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Indústria

- Publicada em 07 de Novembro de 2016 às 18:02

Montadoras têm a pior produção para outubro em 13 anos

Companhias automobilísticas fabricaram 174,2 mil unidades durante o mês passado

Companhias automobilísticas fabricaram 174,2 mil unidades durante o mês passado


JOSÉ PATRÍCIO/AE/JC
Com 174,2 mil veículos produzidos, em uma queda de 15,1% na comparação anual, as montadoras terminaram o mês passado amargando o outubro mais fraco em termos de atividade do setor em 13 anos. Em relação a setembro, quando o resultado foi, em parte, comprometido pela parada de produção nas fábricas da Volkswagen que se estendeu na primeira quinzena daquele mês, houve alta de 2,3% na produção de carros de passeio, utilitários leves, caminhões e ônibus. O balanço foi divulgado ontem pela Anfavea, entidade que representa os fabricantes de veículos instalados no País.
Com 174,2 mil veículos produzidos, em uma queda de 15,1% na comparação anual, as montadoras terminaram o mês passado amargando o outubro mais fraco em termos de atividade do setor em 13 anos. Em relação a setembro, quando o resultado foi, em parte, comprometido pela parada de produção nas fábricas da Volkswagen que se estendeu na primeira quinzena daquele mês, houve alta de 2,3% na produção de carros de passeio, utilitários leves, caminhões e ônibus. O balanço foi divulgado ontem pela Anfavea, entidade que representa os fabricantes de veículos instalados no País.
O desempenho leva para 1,74 milhão de veículos o total fabricado pelas montadoras desde janeiro, também no menor volume, entre períodos equivalentes, desde 2003. Frente aos 10 primeiros meses de 2015, o corte na produção foi de 17,7%, em um reflexo do esforço das montadoras para normalizar estoques e adequar o ritmo das linhas de montagem a um mercado menor.
Só nas fábricas de carros de passeio e comerciais leves, como picapes, a produção somou 167,9 mil unidades durante o mês passado, 14,8% abaixo de igual período de 2015. Frente a setembro - mês que teve um dia útil a mais -, a produção nessa categoria cresceu 2,8%. Já nas linhas de montagem de caminhões, houve queda de 31,8% na comparação anual e 4,4% em relação a setembro, em um total de 4,6 mil veículos produzidos no mês passado.
O balanço da Anfavea mostra ainda que a produção de ônibus, de 1,7 mil unidades, teve alta de 34,3% em relação a outubro de 2015. No comparativo mensal, a fabricação de coletivos caiu 22,9%.
Já as vendas de veículos tiveram queda de 17,2% no mês passado, se comparadas a outubro de 2015. Entre carros de passeio, utilitários leves, caminhões e ônibus, 159 mil veículos foram comercializados.
Ainda que tenha se mantido em ritmo baixo - inferior a 8 mil unidades -, a média de venda a cada dia que as concessionárias abriram as portas teve um leve crescimento de 4,4%. Apesar disso, como o mês passado teve um dia útil a menos, o resultado consolidado acabou sendo 0,6% inferior ao volume total registrado em setembro. Foi o pior outubro em vendas de veículos no País em 11 anos.
No acumulado dos 10 primeiros meses de 2016, as vendas, de 1,67 milhão de unidades - no pior número em uma década -, tiveram queda de 22,3% no comparativo com igual período de 2015.
Por categoria, os emplacamentos de automóveis de passeio e utilitários leves, como picapes e vans, caíram 16,4% na comparação com outubro de 2015 e ficaram estagnados - variação zero - em relação a setembro. No total, 155 mil carros foram comercializados no mês passado.
Os licenciamentos de caminhões, que somaram 3,4 mil unidades em outubro, registraram queda de 40,4% se comparados ao mesmo período de 2015. Frente a setembro, a comercialização dos veículos pesados de carga recuou 17,9%.
O levantamento mostra ainda que as vendas de ônibus somaram 584 unidades no mês passado, um declínio de 34% na comparação anual. Em relação a setembro, as vendas de coletivos caíram 16,7%.
O faturamento das montadoras com exportações subiu 9,8% em outubro, na comparação com igual período de 2015, chegando a US$ 955,3 milhões. Em relação a setembro, houve queda de 3,9% no montante obtido pelo setor com embarques ao exterior.

Empresas têm 7,7 mil trabalhadores em lay-off ou PPE em todo o País

Os ajustes de mão de obra no setor automotivo também prosseguiram em outubro, quando 952 vagas foram eliminadas nas montadoras, incluindo nessa conta as fábricas de máquinas agrícolas, também associadas à Anfavea. As montadoras terminaram o mês passado com 123,7 mil pessoas ocupadas, o que significa um corte de 9,17 mil postos nos últimos 12 meses, ou 35,9 mil vagas a menos desde novembro de 2013, quando teve início o ciclo de enxugamento de empregos na indústria de veículos.
A Anfavea informou que o setor mantém cerca de 7,7 mil empregados em jornada de trabalho restrita. O número já foi maior, conforme destacou o presidente da entidade, Antonio Megale.
No fim de agosto, as montadoras tinham 22,3 mil funcionários com contratos suspensos - no chamado lay-off - ou trabalhando em esquemas de jornada curta por conta da adesão ao Programa de Proteção ao Emprego (PPE). Pelo balanço atualizado, 2,4 mil empregados seguem em lay-off, e outros 5,3 mil estão trabalhando menos horas por semana devido ao PPE.

Desempenho será forte no último bimestre, diz Anfavea

A Anfavea reforçou a expectativa de vendas superiores a 2 milhões de veículos neste ano - o que exigiria a comercialização de 332 mil unidades entre novembro e dezembro - e seu presidente, Antonio Megale, manifestou ter certeza de que a produção de veículos será "muito forte" na reta final de 2016. Novembro, segundo ele, será o melhor mês na fabricação de veículos do ano - que vem em um ritmo de montagem média mensal de 173,9 mil unidades.
A confiança de Megale se deve à retomada de duas associadas que não produziram em sua totalidade no mês passado. Embora não tenha citado nomes, uma das referências é a Volkswagen, que já adiantou planos de acelerar a produção para normalizar estoques após a parada de mais de um mês - entre agosto e setembro - causada pela rescisão de contrato com um grupo de fornecedores. Já as vendas devem ter aquecimento nos últimos dois meses do ano por conta da melhora de confiança das famílias, prestes a receber o 13º salário para voltar a consumir.
Megale comentou que a situação do mercado de caminhões, no qual as vendas caíram 31% neste ano, continua "dramática", mas as montadoras, no embalo das encomendas do agronegócio, já começam a perceber uma reação nos pedidos, o que deve levar a uma reversão "em alguns meses". "O telefone voltou a tocar", afirmou, ao se referir à volta das negociações das transportadoras com os fabricantes de veículos comerciais pesados.