A CPI do Futebol encerrou ontem suas atividades ao votar o parecer final do relator, senador Romero Jucá (PMDB-RR), que não pede o indiciamento de dirigentes da CBF, mesmo com indícios de esquemas de corrupção envolvendo o atual presidente Marco Polo Del Nero e os antecessores José Maria Marin e Ricardo Teixeira. Na última reunião do colegiado, há duas semanas, o senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) e o presidente da comissão, o ex-jogador Romário (PSB-RJ), apresentaram um relatório alternativo, em que pediam ao Ministério Público o indiciamento de dirigentes que têm ou tiveram ligação com a CBF, além de dois empresários que assinaram contratos com a entidade.
Romário e Randolfe alegaram que o relatório oficial da comissão era "chapa branca" e ignorava as investigações que apontavam ocorrência de crimes como lavagem de dinheiro, corrupção e formação de organização criminosa. De fato, Jucá admite, em seu parecer, que a CPI teve acesso a documentos que reforçavam o indício de crimes, mas que não seria a instituição mais adequada para dar prosseguimento à investigação. Por isso, ele apenas determina que os documentos sejam enviados para o Ministério Público e Receita Federal.
Líder do PT, o senador Humberto Costa (PE) minimizou a questão e defendeu que, independentemente de qual relatório é o oficial, nada impede que as autoridades usem as informações dos dois para dar prosseguimento às investigações.