O Conselho de Ética da Câmara dos Deputados decidiu ontem, por 11 votos a 1, arquivar a representação do PV que pedia a cassação do mandato do deputado federal Jair Bolsonaro (PSC-RJ) por ele ter defendido em plenário a memória do coronel Carlos Alberto Brilhante Ustra, um dos principais símbolos da repressão durante a ditadura militar (1964-1985).
Em abril, ao votar a favor do processo de impeachment de Dilma Rousseff (PT), Bolsonaro elogiou a memória do militar, morto em 2015, chamando-o de "pavor de Dilma", expressão entendida pelos autores da representação como apologia ao crime de tortura.
O relatório do deputado Odorico Monteiro (Pros-CE) era pela continuidade do processo, mas foi derrotado. A tese que prevaleceu é a de que o deputado expressou sua livre opinião política, amparado na inviolabilidade parlamentar, raciocínio reunido em relatório do deputado Marcos Rogério (DEM-RO).
Ainda ontem, na reunião do conselho, Bolsonaro disse nunca ter usado expressões homofóbicas contra o também deputado Jean Wyllys (PSOL-RJ).