Corrigir texto

Se você encontrou algum erro nesta notícia, por favor preencha o formulário abaixo e clique em enviar. Este formulário destina-se somente à comunicação de erros.

Perspectivas 2017

- Publicada em 15 de Dezembro de 2016 às 17:33

Venezuela: O chavismo à beira do abismo

O ano de 2017 deverá ser decisivo para o futuro do bolivarianismo na Venezuela. Depois de um 2016 em que uma crise político-econômica sem precedentes assolou o país sul-americano, e no qual o presidente Nicolás Maduro conseguiu se manter no cargo após uma série de manobras políticas para evitar a realização de um referendo popular com vistas a dar fim ao seu mandato no Palácio Miraflores, a Venezuela vive um momento de incertezas.
O ano de 2017 deverá ser decisivo para o futuro do bolivarianismo na Venezuela. Depois de um 2016 em que uma crise político-econômica sem precedentes assolou o país sul-americano, e no qual o presidente Nicolás Maduro conseguiu se manter no cargo após uma série de manobras políticas para evitar a realização de um referendo popular com vistas a dar fim ao seu mandato no Palácio Miraflores, a Venezuela vive um momento de incertezas.
Após quase 18 anos de chavismo, o modelo de governo baseado no populismo, na inclusão social e na exaltação da figura do líder deu sinais fortes de esgotamento. Inflação galopante, escassez de alimentos, desemprego em alta e fortalecimento da oposição até então silenciosa - ou silenciada - caminharam ao lado da perda de apoio político na região com as eleições de Horácio Cartes, no Paraguai; Mauricio Macri, na Argentina; Pedro Pablo Kuczynski, no Peru; e a queda de Dilma Rousseff, no Brasil, com a ascensão de Michel Temer.
O ano terminou com a suspensão do país do Mercosul, sob a acusação de ter desrespeitado normas internas do bloco econômico, e com a chanceler venezuelana entrando à força na reunião entre os ministros de relações exteriores de outros países do grupo depois de não ser convidada para o encontro realizado em Buenos Aires.
O Mercosul, aliás, vive uma crise inédita, que agora está nas mãos de seu Tribunal de Controvérsias, no qual a Venezuela iniciou uma ação para tentar derrubar a resolução dos demais sócios. O país iria assumir a presidência do grupo no lugar do Uruguai se o critério de ordem alfabética fosse seguido. Os problemas internos, porém, fizeram com que Caracas fosse suspensa, e a presidência temporária foi parar nas mãos da Argentina. O governo de Maduro não reconhece a liderança argentina e insiste em dizer que continua exercendo a presidência do bloco.
Ainda que os ruídos diplomáticos sejam sérios e abalem a credibilidade do governo venezuelano junto à comunidade internacional, é o quadro interno que pode abreviar o governo de Maduro, que tem rejeição de quase 80% da população, conforme pesquisas recentes. O atual mandato do presidente termina em 2019, e uma antecipação das eleições está na pauta da oposição, que tem maioria no Legislativo e se apoia na impopularidade do presidente, na fragilidade da economia (a inflação, que foi a maior do mundo em 2015, com 180%, tende a fechar 2016 próxima aos 500% e, conforme o FMI, pode chegar aos 2.000% em 2017). » juliano tatsch
Conteúdo Publicitário
Leia também
Comentários CORRIGIR TEXTO