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Economia

- Publicada em 17 de Novembro de 2016 às 17:21

Desemprego entre os negros permanece maior


MARCOS NAGELSTEIN/JC
Guilherme Daroit
A grande elevação na taxa de desemprego em 2015, classificada como a mais forte desde o início da série histórica da Pesquisa de Emprego e Desemprego (PED) na Região Metropolitana de Porto Alegre, em 1993, não mudou o quadro de menor inserção dos negros no mercado de trabalho. No ano passado, enquanto o desemprego entre os não negros fechou em 8,1%, o percentual de negros sem ocupação foi muito maior, de 12,6% - números que compõem o desemprego geral, que foi de 8,7% em 2015.
A grande elevação na taxa de desemprego em 2015, classificada como a mais forte desde o início da série histórica da Pesquisa de Emprego e Desemprego (PED) na Região Metropolitana de Porto Alegre, em 1993, não mudou o quadro de menor inserção dos negros no mercado de trabalho. No ano passado, enquanto o desemprego entre os não negros fechou em 8,1%, o percentual de negros sem ocupação foi muito maior, de 12,6% - números que compõem o desemprego geral, que foi de 8,7% em 2015.
A taxa pode ser afetada por dois movimentos: o nível ocupacional, que determina quantas pessoas efetivamente estão empregadas, e a População Economicamente Ativa (PEA), que varia conforme as pessoas saem ou entram do mercado de trabalho, mesmo que apenas procurando uma vaga. Em 2015, ambos contribuíram para o aumento na taxa entre a população negra. Enquanto o número de negros empregados caiu 1,3%, ou três mil vagas, a PEA aumentou 3,1%, o que significa 8 mil negros a mais no mercado.
Os dados detalhados são divulgados anualmente pela PED-RMPA, parceria entre Fundação de Economia e Estatística (FEE), Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) e Fundação Gaúcha do Trabalho e Ação Social (Fgtas), para marcar o Dia da Consciência Negra, comemorado no domingo (20). O objetivo é subsidiar os gestores públicos para políticas que busquem reduzir a discriminação e desigualdade racial no mercado.
Para a economista da FEE, Iracema Castelo Branco, um dos pontos a se ressaltar é a diminuição da desigualdade de renda. "A trajetória de queda na diferença de rendimento, que vinha acontecendo nos últimos anos, não foi interrompida em 2015", argumenta. Dessa vez, porém, isso aconteceu porque os negros tiveram uma queda no rendimento menor do que os não-negros. O motivo é que, em 2015, ainda na primeira fase da recessão econômica, as demissões aconteceram principalmente nos trabalhadores mais velhos e naqueles com maiores salários, faixa onde a participação de homens e não negros é maior.
Com isso, mesmo vendo sua renda mensal média cair de R$ 1.898,00 para R$ 1872,00 (-1,4%), os homens negros da região passaram a ganhar 79% do que ganham os não-negros. Em 2014, esse percentual era de 71,9%. Ao contrário dos não negros, porém, onde os homens foram os mais afetados pela queda nos rendimentos, entre a população negra quem mais sofreu foram as mulheres. As negras perderam 9,2% de sua renda, passando a ganhar em média R$ 1.349,00. O valor corresponde a apenas 56,9% do que ganham os homens não negros.
Já entre os setores, consolidou-se ainda mais a maior presença de homens negros na construção. O ramo passou a responder por 17,8% dos negros ocupados, ante 17,4% no ano anterior - entre os homens não negros, esse percentual é de apenas 11,2%. Na indústria, por sua vez, a mão de obra negra é menos representativa, com apenas 15,3% dos homens negros ocupados, enquanto entre os homens não negros a participação chega a 20,6%. Nos serviços e no comércio, o percentual é parecido entre as duas classes.
Entre as mulheres, a maior participação de negras é nos serviços, que respondem por 76,1% da ocupação. Com as mulheres não negras, a taxa é menor, de 67,3%. Já as vagas do comércio respondem por 15,1% dos empregos para negras (nas não negras, chega a 18,1%), e a indústria, por 7,8% (entre as não negras é de 13,3%). A construção civil não possui amostra suficiente de mulheres empregadas, em ambas as categorias.
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