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Conjuntura

- Publicada em 13 de Dezembro de 2016 às 19:43

PIB gaúcho tem queda de 1,7% no terceiro trimestre

Resultados foram apresentados nesta terça-feira pela FEE

Resultados foram apresentados nesta terça-feira pela FEE


PATRICIA COMUNELLO/ESPECIAL/JC
A economia gaúcha recuou 1,7% no terceiro trimestre de 2016, mas já foi pior nos períodos recentes. A taxa, divulgada ontem pela Fundação de Economia e Estatística (FEE), reflete a menor queda desde o segundo trimestre de 2015, quando a atividade se reduziu 0,7%. Além disso, o desempenho mesmo negativo do Produto Interno Bruto (PIB) regional foi melhor que o do Brasil, que amargou decréscimo de 2,9%, observou o economista e coordenador do Núcleo de Contas Regionais da FEE, Roberto Rocha. Foi uma queda menor nos serviços que amenizou a temporada de 10 trimestres (desde o segundo tri de 2014) de sucessivos tombos do PIB gaúcho.  
A economia gaúcha recuou 1,7% no terceiro trimestre de 2016, mas já foi pior nos períodos recentes. A taxa, divulgada ontem pela Fundação de Economia e Estatística (FEE), reflete a menor queda desde o segundo trimestre de 2015, quando a atividade se reduziu 0,7%. Além disso, o desempenho mesmo negativo do Produto Interno Bruto (PIB) regional foi melhor que o do Brasil, que amargou decréscimo de 2,9%, observou o economista e coordenador do Núcleo de Contas Regionais da FEE, Roberto Rocha. Foi uma queda menor nos serviços que amenizou a temporada de 10 trimestres (desde o segundo tri de 2014) de sucessivos tombos do PIB gaúcho.  
Os serviços tiveram retração de 1,6% no Estado ante -2,2% no Brasil. O comércio diminuiu significativamente sua queda (-2,8% no trimestre contra 6,4% no segundo trimestre de 2016), enquanto a atividade de transporte passou de um crescimento de 2,9% no trimestre anterior para uma redução de 1,8% no terceiro. Os outros serviços tiveram uma leve melhora, ao passo que a administração pública, uma pequena queda. Serviços de informação, intermediação financeira e atividades imobiliárias apresentaram estabilidade entre um trimestre e outro. A indústria segue na lanterna, com queda de 4,6% no parque gaúcho, maior que a da brasileira (-2,9%). A área de transformação caiu 5,5%, também mais que a nacional (-3,5%). Mas nada superou a de eletricidade, gás, água, esgoto e limpeza urbana (-6,7%). 
Rocha lembrou que o crescimento da agropecuária não foi suficiente para reverter o sinal negativo. "O terceiro trimestre não é o melhor do setor, por isso o impacto é menor", explicou o coordenador. No terceiro trimestre, o setor primário cresceu 2,1%, ante -6% do País.  
Para o economista, outro motivo para um desempenho local menor pior que o nacional pode estar no mercado de trabalho, que no Estado sofre menos com o corte de vagas. "O setor pode ainda dar algum alento até o fechamento do ano", projeta Rocha. "A tendência é de a economia gaúcha cair menos que a nacional", crava o coordenador do núcleo da FEE.
O saldo das exportações pode ter evitado queda maior da indústria, que sentiu o efeito de quebra no ramo fumageiro e de produção de combustíveis. "Este último é efeito da queda na demanda no País", avaliou Rocha. A FEE evita antecipar prognósticos. Com o desempenho de 2016 e tentando vislumbrar o próximo ano, o coordenador do núcleo admite que a previsão é incerta. "Há sinais difusos, sem retomada firme da atividade e do mercado nacional de trabalho, ainda muito deteriorado, o que afeta a demanda para nossa indústria." O que pode ser novamente o salvador da economia local é repetir a safra recorde, citou Rocha. "A safra deve ser boa, o que pode gerar impacto relevante na economia."
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'O que a FEE faz não será substituído', alerta chefe do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística

Na divulgação do PIB na FEE, o ambiente de incerteza gerado pela proposta do governo estadual de extinção da instituição reinou, rivalizando com o gosto negativo do 10º trimestre seguido de queda do principal indicador da atividade. Dependendo do desfecho na Assembleia Legislativa, até o próximo PIB, a ser liberado em março, pode não sair, admitem os integrantes do órgão. A cúpula do governo estadual diz que seguirá todo o trabalho da fundação montando um departamento na futura pasta de Planejamento e Gestão.
Há duas semanas acumulando o cargo de presidente da FEE e de titular da  pasta de Planejamento, José Oltramari abriu a sessão de divulgação do PIB, mas parecia desconfortável em meio ao grupo de técnicos concursados. Ele nada falou após a divulgação. Já o chefe da unidade estadual do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), principal organismo de coleta e formulação de dados do País, José Renato Braga de Almeida, estava também no local e falou. "A possível extinção da FEE é vista com grande preocupação em função do nosso trabalho conjunto", comentou Almeida. "A fundação realiza um excelente trabalho com produtos e informações do Estado. É um órgão essencial para o planejamento do Estado e dos municípios."
O chefe da unidade estadual destacou que a fundação produz muitos dados que complementam os do instituto. Segundo o chefe local, há um cronograma de trabalho e "o que a FEE faz não será substituído". "É um trabalho único, a exemplo do que fazem outros institutos estaduais de pesquisa." Sobre a possibilidade de consultorias privadas fazerem o que faz a FEE, Almeida recomendou cautela nesta solução. "Em função da credibilidade da informação, o trabalho é muito técnico. Não diria que pode ser feito pelo setor privado", reagiu, questionando a tese de que a FEE deve ser extinta devido ao gasto. "Precisa ver se é questão de gasto ou investimento."
O economista Roberto Rocha admite que o fim da FEE pode gerar descontinuidade do PIB. Há uma equipe que se dedica a melhorar e construir o indicador, citou. "Com as condições propostas, é um indicador que o Estado vai perder em 2017", alarma-se. Os quadro técnico observa que a economia gaúcha é uma das cinco maiores do País e necessita de um indicador de curto prazo sobre seu desempenho. "Ele serve de orientação à política econômica. Quem sai prejudicado são os setores público e o privado", adverte.