Segundo declarações da secretária de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável Ana Pellini, o Jardim Botânico de Porto Alegre continuará sendo Jardim Botânico após a extinção da Fundação Zoobotânica, pois ele será considerado patrimônio natural do Estado. Como funcionário da Fundação Zoobotânica prestes a completar 30 anos de serviço, expresso o que realmente é e o que faz um jardim botânico, tendo em vista que a afirmação citada é um equívoco.
Primeiramente, o modelo que visa à extinção de órgãos ambientais é único, não existindo paralelo no mundo. Ao contrário, existem propostas de revigoramento, aparelhamento e ampliação destes.
Em segundo lugar, é preciso esclarecer que os jardins botânicos do Brasil possuem normatização específicas, definidas pela Resolução nº 339, a qual "dispõe sobre criação, normatização e funcionamento dos jardins botânicos". O Jardim Botânico de Porto Alegre obteve, em 13 de janeiro de 2015, enquadramento e certificação no Sistema Nacional de Registro de Jardins Botânicos obtendo a classificação de categoria A, ficando entre os quatro mais importantes do Brasil.
Para a obtenção desta classificação, ele teve que atender aos seguintes requisitos: quadro de pessoal; programas de pesquisa em conservação e educação ambiental; coleções de plantas; herbário próprio; viveiro de mudas nativas; programa de publicação científica; banco de germoplasma; cursos externos; e cooperação com unidades de conservação.
O Jardim Botânico, sem as peculiaridades elencadas, não mais será um jardim botânico, mas apenas mais um parque de lazer de Porto Alegre. E, em 2003, o Jardim Botânico de Porto Alegre, por lei de autoria do deputado Bernardo de Souza, foi decretado "patrimônio cultural do Estado".
Engenheiro agrônomo, analista
do Jardim Botânico