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Conjuntura

- Publicada em 05 de Dezembro de 2016 às 22:46

Fecomércio vê retomada da economia em 2017

Portugal acredita que arrefecimento da crise se dará de forma lenta

Portugal acredita que arrefecimento da crise se dará de forma lenta


FREDY VIEIRA/JC
Depois de dois anos registrando desempenho negativo em vendas, a Fecomércio-RS já admite uma retomada da economia em 2017. Ao vislumbrar a possibilidade de um resultado positivo para o setor de bens e serviços, o economista Marcelo Portugal afirma que a redução da taxa de juros (que passaria dos atuais 13,75% para 10,50%) deve ser um dos fatores decisivos para a melhora deste cenário. "Haverá crédito mais barato, o que facilitará o consumo", destacou o especialista, durante coletiva de balanço do ano, ocorrida ontem, na sede da entidade.
Depois de dois anos registrando desempenho negativo em vendas, a Fecomércio-RS já admite uma retomada da economia em 2017. Ao vislumbrar a possibilidade de um resultado positivo para o setor de bens e serviços, o economista Marcelo Portugal afirma que a redução da taxa de juros (que passaria dos atuais 13,75% para 10,50%) deve ser um dos fatores decisivos para a melhora deste cenário. "Haverá crédito mais barato, o que facilitará o consumo", destacou o especialista, durante coletiva de balanço do ano, ocorrida ontem, na sede da entidade.
A estimativa de Portugal é de que também a inflação deverá alcançar um patamar menor, ficando em torno de 4,8% durante o ano que vem. "A renda das pessoas será mais preservada, sem o fator de corrosão que a inflação representa. E aí, as famílias com renda real em melhor condição terão capacidade de consumo maior", observou o economista. Portugal pondera que, ainda assim, o crescimento das vendas será "um pouco anêmico".
Segundo previsão do especialista, o Rio Grande do Sul e o Brasil irão superar a crise econômica de forma lenta. A projeção da entidade é de que o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) seja de 0,8% no País, enquanto no Estado esse índice fique em torno de 1,0%. Portugal ressaltou que a agropecuária deverá ter um peso importante nesse processo de retomada, com a projeção de uma safra recorde de 213 milhões de toneladas, crescimento de 13,5% sobre 2016 e de 2,5% sobre a de 2015. Outros indicadores que completam o cenário para 2017 são a cotação do dólar, com previsão de R$ 3,70, e crescimento dos setores de comércio (1,8%) e serviços (1,4%) no Estado.
"Já se pode dizer que há uma inversão da curva de queda do desempenho da economia, o que gera um alívio ao setor", destacou o presidente da Fecomércio-RS, Luiz Carlos Bohn. O dirigente avalia que, com a atual direção e projeto do governo federal aliados a "bons técnicos", é possível que se concretize o crescimento de 0,8% a 1%, sinalizado pelo economista da entidade, Marcelo Portugal. Essa perspectiva vem apoiada na ideia de que os projetos dos governos federal e estadual (incluindo o Pacote de Medidas anunciadas pelo governador José Ivo Sartori) devem seguir adiante, observou Bohn.
Para o dirigente da Fecomércio-RS, a reforma da Previdência está entre as medidas "essenciais", que devem ser implementadas "gradativamente". Bohn argumentou que, além do Brasil, em todo o mundo, "somente o Iraque e a Suíça ainda associam a aposentadoria ao tempo de serviço."
Também a legislação trabalhista precisa ser revisada, segundo o presidente da entidade gaúcha. "Convivemos com uma lei que foi concebida em 1946, que foi importante para proteger o trabalhador, mas que hoje está defasada e precisa ser flexibilizada." O empresário ainda defendeu que os acordos realizados sejam respeitados pelo Ministério do Trabalho e pela Justiça do Trabalho, prevalecendo o negociado sobre o legislado.
No que se refere ao piso regional, Bohn acredita que o governo gaúcho deverá cuidar para não repassar a inflação integral, para que seja possível um "crescimento virtuoso" no Estado. No entanto, o desemprego será uma das variáveis que puxarão o desempenho das vendas para baixo, ponderou Portugal. "Ainda que a recessão acabe, tudo indica que ainda teremos um aumento do número de pessoas sem emprego em 2017, passando dos atuais 12,8 milhões para no mínimo 13 milhões de desempregados no País."
O presidente da Fecomércio-RS afirmou que a entidade apoia a PEC do Teto dos Gastos Públicos e reforçou a bandeira da racionalização dos tributos. "Dentro das medidas que consideramos necessárias está a urgente reforma do sistema tributário brasileiro, com redução do número de impostos, unificação de tributos federais e estaduais, bem como a redução do número de obrigações acessórias."
Bohn destacou que o ano de 2016 se encerra com dados negativos para o setor do comércio de bens, serviços e turismo tanto no Brasil com no Rio Grande do Sul, onde a taxa de crescimento é negativa (-10,4%) em relação a 2015. No Brasil, na mesma base de comparação, o segmento caiu 9,2%.

Previsão de crescimento

PIB RS - 1,0%
PIB Brasil - 0,8%
Inflação - 4,8%
Juros - 10,50%
Câmbio - R$ 3,70/$
Comércio/RS - 4,8%
Serviços/RS - 1,4%
Fonte: Fecomércio-RS