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- Publicada em 16 de Novembro de 2016 às 22:07

População negra tem mais dificuldade no acesso à saúde

Simpósio realizado em Porto Alegre discute maior inclusão de negros no SUS

Simpósio realizado em Porto Alegre discute maior inclusão de negros no SUS


JOÃO MATTOS/arquivo/JC
Igor Natusch
De acordo com a Secretaria de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde, a taxa de mortalidade materna no País, em 2011, era de 68,8 mulheres negras para cada 100.000 pessoas, contra 50,6 para mulheres brancas. Além disso, a quantidade de mães negras que declararam fazer sete ou mais consultas pré-natal (acima do mínimo recomendado, de seis) foi de 55,7% entre mulheres negras, enquanto na população branca chega a 74,5%. Para combater situações que geram problemas como esses no acesso à saúde para a população negra do Brasil, Porto Alegre sedia o 1º Simpósio Internacional de Saúde da População Negra, que se iniciou na terça-feira e terá as últimas palestras na tarde de hoje.
De acordo com a Secretaria de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde, a taxa de mortalidade materna no País, em 2011, era de 68,8 mulheres negras para cada 100.000 pessoas, contra 50,6 para mulheres brancas. Além disso, a quantidade de mães negras que declararam fazer sete ou mais consultas pré-natal (acima do mínimo recomendado, de seis) foi de 55,7% entre mulheres negras, enquanto na população branca chega a 74,5%. Para combater situações que geram problemas como esses no acesso à saúde para a população negra do Brasil, Porto Alegre sedia o 1º Simpósio Internacional de Saúde da População Negra, que se iniciou na terça-feira e terá as últimas palestras na tarde de hoje.
As atividades ocorrem no Campus Central da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Ufrgs) e no Kilombo do SUS, estrutura montada próximo ao espelho d'água do Parque da Redenção. No segundo local, o Ministério da Saúde promove a confecção gratuita do cartão SUS, além de orientar sobre a anemia falciforme, doença que atinge especialmente pardos e negros. As discussões do simpósio buscam meios de fortalecer no País a implementação da Política Nacional de Saúde da População Negra, e também pedem que sejam intensificadas ações dentro do Sistema Único de Saúde (SUS) direcionadas a esse recorte social.
Participando, na tarde de ontem, do painel "Os impactos do racismo na infância e na juventude: prevenção e cuidado na rede psicossocial", o psicólogo do Instituto Amma, Emiliano de Camargo David, diz que é preciso tirar o conceito de raça e cor dos formulários de entrada e trazê-los para dentro do atendimento e das equipes de hospitais e postos de saúde. "Ninguém pensa um tratamento sem pautar a idade do paciente, por exemplo. O mesmo sintoma, em uma pessoa de 70 anos e em uma de 30 anos, ganha significados muito diferentes. Precisamos discutir os conceitos de raça e cor da mesma forma, eles são muito mais significativos do que um mero dado cadastral", defende.
Muitas das discussões do evento foram direcionadas ao acesso à saúde como meio de inclusão social, com foco em grupos ligados à comunidade negra. Representando o Quilombo dos Alpes, na Capital, Karina Ellias explica que a adoção da Estratégia de Saúde da Família tornou "mais igualitário" o acompanhamento na comunidade. Mas ainda há problemas. Segundo ela, faltam saneamento básico, luz e água para parte dos moradores. A própria Karina trabalha em um posto de saúde, de forma que "vê os dois lados" da relação. "É um trabalho de formiguinha, fazer a comunidade entender o posto não só como lugar para tratar doenças, mas para prevenção também."
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