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Política

- Publicada em 22 de Novembro de 2016 às 19:08

'Italiano' não é nem nunca foi Palocci, diz defesa

Denúncia contra Antonio Palocci foi aceita pelo juiz Sérgio Moro

Denúncia contra Antonio Palocci foi aceita pelo juiz Sérgio Moro


HEULER ANDREY/AFP/JC
A defesa do Antonio Palocci vai bater na tecla que o ex-ministro não é o "italiano" descrito em emails e planilhas da Odebrecht. Na resposta à acusação do Ministério Público Federal (MPF), os advogados reafirmam que "Italiano" "não é nem nunca foi" Palocci e atacam eventuais delatores da empreiteira, cujos executivos estão na reta final do acordo de delação premiada.
A defesa do Antonio Palocci vai bater na tecla que o ex-ministro não é o "italiano" descrito em emails e planilhas da Odebrecht. Na resposta à acusação do Ministério Público Federal (MPF), os advogados reafirmam que "Italiano" "não é nem nunca foi" Palocci e atacam eventuais delatores da empreiteira, cujos executivos estão na reta final do acordo de delação premiada.
"Ainda que se deseje que a comprovação dessa premissa por parte de eventuais delatores possa servir de 'moeda de troca' para que a Odebrecht possa transpor a tão almejada janela para a impunidade que hodiernamente se convencionou denominar de 'colaboração premiada', fato é que o tal 'Italiano' não é nem nunca foi Antonio Palocci Filho", dizem os advogados.
A denúncia contra Palocci foi aceita pelo juiz Sérgio Moro no último dia 3. Ele responde por corrupção e lavagem de dinheiro, pelo repasse de US$ 10,2 milhões feito pela Odebrecht ao marqueteiro do PT João Santana.
A defesa de Palocci afirma que há contradição nos emails selecionados como prova pelo MPF, que não seguem uma cronologia lógica, e afirma que o nome do ex-ministro é diversas vezes citados em mensagens e anotações da Odebrecht, concluindo que não faria sentido tratá-lo por codinome. Entre os exemplos estão um email de setembro de 2009, é agendada uma reunião do empresário Marcelo Odebrecht com o deputado "italiano", e outro de agosto do mesmo ano, no qual Palocci é citado abertamente também para que fosse marcado um encontro.
"Tratam-se, ademais, de reuniões entre um congressista e um empresário e, até onde se sabe, isso não é (ainda) proibido (antes, é garantido pela Constituição Federal ? artigo 5º, inciso XVI). Etimologicamente, "parlamento" vem de "parlare", que significa "falar", a sugerir a obrigação de permanente interlocução com a sociedade (...)", dizem os advogados.
A defesa de Palocci diz que a interpretação dada ao codinome "italiano" é bizarra e de má fé, já que na maioria das vezes o nome é citado por extenso ou com a sigla AP, de Antonio Palocci. Os advogados ironizam: "Seria linguagem cifrada lusitana? Agente secreto "Morruga" com distintivo na lapela? Ora, francamente, só mesmo com... má fé ou "fervor missionário" fundamentalista!"
Outra indicação de que Palocci não é "Italiano" é a presença do ex-ministro na diplomação da presidente Dilma Rousseff. Enquanto numa das mensagens da empreiteira Marcelo Odebrecht diz que "Italiano não estava na diplomação", os advogados incluiram foto de Palocci no evento e afirmam que o local da cerimônia era bastante restrito e seria impossível as pessoas não se avistarem.
"Palocci é uma pessoa física única e não duas ou mais... Isso de transcender a unidade pessoal, transpor a mônada, para se multiplicar em várias outras unidades é coisa do Demo, do Canhoto, do Cramulhão, do Zarapelho, que não é apenas um, mas uma legião... ", ironiza a defesa.
Ele é acusado ainda pela força-tarefa do Ministério Público Federal em Curitiba de ter movimentado R$ 128 milhões em propinas destinadas ao PT pela Odebrecht e é alvo de investigações por ter negociado propina das obras da Usina Hidrelétrica de Belo Monte para o PT e PMDB. Nestas investigações, no entanto, ainda não há denúncia.
 
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