Corrigir texto

Se você encontrou algum erro nesta notícia, por favor preencha o formulário abaixo e clique em enviar. Este formulário destina-se somente à comunicação de erros.

Tragédia

- Publicada em 04 de Dezembro de 2016 às 18:36

Nova Chapecoense começa a renascer hoje

A partir de hoje, uma nova página começa a ser escrita na história da Chapecoense. A ordem no clube é enxugar as lágrimas e iniciar o árduo trabalho de reerguer o time catarinense para, quem sabe, recolocá-lo no patamar onde estava até a tragédia na Colômbia ou acima disso. Mas será necessário muita ajuda e trabalho.
A partir de hoje, uma nova página começa a ser escrita na história da Chapecoense. A ordem no clube é enxugar as lágrimas e iniciar o árduo trabalho de reerguer o time catarinense para, quem sabe, recolocá-lo no patamar onde estava até a tragédia na Colômbia ou acima disso. Mas será necessário muita ajuda e trabalho.
Clubes de todo o mundo prometeram auxiliar a equipe a se reerguer. Financeiramente, o clube vivia situação invejável para a maioria dos times de futebol brasileiro e, nos últimos anos, vinha fechando as contas no positivo, sem que os dirigentes colocassem qualquer centavo do próprio bolso.
No total, a Chapecoense teve neste ano uma renda de R$ 45 milhões, sendo R$ 25 milhões oriundos da cota de TV, R$ 9 milhões dos patrocínios da Caixa Econômica Federal e Aurora e mais R$ 9 milhões de outras fontes (venda de produtos, sócio-torcedor, ingressos etc). Entretanto, em nenhum ano foi preciso montar um novo time como agora.
Por isso, a diretoria está propensa a aceitar que jogadores cheguem por empréstimo. Clubes da Série A se comprometeram a ceder gratuitamente atletas para a próxima temporada. Até times do exterior também querem ajudar. O Libertad-PAR, o Racing-ARG e o Benfica-POR prometeram alguns reforços.
A diretoria vai promover diversos garotos das categorias de base e analisará a situação de todos os atletas do atual elenco. Eles têm contrato até o fim do ano, mas avisaram que querem ficar para ajudar na reconstrução. No total, são 11 jogadores.
O boletim médico dos quatro sobreviventes, divulgado ontem, afirma que a evolução de todos é animadora. O mais inusitado foi a revelação de um pedido de Alan Ruschel, que quer fazer um churrasco nesta semana, pois está com vontade de comer carne.
O zagueiro Neto é o único que ainda continua sedado. Por ter sido o último a ser resgatado, sua situação é mais delicada. Ainda existe uma grande preocupação com a possibilidade de uma infecção pulmonar. O estado de saúde do jornalista Rafael Henzel também é delicado. Seu quadro ainda é crítico, mas ele está consciente e conversando. Já o goleiro Jackson Follman, que teve parte da perna direita amputada, segue em estado estável, conversando, e disse que quer tocar violão.

Empresários do futebol irão auxiliar remontagem do time

Além de clubes, empresários também estão dispostos a ajudar. O agente Jorge Machado, que cuidava da carreira de Matheus Biteco, Dener Assunção e Tiaguinho, todos mortos na tragédia, avisou a diretoria que pretende ajudar levando atletas para o clube. Existe ainda um grupo de empresários dispostos a investir cerca de R$ 30 milhões em contratações. A Chapecoense diz não saber de tal disposição, mas afirma que a ajuda seria bem-vinda.
Dois pontos preocupam mais a diretoria no momento. O primeiro é definir quem será o técnico. Existe a possibilidade de recorrerem a algum treinador que já tenha dirigido o time, para facilitar na questão da adaptação. A outra situação é com possíveis aproveitadores, que podem usar o clube catarinense para se promover.

Choro de tristeza e esperança embalou Chapecó

O sonho de receber a Chapecoense com o título encaminhado da Copa Sul-Americana deu lugar a uma comoção generalizada que envolveu parentes, torcedores, jornalistas, funcionários do clube e a população em geral, que parou para acompanhar o velório coletivo dos 51 membros da delegação do clube em um acidente aéreo na Colômbia. Outros 20 mortos foram levados às suas cidades natal.
A entrada dos caixões na Arena Condá, na manhã de sábado, representou o fim de um sonho e o início da reconstrução de um clube que precisará unir esforços para ver retomar suas atividades. A equipe, que, em um curto espaço de tempo, ascendeu da série D para a A, de repente, se viu no centro do mundo por causa da maior tragédia do esporte mundial.
Após a chegada dos corpos à cidade, às 9h25min de sábado, houve um cortejo em direção à Arena Condá. No adeus, o cerimonialista abriu o evento citando a "ascensão meteórica" do time e atestando que este foi o momento mais trágico dos 99 anos de Chapecó. Além do presidente do Brasil, Michel Temer, e do governador de Santa Catarina, Raimundo Colombo, vários políticos, o técnico da seleção brasileira, Tite, o presidente da Fifa, Gianni Infantino, e representantes de diversos clubes nacionais e estrangeiros estiveram na despedida.
Luciano Buligon, prefeito de Chapecó, discursou em espanhol vestindo a camisa do Atlético Nacional e agradeceu a solidariedade dos colombianos. Ivan Tozzo, presidente em exercício após a morte do titular, manifestou esperança quanto ao futuro do time. "O sonho é uma arte involuntária. Ele renascerá em cada torcedor e cada criança que vê na Chape um caminho que vale a pena seguir", disse.