Antes de participar de um jantar, ontem, na residência oficial do presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM) - também citado na delação da Odebrecht -, o presidente Michel Temer (PMDB) convocou uma reunião de emergência no Palácio do Jaburu com aliados próximos. Participaram o ministro-chefe da Casa Civil, Eliseu Padilha (PMDB), e o secretário de Programa de Parceria e Investimentos (PPI), Moreira Franco (PMDB), que também foram citados nos depoimentos do ex-vice-presidente de Relações Institucionais da Odebrecht Cláudio Melo Filho. O objetivo do governo é reagir mostrando "trabalho", nesta última semana de atividades no Legislativo.
A base aliada de Temer no Congresso Nacional vai reforçar nesta semana as críticas ao vazamento da delação do ex-executivo da Odebrecht. A estratégia é questionar a legalidade da divulgação, o que poderia comprometer a delação, assim como ocorreu com o depoimento do ex-presidente da OAS Léo Pinheiro. Com base nisso, o esforço é para tentar invalidar o depoimento.
Um dos que vão defender essa tese é o presidente do PMDB e líder do governo no Congresso, Romero Jucá (PMDB-RR), citado, assim como Temer, pelo ex-diretor da Odebrecht. O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, anunciou, no sábado, uma investigação sobre o vazamento da delação.