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Petrobras

- Publicada em 09 de Dezembro de 2016 às 18:03

Nova lei do pré-sal é um 'ato de benefício ao Brasil', afirma Temer

Ministro Moreira Franco (PPI), presidente Michel Temer, presidente da Petrobras, Pedro Parente, e ministro Fernando Bezerra Filho (MME) participaram da cerimônia de sanção

Ministro Moreira Franco (PPI), presidente Michel Temer, presidente da Petrobras, Pedro Parente, e ministro Fernando Bezerra Filho (MME) participaram da cerimônia de sanção


VALTER CAMPANATO/ABR/JC
O presidente Michel Temer alegou, durante a sanção da alteração na lei do pré-sal, que acabar com a obrigação de participação da Petrobras e possibilitar a entrada de mais empresas na exploração dos campos é um "ato de benefício ao Brasil". "Estamos também ampliando a margem de empregos", defendeu.
O presidente Michel Temer alegou, durante a sanção da alteração na lei do pré-sal, que acabar com a obrigação de participação da Petrobras e possibilitar a entrada de mais empresas na exploração dos campos é um "ato de benefício ao Brasil". "Estamos também ampliando a margem de empregos", defendeu.
Para o presidente, a nova lei reativa e dá novo impulso ao setor. "Era exagerado que a Petrobras tivesse que participar de todos os empreendimentos. A Petrobras é uma empresa que visa a sua prosperidade econômica. Não haveria razão para obrigá-la a essa participação", afirmou durante a cerimônia.
A sanção da lei flexibiliza a operação e permite novos investimentos na província petrolífera do pré-sal. A lei amplia a participação privada na exploração das novas áreas e retira a obrigação da Petrobras de ter que investir em todos os campos de petróleo.
Temer pediu aplausos ao presidente da Petrobras, Pedro Parente, e afirmou que hoje a estatal é uma empresa ajustada. "Hoje, a Petrobras tem um valor do mercado 145% maior do que cinco, seis meses atrás. Tenho certeza de que gerações futuras reconhecerão momentos como este", completou.
Para o presidente, o que o governo precisa agora é "ter coragem. Coragem ancorada no bom-senso é o que nos permite levar adiante diversos projetos. Estamos construindo um Brasil onde os recursos naturais estão sendo colocados efetivamente para o bem-estar do povo brasileiro", concluiu.
O secretário executivo do Programa de Parcerias de Investimentos (PPI), Wellington Moreira Franco, avaliou, no mesmo evento, que a nova Lei de Exploração do Pré-Sal protege a Petrobras. "A empresa não terá mais que abandonar seu plano de negócios para entrar em aventuras", considerou. Moreira Franco disse ainda que a nova lei ajuda não só o setor de óleo e gás, como o País como um todo.
"As lideranças do setor mostravam que andávamos por um caminho perigoso, do ponto de vista administrativo, na medida em que se substituía a aritmética pela ideologia. Perigoso também, porque se colocava em xeque um dos setores que mais contribuem para o PIB brasileiro", criticou.
Segundo Moreira Franco, a ampliação de investimentos em um curto prazo com a "nova jornada de leilões" já anunciados do Programa de Concessões irá gerar confiança na economia, na medida em que o governo restabelece a transparência no setor de infraestrutura. "Isso certamente vai refletir em outros programas e outras concessões", afirmou.
Moreira Franco lembrou os o lançamento dos editais para o leilão de quatro aeroportos, e citou que os editais para terminais do porto de Santarém já foram publicados. "O leilão da Celg também foi um sucesso", completou, referindo-se à distribuidora de energia de Goiás que foi vendida.
Ainda no mesmo evento, o ministro de Minas e Energia (MME), Fernando Coelho Filho, destacou que a nova Lei do Pré-Sal dará à Petrobras o direito de escolher e de realizar apenas os investimentos que fazem sentido econômico para a estatal.
"Essa iniciativa dá oportunidade às empresas brasileiras em dividirem riqueza extraordinária que é o subsolo do pré-sal. Preservar interesses da Petrobras é dar a ela o direito de escolher visando seus melhores interesses econômicos", afirmou.
O ministro citou ainda que a Lei das Estatais teve seu efeito sentido no MME, uma vez que as empresas do setor tiveram maiores elevações na bolsa. O governo considera o projeto importante para dar um sinal para os investidores estrangeiros, em momento de crise política no qual o País precisa se vender e atrair capital. "Estamos criando um ambiente propício para que os leilões de pré-sal do ano que vem sejam bem-sucedidos", completou.
Para Coelho Filho, a nova regulamentação do setor não prejudica as empresas brasileiras, pelo contrário, possibilita que as companhias que já são fornecedoras da Petrobras possam continuam participando da exploração dos campos de pré-sal.
Pela legislação anterior, a Petrobras atuava como operadora única dos campos de pré-sal, com uma participação mínima de 30% nos consórcios. O novo texto, que foi apoiado pelo governo e pela atual diretoria da Petrobras, prevê que a estatal tenha o direito de escolher em quais campos de petróleo do pré-sal irá investir. Com isso, a empresa passa a ter o direito de abrir mão de campos que não julgar interessantes economicamente.

Para Parente, estatal se concentrarános campos 'melhores dos melhores'

Parente afirma que a lei troca a obrigação pelo direito de preferência

Parente afirma que a lei troca a obrigação pelo direito de preferência


VALTER CAMPANATO/ABR/JC
O presidente da Petrobras, Pedro Parente, disse que a nova lei do pré-sal não tem repercussão em projetos em andamento da estatal e destacou que a mudança é "muito importante para o País e para a Petrobras. A lei vai basicamente disciplinar os próximos leilões", afirmou o executivo, após a sanção da lei que amplia a participação privada na exploração do pré-sal e desobriga a estatal de investir em todos os campos.
O presidente da Petrobras destacou ainda que a lei fará com que a estatal possa se concentrar nos campos "melhores dos melhores". "Cada campo, no pré-sal, demanda investimentos de US$ 10 bilhões", disse.
Parente destacou ainda que, sem a obrigatoriedade, a empresa vai poder apressar a exploração do pré-sal e, com isso, ajudar na situação econômica do País. "Se os campos estivessem em produção, ajudariam a situação fiscal de estados e municípios", afirmou, destacando que 60% do investido em campos é receita pública ou de fornecedores locais.
O presidente da estatal destacou também que a mudança na lei é positiva, já que a Petrobras tem informação muito rica sobre os campos de pré-sal e apenas "troca a obrigação por direito de preferência. Estamos muito satisfeitos. Não temos dúvida de que o setor de óleo e gás será o que responderá mais rapidamente".
Em relação a campos para novos leilões, o executivo afirmou que as oportunidades serão olhadas "com muita atenção". "Vamos participar, operando ou não, onde houver interesse para empresa", afirmou.

Venda do pré-sal paga US$ 1,25 bi para o Bndes

Venda de transportadora de gás integra programa de desinvestimento

Venda de transportadora de gás integra programa de desinvestimento


AG/DIVULGAÇÃO/JC
A Petrobras pagou antecipadamente ao Bndes US$ 1,25 bilhão referente a financiamentos tomados por sua subsidiária TAG (Transportadora Associada de Gás). O dinheiro usado para o pagamento foi obtido com a venda da área de Carcará, no pré-sal, para a norueguesa Statoil. A operação foi concluída no dia 22 de novembro.
"Essa é uma importante medida que vem sendo adotada pela Petrobras de utilizar os recursos advindos do programa de desinvestimentos para redução de seu endividamento", informou a companhia, em nota oficial.
Carcará foi a primeira área do pré-sal vendida pela empresa, em uma transação que pode render até US$ 2,5 bilhões. A primeira parcela, referente à metade do valor, foi paga neste mês pela Statoil.
O restante depende de condições pré-estabelecidas no contrato, como a celebração de um acordo de individualização da produção - no qual Statoil e o governo negociarão como será explorada parte da jazida que se encontra em área da União.
Segundo o último balanço publicado, referente ao ano de 2015, a TAG tem uma dívida total de R$ 24,5 bilhões. Os ativos da subsidiária foram divididos em duas empresas e incluídos no programa de desinvestimentos.
A primeira delas, NTS (Nova Transportadora do Sudeste), foi vendida à canadense Brookfield em setembro, por US$ 5,19 bilhões. A segunda, NTN (Nova Transportadora do Nordeste), está sendo negociada.
A Petrobras espera arrecadar US$ 34,6 bilhões até 2019 com o programa de venda de ativos. Segundo a empresa, os recursos serão utilizados para reduzir o seu endividamento.

TCU proíbe empresa de alienar os ativos

Múcio Monteiro vê riscos semelhantes aos denunciados na Lava Jato

Múcio Monteiro vê riscos semelhantes aos denunciados na Lava Jato


JOSÉ CRUZ/ABR/JC
O Tribunal de Contas da União (TCU) proibiu a Petrobras de vender ativos e empresas por tempo indeterminado. A decisão, em caráter liminar, foi tomada na semana passada, em razão de irregularidades detectadas nos processos adotados pela estatal para fazer os chamados "desinvestimentos". A corte, no entanto, atendeu pedido da companhia e permitiu que sejam concluídas cinco alienações que estão em fase avançada e cuja receita prevista é de R$ 10 bilhões.
A venda de ativos é uma das principais estratégias da Petrobras para enfrentar a crise financeira na qual está mergulhada, marcada pelo alto endividamento e pela redução do fluxo de caixa. A expectativa de obtenção de recursos no biênio 2015-2016, divulgada ao mercado no Plano de Negócios e Gestão, é de US$ 15,1 bilhões (R$ 51,1 bilhões).
Na sessão de quarta-feira, os ministros do TCU seguiram o entendimento do relator do caso, José Múcio Monteiro. Conforme a decisão, a Petrobras terá de se abster de "assinar contratos de venda de ativos e empresas, bem como de iniciar novos processos de alienação", até que o tribunal delibere a respeito do mérito do processo, que visa a corrigir as falhas detectadas.
As exceções são os projetos de desinvestimento batizados de Paraty 1, Paraty 3, Ópera, Portifólio 1 e Sabará, que poderão ser finalizados. Entre outras irregularidades, o TCU apontou a falta de transparência e a possibilidade de direcionamento dos negócios, conforme antecipou o jornal O Estado de S. Paulo.
A corte lista como graves a escolha do assessor financeiro dos processos sem consulta ao mercado, a liberdade da estatal para a definição de potenciais compradores, a chance de restrição do número de interessados nas aquisições de forma "arbitrária" e a permissão para que o objeto alienado seja alterado "a qualquer momento", mesmo em etapas avançadas de negociação.
O TCU verificou que parcela de atos relacionados à venda não é enviada à deliberação de órgãos diretivos da companhia, o que "pode implicar consequências indesejadas ao processo de desinvestimento, macular as diretrizes fundamentais do procedimento licitatório, além de potencializar os riscos de ocorrência de atos ilícitos, como o direcionamento e o ajuste de preços das vendas, de modo similar às práticas desvendadas pela Operação Lava Jato".
Em seu voto, José Múcio ponderou ser "irrefutável" que a situação financeira da empresa requer ações imediatas e efetivas. Mas destacou que "a relevância e a complexidade" do tema tornam exíguo o tempo para examinar adequadamente todas as questões levantadas pela auditoria. "São três os motivos que levam a me posicionar desta forma: a constatação de que, no presente caso, a omissão significa permitir à Petrobras a continuidade dos procedimentos; os autos terem chegado a meu gabinete já na segunda quinzena de novembro; e o fato de restar apenas esta sessão Ordinária do plenário (do TCU) neste ano", escreveu.
A Petrobras, em nota, informou que "já está revisando sua sistemática de desinvestimentos e se compromete com os aperfeiçoamentos recomendados pelo TCU e demais órgãos de controle". Além disso, a empresa reafirmou a meta de "seu programa de parcerias e desinvestimentos de US$ 15,1 bilhões para o biênio 2015/16 e de US$ 19,5 bilhões para 2017/18", completou.
O presidente da Petrobras também destacou questões relacionadas a impostos que incidem sobre o etanol. "Uma coisa é o valor da Contribuição de Intervenção de Domínio Econômico (Cide) para lidar com diferenciais favoráveis em relação aos produtos fósseis, e taxação estadual, uma vez que há estados que favorecem o etanol, e outros que não", afirmou.