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Opinião

- Publicada em 20 de Dezembro de 2016 às 16:06

Envelhecimento: finanças e dilemas

O envelhecimento ativo da população é uma grande conquista que trouxe consigo novos desafios para a sociedade. Para as pessoas idosas, que cresceram e aprenderam a viver em um mundo bem diferente, o ambiente em que vivemos demanda contínua aprendizagem e adaptação. Em 2016, o Serviço Social do Comércio (Sesc-RS) e a Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Ufrgs) iniciaram uma pesquisa com o objetivo de analisar o comportamento da terceira idade em relação ao consumo e ao endividamento. Ao todo, foram entrevistados 351 idosos em 7 cidades gaúchas.
O envelhecimento ativo da população é uma grande conquista que trouxe consigo novos desafios para a sociedade. Para as pessoas idosas, que cresceram e aprenderam a viver em um mundo bem diferente, o ambiente em que vivemos demanda contínua aprendizagem e adaptação. Em 2016, o Serviço Social do Comércio (Sesc-RS) e a Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Ufrgs) iniciaram uma pesquisa com o objetivo de analisar o comportamento da terceira idade em relação ao consumo e ao endividamento. Ao todo, foram entrevistados 351 idosos em 7 cidades gaúchas.
A pesquisa mostrou que o grupo de idosos que apresenta os sinais de endividamento não difere do outro grupo no que diz respeito à escolaridade, renda e número de filhos. Também não é diferente em relação ao materialismo e ao significado do dinheiro: ambos mostraram uma postura de aversão as "coisas materiais", ou seja, elas não ocupam um lugar de centralidade em suas vidas nem parecem ter tanta importância para aquilo que entendem por felicidade. No entanto uma peculiaridade foi identificada: o grupo de idosos sem indicativos de endividamento mostrou uma capacidade maior de postergar desejos de compra. Quando questionados sobre a capacidade de adiar um desejo para comprar à vista ou para organizar suas contas, o grupo de endividados admitiu problemas.
É importante considerar que existem idosos endividados cuja razão das dívidas não é uma má postura com o dinheiro, mas sim porque estão inseridos em um contexto de muitas desigualdades. Nesse cenário, a educação pode ter um papel essencial, ajudando as pessoas a desenvolver não apenas a sua capacidade de fazer contas, mas também o seu senso crítico acerca das relações sociais nas quais estão inclusas, como um sujeito ciente de seus direitos e deveres. Por esses caminhos transitam os objetivos do Sesc-RS a da Ufrgs, para pensar em ações de educação financeira que considerem as necessidades e especificidades do grupo etário que mais cresce.
Coordenador do Programa
Sesc Maturidade Ativa/RS
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