos de criança." 
A última tarde de 2016, diferentemente das outras, aconteceu dentro de uma instituição, o Educandário São João Batista, associação beneficente que funciona como escola e centro de reabilitação para crianças com deficiências físicas múltiplas. Ao todo, o local atende 34 crianças na escola e 184 beneficiários em atendimentos da clínica, como fonoaudiologia e fisioterapia. A instituição, mantida principalmente por doações da comunidade, funciona de segunda a sexta-feira, nos períodos da manhã e da tarde, concluindo uma média de 50 atendimentos diários. "Projetos com o da Tamara fazem a gente perceber o quão importante é o trabalho que o educandário faz, porque existe uma demanda a ser atendida", ressalta Priscila Gauto, relações públicas do local.
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