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Indústria

- Publicada em 09 de Novembro de 2016 às 22:27

Mahindra planeja aumentar produção no Brasil

No Rio Grande do Sul, empresa fabrica modelos de 45 cv a 92 cv

No Rio Grande do Sul, empresa fabrica modelos de 45 cv a 92 cv


MAHINDRA/divulgação/jc
Apesar de não citar números no momento, o grupo indiano Mahindra adianta que pretende fazer uma agressiva expansão da sua capacidade de fabricação de tratores no Brasil. Atualmente, a planta da empresa, no município de Dois Irmãos, pode produzir até 1,2 mil veículos desse tipo ao ano.
Apesar de não citar números no momento, o grupo indiano Mahindra adianta que pretende fazer uma agressiva expansão da sua capacidade de fabricação de tratores no Brasil. Atualmente, a planta da empresa, no município de Dois Irmãos, pode produzir até 1,2 mil veículos desse tipo ao ano.
Recentemente, a companhia informou que a operação no País passaria a ser gerida pela própria Mahindra, reportando-se à filial nos Estados Unidos, como já ocorre com México e Canadá. Até então, a Bramont era responsável pela marca no cenário local. O presidente da Mahindra Estados Unidos, Mani Iyer, destaca que o grupo possui, hoje, uma pequena participação na comercialização de tratores no Brasil, porém "são grandes os planos para a região". O executivo acrescenta que, nos principais mercados do planeta, a companhia está entre os três maiores players do setor e não há motivos para o mesmo não ocorrer no País.
Iyer afirma que a ideia é duplicar ou triplicar o investimento feito até agora. Em 2012, quando o grupo anunciou a operação da fábrica em Dois Irmãos, divulgou que seriam aportados entre US$ 40 milhões e US$ 50 milhões. Ainda não está definido se a ampliação da capacidade da companhia acontecerá no município gaúcho, contundo o diretor-geral de Operações da Mahindra Brasil, Jak Torretta Junior, diz que a intenção é continuar no Rio Grand do Sul.
Por enquanto, no Estado são montados três modelos mundiais da marca, de 45 a 92 cv e a empresa pretende elevar para seis esse número. O grupo também investirá na ampliação da rede concessionária. Ao longo do próximo ano, a meta é dobrar a quantidade de pontos de venda no País, passando de 11 para mais de 20. O foco da abertura desses estabelecimentos serão estados como Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná e São Paulo.
Torretta Junior argumenta que para investir durante uma crise econômica é preciso montar um plano de negócios adequado e trabalhar passo a passo. O dirigente informa que o mercado nacional de tratores hoje está cerca de 30% abaixo do desempenho do ano passado, sendo que a perspectiva é comercializar algo entre 30 mil a 35 mil unidades em 2016. Torretta Junior e Iyer participaram ontem de entrevista coletiva para comentar os planos da companhia. Durante a ocasião, o presidente da Mahindra Estados Unidos também foi questionado sobre o resultado da eleição norte-americana. O executivo foi diplomático na resposta. Comentou que Barack Obama fez um bom trabalho para os Estados Unidos continuarem crescendo e manteve uma boa relação externa. Quanto a Donald Trump, salientou que se trata de um empresário de sucesso e que, provavelmente, fará bem para o país.

Justiça determina a indisponibilidade de bens dos diretores da Comil de Erechim

O bloqueio de até R$ 20 milhões nas contas particulares, a proibição de transferência de veículos e a indisponibilidade dos bens imóveis dos sócios Dairto Corradi, Deoclécio Corradi e Diógenes Corradi Pagliosa foi determinado pela juíza Paula Silva Rovani Weiler, da 3ª Vara do Trabalho de Erechim em resposta à ação movida pelo Ministério Público do Trabalho de Passo Fundo. O objetivo é assegurar recursos para o pagamento das verbas rescisórias dos 850 trabalhadores demitidos no início de setembro. O acerto das dívidas dos trabalhadores foi incluído na recuperação judicial da empresa e o pagamento pode demorar até um ano para acontecer, segundo estimativa da justiça.
Na decisão, a juíza destacou que "ficou evidente" que a recuperação judicial foi proposta com evidente abuso de direito. "Ficou cristalino que a reclamada não pretendia realizar o pagamento dos valores rescisórios, posto que realizou a dispensa dos empregados poucos dias antes do ajuizamento da recuperação judicial". Esta conduta, segundo a juíza " já comprova que a intenção da empresa nunca foi honrar o pagamento das verbas rescisórias, mas usar da recuperação judicial, com abuso de direito, para obstar o cumprimento dos direitos trabalhistas, já que uma ação de recuperação judicial não se prepara em poucos dias, ainda mais na complexidade do caso da demandada".
A juíza considerou que a Comil violou importantes conceitos constitucionais e trabalhistas ao incluir o pagamento das verbas rescisórias na recuperação judicial e considerou que a execução deve ser redirecionada contra os sócios controladores porque "deve-se ressaltar que o empregado não assume os riscos do empreendimento, uma vez que jamais participa dos seus lucros e não tem qualquer ingerência sobre os destinos da empresa". Em outro trecho da decisão, ressalta que " e indefensável exigir que o trabalhador abra mão de sua capacidade de trabalho, com o objetivo da sua subsistência e da sua família, sem a correspondente contraprestação , porquanto, esta é o encargo principal do empregador ".
Os demitidos foram comunicados da decisão ontem, numa assembleia realizada no sindicato. O presidente da entidade, Fábio Adamczuk, destacou que "se torna cada vez mais evidente que as reuniões realizadas entre empresa e sindicato serviram para simular uma negociação". Segundo a entidade, a empresa afastou todos os trabalhadores, colocando-os em licença remunerada, impossibilitando a discussão e a tomada de decisão entre sindicato e trabalhadores, pois já estava tudo planejado. "Se tivéssemos fechado qualquer acordo para viabilizar as demissões, até mesmo aceitando o parcelamento das verbas rescisórias em duas, três ou cinco vezes, não teria validade, pois as verbas rescisórias de qualquer forma estariam dentro da recuperação judicial, estava tudo planejado para demitir e jogar no colo dos trabalhadores a responsabilidade pela ineficácia administrativa demonstrada pela direção da empresa nos últimos anos", afirmou Adamczuk.