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Mercado de Capitais

- Publicada em 30 de Novembro de 2016 às 19:40

Tesouro Direto muda horários de compra e venda de títulos públicos

A BM&FBovespa começou a distribuir para corretoras ofício circular com as mudanças no Tesouro Direto que serão anunciadas hoje. Entre as alterações, que passam a valer a partir do próximo sábado, dia 3, estão o novo horário para compra e venda dos títulos e a simplificação de termos para facilitar a compreensão dos investidores.
A BM&FBovespa começou a distribuir para corretoras ofício circular com as mudanças no Tesouro Direto que serão anunciadas hoje. Entre as alterações, que passam a valer a partir do próximo sábado, dia 3, estão o novo horário para compra e venda dos títulos e a simplificação de termos para facilitar a compreensão dos investidores.
As palavras "compra" e "venda" serão substituídas pelas expressões "investir" e "resgatar". A ideia, de acordo com Fabrício Tota, gerente do home broker da corretora Socopa, é se aproximar dos termos usados para aplicações mais tradicionais, como poupança e fundos de investimento. "Ninguém fala que vai comprar uma poupança ou um fundo. Os investidores usam a expressão 'investir'. E quando você fala em 'resgatar', fica mais fácil de entender que vai retirar o dinheiro", afirma.
Mas a principal mudança será nos horários de negociação dos títulos. Uma delas é a sincronia dos horários de compra e venda dos títulos. Hoje, em dias úteis, o investidor só pode vender os títulos das 18h de um dia até as 5h do dia seguinte. A compra ocorre das 9h às 5h. Nos fins de semana, não há restrições de horário.
A partir de sábado, as compras e vendas poderão ser feitas entre 9h30min e 18h. Entre 5h e 9h30min, o mercado permanecerá fechado para negociação. E entre 18h e 5h só poderão ser agendadas compras e vendas para liquidação na sessão seguinte, assim como aos fins de semana.
A dinâmica vai ficar parecida com a do pregão da Bolsa de Valores. "Para quem queria comprar, piorou um pouco, porque restringe o horário para quem estava acostumado a fazer isso quando chegasse em casa. Por outro lado, quem quer resgatar antes do vencimento pode aproveitar o preço durante o 'pregão', em vez de deixar passar uma boa oportunidade", afirma Tota, da Socopa. Isso acontece porque, durante a sessão, as cotações dos títulos sofrem ajustes em três períodos para refletir o dia a dia do mercado, o que afeta os juros pagos pelos títulos.
A avaliação é parecida com a de Natalia Sixel, gerente comercial da Ativa Investimentos. "O investidor conseguirá aproveitar um preço que for melhor para ele, principalmente em papéis prefixados e atrelados à inflação, que são mais sensíveis à oscilação de juros no mercado", diz. "É uma forma de aumentar ainda mais a liquidez das negociações", destaca.
Essas oscilações costumam ocorrer quando há alguma notícia que afete o mercado. Recentemente, a eleição de Donald Trump nos Estados Unidos provocou a interrupção dos negócios. Na última sexta-feira, dia 25, o mercado reagia à instabilidade nos juros provocada pela notícia de que o ex-ministro da Cultura Marcelo Calero afirmou ter sido pressionado pelo presidente Michel Temer para achar uma "saída" para um empreendimento de interesse do então ministro Geddel Vieira Lima (Secretaria de Governo)
Para Natalia Sixel, a nova configuração de horário é mais fácil de ser entendida pelo investidor. "Deveria ser difícil entender que podia comprar a hora que quisesse, mas não podia vender. Essa mudança deixa o Tesouro menos engessado."
A principal mudança realizada no programa ocorreu em março de 2015, quando o Tesouro decidiu mudar o nome dos títulos vendidos e reformulou o site. Com isso, saiu de cena a sopa de letrinhas das iniciais dos nomes dos papéis e entrou uma nomenclatura mais direta. A LFT (Letra Financeira do Tesouro), que acompanha as variações da taxa básica de juros, passou a se chamar Tesouro Selic.
Outra mudança foi o estabelecimento da recompra diária dos títulos, para aumentar a liquidez do mercado. Antes, quem quisesse se desfazer dos papéis tinha que esperar até a quarta-feira.
Desde a mudança, o número de investidores mais que dobrou, saltando de pouco mais de 484 mil para 1,024 milhão em outubro deste ano.
 

O TESOURO DIRETO E SUAS REGRAS

O que é
Papéis da dívida pública federal que podem ser comprados pelo investidor diretamente do governo. O próprio investidor decide quais títulos comprar e pode vendê-los quando quiser. O governo garante a recompra
Como investir
O investidor se cadastra em alguma instituição autorizada pelo Tesouro (corretora ou banco) e recebe a senha de acesso a uma área restrita, em que são realizadas as operações de compra e venda. No site do Tesouro há os preços e as taxas dos títulos
Sistema integrado
Algumas instituições têm o sistema integrado com o do Tesouro. Nesse caso, as compras podem ser feitas no site delas, mas o acesso restrito segue para consultas
Valor mínimo
A quantidade mínima de compra é a fração de 0,01 título, ou seja, 1% do valor de um título, desde que seja respeitado o limite mínimo de R$ 30 e o máximo de R$ 1 milhão por mês

ENTENDA OS TÍTULOS

Tesouro Selic
Rentabilidade: Taxa Selic
Recomendação: Cenário incerto ou previsão de juro salto
Tesouro IPCA
Rentabilidade: IPCA juro prefixado* do dia da compra
Recomendação: Proteção contra a inflação e garantia de juros real*, acima da inflação
Tesouro IPCA com juros semestrais
Rentabilidade: IPCA mais juro prefixado* do dia da compra. Juro pago a cada seis meses
Recomendação: Proteção contra a inflação e garantia de juros real*, acima da inflação
Tesouro prefixado
Rentabilidade: taxa prefixada* do dia da compra
Recomendação: Para quem acha que a taxa negociada será maior que a Selic do período
Tesouro prefixado com juros semestrais
Rentabilidade: Taxa prefixada* do dia da compra. Juro pago a cada seis meses
Recomendação: Expectativa de juro em queda e horizonte de tempo longo