GeraçãoE foi ao Canadá saber o que os canadenses estão inventando

Toronto é uma cidade que concentra empreendedores


GeraçãoE foi ao Canadá saber o que os canadenses estão inventando

Toronto, no Canadá, tem uma população de cerca de 6 milhões de habitantes. Considerada uma das cidades mais descoladas e cosmopolitas do mundo, acolhe pessoas de várias nacionalidades. O turista que passa poucos dias na região pode identificar uma série de ações empreendedoras. Para mostrar essa pluralidade, destacamos aqui breves histórias de quem está fazendo acontecer no país gelado.
Toronto, no Canadá, tem uma população de cerca de 6 milhões de habitantes. Considerada uma das cidades mais descoladas e cosmopolitas do mundo, acolhe pessoas de várias nacionalidades. O turista que passa poucos dias na região pode identificar uma série de ações empreendedoras. Para mostrar essa pluralidade, destacamos aqui breves histórias de quem está fazendo acontecer no país gelado.

O ponto dos vinis raros

Em uma das regiões mais descoladas de Toronto, em Queen Street West, está a loja de discos de vinil Cosmos Records. Aberta em 1998 pelo japonês criado no Canadá Aki Abe, é especializada em jazz, música brasileira, latina e rock. Aki conta que seu despertar para o empreendedorismo surgiu enquanto passava na frente do ponto comercial.
Ali, funcionava uma fábrica de botas mexicanas. Em meio a uma fumaça de poeira, perguntou se podia comprar o local. "E eles disseram que sim, já na semana seguinte." A operação cresceu e ganhou outras duas filiais. "É como se fosse nossa sala aqui, tentamos fazer os clientes voltarem à década de 1970", expõe. Os LPs, na maioria, são originais.

Velas com suporte estiloso

As velas de Mindi Ferkül, 52 anos, já foram destaque em publicações de decoração do Canadá. Isto porque não se trata de peças simples. A artista e empreendedora cria uma espécie de caixa de cera com laterais em vidro, para que a chama no centro reluza imagens interessantes.
A Kül Werks Candles começou em 1995, como um hobby, e hoje o negócio requer profissionalismo. "É bem corrido, essas coisas exigem tempo. Trabalhamos o ano inteiro para fazê-las e temos que comprar o material, vender e preencher papeladas das feiras", afirma Mindi. Os itens, com imagens manipuladas no computador ou feitas no próprio vidro, são vendidos entre 30 e 40 dólares canadenses.

Casca falsa para os alimentos

Chegou um momento na vida de Toni Desrosiers, 37 anos, em que ela se perguntou: "por que não aproveitar por mais tempo os alimentos descascados?". A partir desse questionamento, decidiu virar empreendedora e lançar uma espécie de casca falsa para pepino, limão, queijo, pão e outros comestíveis.
A empresa Abeego foi aberta em 2008 e hoje exporta para qualquer lugar do mundo. Para o Brasil, o custo do frete, segundo ela, é de 15 dólares canadenses - o produto custa 20 dólares canadenses.
A solução de Toni é feita de cera de abelha. E, diferentemente de papéis e plásticos, permite a transpiração do alimento, evitando que ele resseque. "Como ocorre com as cascas feitas pela natureza", ressalta ela. O item é lavável com água fria, reutilizável por cerca de um ano e totalmente maleável. A Abeego é produzida em cinco tamanhos diferentes e vendida em embalagens com medidas variáveis. Site: abeego.com

Luvas e enfeites de Natal sustentáveis

O que diferencia as luvas e os enfeites para árvores de Natal produzidos por Sarah Ottewell, 39 anos, é o fato de tudo ser feito com blusões velhos. Como diz o nome de sua marca, SLO Handmade with Love, criada em 2006, a empreendedora escolheu trilhar o caminho dos negócios pelo amor às sobras.
"Eu trabalhava em uma loja, há muito tempo. Nos intervalos, em vez de ficar de bobeira, pegava retalhos e criava roupas estranhas. Evoluí neste período", recorda.
A sustentabilidade da SLO também se baseia no sentimento do amor. Os amigos, quando não querem mais seus suéteres, logo lembram de Sarah. E ela retribui com uma luva feita da peça doada. "Mas fico com o resto", afirma. Só é usada lã crua caso a artesã queira uma cor muito específica.
Os enfeites de Natal custam 20 dólares canadenses. As luvas, na média de 40 dólares canadenses. Site: www.thingsbyslo.com
 

Coleiras organizadas

Sharyn Cathcart, 52 anos, cansou de perder a coleira de seu cachorro dentro de casa. Por isso, criou um cabide para elas. Assim, há seis anos, surgiu a Ruckus Dog! Home Dogcor, que também produz ímas de geladeira com temática canina. São mais de 300 tipos de design impressos nas peças de madeira. E o insight do negócio surgiu depois de 30 anos de trabalho corporativo. "Acordei com essa ideia uma manhã", diverte-se Sharyn. "A reação é excelente. As pessoas amam seus cachorros", diz, sobre o ramo que escolheu para atuar. Site: ruckusdog.com
 

Cerâmica como decoração

Daniel Lamothe, 60 anos, lapidava o alfabeto em um azulejo quando percebeu que o formato de seus dedos seria algo interessante para aplicar na cerâmica. Há mais de duas décadas, com essa cena, começou a história da sua empresa, a Dapila. Há adereços em forma de dedos, bocas, mãos e até de partes íntimas. As peças servem para pendurar chaves, toalhas ou acessórios. "Todo ano, faço uma seleção e destruo os moldes que não gosto mais. As ideias vêm da minha cabeça maluca às 6h da manhã", brinca. Site: www.dapila.com
 

BOM SABER

Em Toronto, é referência para os empreendedores a The Digital Media Zone, parte da Universidade de Ryerson. Trata-se da maior comunidade de startups do Canadá. Conheça em dmz.ryerson.ca.