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Política

- Publicada em 17 de Novembro de 2016 às 21:58

Cabral é preso por chefiar desvios de R$ 224 milhões

A prisão preventiva nesta quinta-feira, do ex-governador do Rio de Janeiro Sérgio Cabral, acentuou a derrocada do PMDB fluminense em meio à gravíssima crise política e financeira que enfrenta o Estado chefiado pelo peemedebista Luiz Fernando Pezão. Em 24 horas, foi o segundo ex-governador do Rio preso - anteontem, Anthony Garotinho (PR) foi detido por ordem de um juiz eleitoral.
A prisão preventiva nesta quinta-feira, do ex-governador do Rio de Janeiro Sérgio Cabral, acentuou a derrocada do PMDB fluminense em meio à gravíssima crise política e financeira que enfrenta o Estado chefiado pelo peemedebista Luiz Fernando Pezão. Em 24 horas, foi o segundo ex-governador do Rio preso - anteontem, Anthony Garotinho (PR) foi detido por ordem de um juiz eleitoral.
Cabral foi preso na Operação Calicute, um desdobramento da Operação Lava Jato. Em um sinal de sintonia entre os juízos de Curitiba e do Rio, o ex-governador foi alvo de dois mandados de prisão simultâneos, expedidos pelos juízes Marcelo Bretas, da 7.ª Vara Federal do Rio, e Sérgio Moro, da 13.ª Vara Federal da capital paranaense. Outras dez pessoas foram alvo de mandados de prisões provisórias.
Segundo as investigações, o esquema de corrupção, que teria Cabral como o chefe da organização criminosa, desviou ao menos R$ 224 milhões de contratos de quatro grandes obras públicas - Maracanã, Arco Metropolitano, PAC das Favelas e Comperj - entre janeiro de 2007 e abril de 2014. Os desvios foram apurados em contratos com a Carioca Engenharia e a Andrade Gutierrez. As delações de ex-executivos e sócios das empreiteiras revelaram esquema de mesadas para Cabral em seus dois mandatos que variavam de R$ 200 mil a R$ 500 mil.
No total, o ex-governador teria sido beneficiado diretamente por propinas que somam R$ 40 milhões - R$ 32,5 milhões pagos pela Carioca e R$ 7,7 milhões pela Andrade.
Os investigadores e os juízes relacionaram o desvio de recursos à crise financeira do Estado. O déficit anual do orçamento estadual é R$ 17,5 bilhões, e a soma dos supostos R$ 224 milhões em propina aos R$ 450 milhões em impostos que teriam sido sonegados pelo esquema equivalem a 34% da folha mensal de pagamento dos servidores ativos e inativos ou 2,5 vezes o reajuste de 15% no Bilhete Único proposto pelo governo Pezão no pacote de ajuste.
"É um exemplo que retrata os efeitos avassaladores da corrupção para a sociedade. Aqui no Rio está faltando o mínimo para a população", disse o procurador Athayde Ribeiro Costa.
Em sua decisão, Moro citou a "notória situação de ruína das contas públicas do governo do Rio" e disse que seria "afronta permitir que os investigados persistissem fruindo em liberdade do produto milionário de seus crimes". "Por causa de gestão governamental aparentemente comprometida por corrupção e inépcia, impõe-se à população daquele Estado tamanhos sacrifícios, com aumentos de tributos e corte de salários e de investimentos públicos e sociais".
Bretas destacou que, com a "corrosão dos orçamentos públicos, depreciados pelo 'custo-corrupção', toda a sociedade vem a ser chamada a cobrir seguidos rombos orçamentários".
A prisão de Cabral foi mais um duro golpe contra o PMDB fluminense, até recentemente a mais importante seção do partido no País - Cabral chegou a ser cogitado como possível candidato a vice-presidente na chapa de Dilma Rousseff em 2014. Outro líder importante do partido no Rio, o ex-presidente da Câmara e deputado cassado Eduardo Cunha também está preso sob acusação de corrupção.
O ex-governador foi preso em seu apartamento no Leblon, zona sul do Rio. Ao sair, foi xingado de ladrão, e houve tumulto. Dois homens da extrema confiança de Cabral também foram presos: seu ex-secretário de Governo, Wilson Carlos Carvalho, e o ex-secretário de Obras, Hudson Braga. A esposa de Cabral, a advogada Adriana Ancelmo, foi conduzida coercitivamente para depor.
O ex-governador foi levado no início da noite para o presídio em Bangu, zona oeste do Rio.
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