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Opinião

- Publicada em 25 de Novembro de 2016 às 16:37

Basta da ética relativizada no Brasil

Quando se pensava que os piores momentos em termos de corrupção no Brasil ficaram nas semanas passadas, eis que ressurge um novo pesadelo ético, agora em no Palácio do Planalto. O ministro da Secretaria de Governo, pasta intimamente ligada ao presidente da República Michel Temer (PMDB), foi acusado de fazer pressão sobre colega para que projeto imobiliário, onde tinha imóvel comprado, fosse liberado pelo Instituto Nacional do Patrimônio Histórico Nacional (Iphan). Houve choro e negativas de Geddel Vieira Lima (PMDB), que acabou renunciando. As denúncias de Marcelo Calero, ex-ministro da Cultura e que pediu demissão justamente por ser pressionado a liberar a construção, levaram ao clímax da mais nova faceta pouco recomendável de um ministro da República.
Quando se pensava que os piores momentos em termos de corrupção no Brasil ficaram nas semanas passadas, eis que ressurge um novo pesadelo ético, agora em no Palácio do Planalto. O ministro da Secretaria de Governo, pasta intimamente ligada ao presidente da República Michel Temer (PMDB), foi acusado de fazer pressão sobre colega para que projeto imobiliário, onde tinha imóvel comprado, fosse liberado pelo Instituto Nacional do Patrimônio Histórico Nacional (Iphan). Houve choro e negativas de Geddel Vieira Lima (PMDB), que acabou renunciando. As denúncias de Marcelo Calero, ex-ministro da Cultura e que pediu demissão justamente por ser pressionado a liberar a construção, levaram ao clímax da mais nova faceta pouco recomendável de um ministro da República.
No Império Romano havia uma máxima, segundo a qual "à mulher de César não basta ser honesta, ela precisa parecer honesta". Ora, pelo noticiado, Geddel Vieira Lima, no mínimo, cometeu um forte deslize ético. O empreendimento estava bloqueado por órgão competente, e no qual tinha interesse pessoal. Assim, não pareceu honesto, pelo menos. Não no cargo poderoso que tinha, de articulação política.
Piorando o abalo político, Marcelo Calero depôs na Polícia Federal e confirmou ter sido pressionado para convencer o Iphan a voltar atrás e derrubar embargo ao empreendimento do interesse de Geddel Vieira Lima.
Com ou sem gravações que comprovem as denúncias que também envolveriam o próprio presidente e o ministro Eliseu Padilha (PMDB), o fato é que paira um clima constrangedor e tumultuado em Brasília, pois esse não é o único problema. Nesta semana, ou a Câmara Federal aprova o relatório sobre as Medidas contra Corrupção, incluindo o caixa-2, com grande apoio popular, ou a insatisfação poderá passar das bordas do estamento brasileiro.
Não surpreende, então, quando pessoas dizem "não aguentar mais" o noticiário sobre as vigarices descobertas, nas Operações Lava Jato e Zelotes, com suas prisões, habeas corpus, frases de efeito, liberdades e novas prisões, enfim, com as entrelinhas, parágrafos e decisões jurídicas ao sabor de códigos prolixos e com pouca ou nenhuma punição, ao final das contas. Mas é isso que a população quer, a punição dos que furtaram o dinheiro público, principalmente se forem do popularmente chamado "andar de cima", gente influente e que gozava de alto padrão de vida, mas, assim mesmo, buscou retirar mais dinheiro público por meios fraudulentos.
Tudo é lastimável, por um lado, é bem-vindo, por outro, eis que o que acontecia em termos de corrupção era "abafado" no Brasil, num viés absolutamente errado e protecionista de parcela dos que comandavam o País, as chamadas elites. Parece mesmo que, entre certos políticos e partidos, por mais feio que seja, desagrada a sua imagem no espelho e, na pintura, o seu retrato.
Não se pode aceitar a hipocrisia do relativismo ético que alguns teimam em praticar. Ministros têm que ser honestos e parecerem honestos. As tardias e demoradas condenações por crimes contra o erário provam que, no Brasil, os ricos custam bem mais para serem punidos do que os folclóricos "ladrões de galinha". São eles, normalmente pobres, pretos e as prostitutas os que estão entulhando as abarrotadas prisões nacionais, começando pelo Rio Grande do Sul.
Somos, então e outra vez, assombrados com a desfaçatez dos que praticam deslizes grosseiros e as respostas dadas quando os autores são flagrados. Há uma fragmentação do ego na vida política nacional. As impressões éticas da Nação parecem sofrer uma forma de mutilação na base da própria satisfação, sem importar o todo, a consciência nacional, o nosso sofrido povo.
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