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CONSUMO

- Publicada em 06 de Novembro de 2016 às 23:43

Crescimento de derivados da uva e do vinho

CADERNO VINHOS E ESPUMANTES 2013.
CADERNO GASTRONOMIA E VINHOS 2013.

VINÍCOLA GARIBALDI EM GARIBALDI

NA FOTO: GARRAFAS DE SUCO DE UVA PRODUZIDOS PELA VINÍCOLA GARIBALDI. PROCESSO DE INDUSTRIALIZAÇÃO, PRODUÇÃO, FÁBRICA, GARRAFAS

CADERNO VINHOS E ESPUMANTES 2013. CADERNO GASTRONOMIA E VINHOS 2013. VINÍCOLA GARIBALDI EM GARIBALDI NA FOTO: GARRAFAS DE SUCO DE UVA PRODUZIDOS PELA VINÍCOLA GARIBALDI. PROCESSO DE INDUSTRIALIZAÇÃO, PRODUÇÃO, FÁBRICA, GARRAFAS


JOÃO MATTOS/arquivo/JC
No balanço de 2015, os números fecharam positivos para o setor vitivinícola. O Instituto Brasileiro do Vinho (Ibravin) revelou que o setor teve crescimento de 6,9% em volume de produtos derivados da uva e do vinho. O melhor desempenho veio dos sucos de uva prontos para consumo (aumento de 30,5% em relação a 2014) e dos espumantes (crescimento de 11,9%). Nos vinhos tranquilos, os vinhos de mesa se mantiveram estáveis, e os finos aumentaram 2,6%.
No balanço de 2015, os números fecharam positivos para o setor vitivinícola. O Instituto Brasileiro do Vinho (Ibravin) revelou que o setor teve crescimento de 6,9% em volume de produtos derivados da uva e do vinho. O melhor desempenho veio dos sucos de uva prontos para consumo (aumento de 30,5% em relação a 2014) e dos espumantes (crescimento de 11,9%). Nos vinhos tranquilos, os vinhos de mesa se mantiveram estáveis, e os finos aumentaram 2,6%.
Ainda que não tenham crescido em volume, os vinhos de mesa aumentaram a comercialização de produtos engarrafados 6,2%, contrabalançando a queda na comercialização a granel e em garrafões.
O pesquisador-chefe adjunto da Embrapa Uva e Vinhos, José Fernando da Silva Protas, explica que cada um dos produtos derivados da uva e do vinho tem demandas e peculiaridades próprias que interferem em seu desempenho final. Veja, no quadro acima, a análise de Protas sobre o momento do mercado para os diferentes produtos vitivinícolas.

Desempenho de vendas dos produtos vitivinícolas gaúchos em 2015

  • Espumantes em geral: aumento de 11,9%, (18,7 milhões de litros vendidos)
  • Espumantes moscatéis: aumento de 15,8% (4,9 milhões de litros vendidos)
  • Sucos de uva prontos para o consumo: aumento de 30,5% (117,7 milhões de litros vendidos)
  • Sucos naturais/integrais: aumento de 29,8% (108,3 milhões de litros vendidos)
  • Sucos de uva reprocessados e/ou reconstituídos: aumento de 101,5% (5,2 milhões de litros vendidos)
  • Vinhos tranquilos, incluindo os de mesa e os de variedades viníferas: aumento de 0,9%, (227,3 milhões de litros vendidos).
Vendas em 2015
  • Vinhos de mesa: 207,6 milhões de litros (+ 0,7% em relação a 2014)
  • Vinho fino: 19,7 milhões de litros (+2,6% em relação a 2014)
Dados do Cadastro Vinícola, mantido por meio de parceria entre Ibravin, Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) e Secretaria de Agricultura, Pecuária e Irrigação do RS. Os dados são referentes às vinícolas do Rio Grande do Sul.

As peculiaridades de cada produto

Suco de uva concentrado
Grande parte do suco de uva concentrado serve como insumo para a fabricação de outros produtos como néctar, alguns tipos de refrigerantes e até a indústria de doces. Além disso, há uma grande inserção deste produto no mercado internacional. Por isso, a bebida tem a peculiaridade de ter seu desempenho relacionado a diferentes fatores e segmentos da economia, revelando-se o mais complexo do produtos da cadeia. Os números de 2016 devem revelar uma baixa queda, pois, devido à escassez de matéria-prima, não houve produção suficiente para atender os mercados plenamente.
Suco pronto para beber
É o segmento que mais cresce na da cadeia produtiva, com um mercado saltando de 37 milhões de litros, em 2010, para 117,7 milhões de litros, em 2015. A expectativa é de que a bebida siga crescendo, pois está inserida dentro de um mercado que atende a uma concepção de alimentação saudável. Assim como já são de amplo conhecimento os benefícios do vinho tinto, estudos também têm comprovado as qualidades do suco de uva com um alimento funcional benéfico à saúde.
Vinho de mesa
O segmento que foi a sustentação do setor vitivinícola, e até hoje representa grande parte do negócio da vitivinicultura do RS, vem passando por transformações interessantes. Desde 2005, quando se produziam 270 milhões de litros, o mercado diminuiu gradualmente até chegar a 207 milhões de litros em 2015. O sucesso do suco de uva tem gerado uma disputa pela fruta que era tradicionalmente destinada ao vinho de mesa. Nesse contexto, as grandes vinícolas têm adotado ações para valorizar o vinho de mesa, como engarrafá-lo no local de origem, buscando qualidade e colocando o seu rótulo para ter um produto mais sofisticado (historicamente, entre 60 e 70% do vinho de mesa produzido na Serra já foi vendido a granel para ser engarrafado no centro do país). Trata-se de um rearranjo estratégico interessante que traz mudanças à competitividade do segmento.
Vinho fino
A produção tem se mantido estável, entre 19 e 20 milhões de litros nos últimos anos. Atualmente, cerca de 80% do mercado brasileiro de vinho fino é ocupado por bebidas importadas. Embora o setor esteja tentando abrir o mercado de vinhos finos, encontra desafios transversais. Desde sensibilizar e orientar o consumidor para o equívoco de que basta o vinho ser importado para ser superior, até avanços em políticas tributárias que prejudicam a sua competitividade, o vinho fino ainda tem um longo caminho a percorrer.
Umas das ações que vêm sendo trabalhadas é a organização em torno das indicações geográficas, que fornecem uma certificação de qualidade ao vinho produzido em cada região.
Espumante
Junto ao suco de uva, é o segmento melhor sucedido do setor. De 2014 a 2015 houve aumento de 12% no consumo de espumantes e moscatéis. Isso porque, diferentemente do vinho fino tranquilo, o espumante brasileiro conseguiu consolidar junto ao consumidor a imagem de produto de qualidade a preço competitivo. Consolidadas no mercado interno, as empresas têm focado no aprimoramento da qualidade dos produtos. Atualmente, o volume de espumante comercializado no mercado interno está próximo do de vinho fino nacional. Em 2015, foram 19,8 milhões de litros de vinho fino e 18,8 milhões de litros de espumante, que chegou a esse patamar após um crescimento significativo desde 2010, quando eram produzidos 12,6 milhões de litros por ano. E a tendência é de que o volume de espumantes continue crescendo nos próximos anos.