As expectativas para a retomada econômica do Brasil seguem um pouco desanimadoras, e isso afeta diretamente as vendas do varejo. De qualquer forma, o setor sinaliza pontuais avanços e possíveis contratações, especialmente em Porto Alegre. Para a época de Natal, a estimativa é que cerca de 2 mil lojas abram vagas temporárias na Capital. Entretanto, um ponto em especial continua sendo um grande empecilho ao empreendedorismo: o comércio informal. As negociações ilegais entre vendedores ambulantes vão muito além do perceptível a partir da baixa qualidade dos produtos. Esses itens não possuem garantia e, por óbvio, têm uma durabilidade inferior. E quando se compra um produto ilegal, o governo deixa de arrecadar tributos que poderiam ser utilizados para promover políticas públicas de diversas áreas da sociedade, como segurança, saúde, educação e infraestrutura urbana. Os contribuintes precisam ter em mente que adquirir um produto ilegal é crime. É também extremamente injusto com os comerciantes legalizados, já que eles geram oportunidades de trabalho e movimentam a economia o ano inteiro, pagando impostos que ajudam a sustentar uma cidade com serviços básicos para assistir à população. O comércio informal também causa um abuso do trabalho, isto é, pessoas são exploradas e expostas a condições subumanas para produzir de uma forma mais barata e rápida. Nesta cadeia, os produtos são por vezes colocados lado a lado a outros sem procedência. O nosso Centro Popular de Compras (PopCenter) tirou das ruas os comerciantes ilegais e, passados alguns anos, a pouca fiscalização legitimou a volta dessas pessoas às ruas. Neste período do ano, o comércio é amplificado e, por isso, as pessoas gastam mais dinheiro. É, no entanto, uma época em que os comerciantes ilegais se aproveitam do momento para vender produtos piratas. É necessário que órgãos públicos se responsabilizem por inibir essa atuação e que as pessoas se conscientizem que comprar produtos ilegais pode ter uma responsabilidade pela falta de investimentos posteriores em outros setores.
Presidente do Sindilojas Porto Alegre