Carlos Casartelli anuncia a sua desfiliação do PTB

O médico de carreira Carlos Henrique Casartelli anunciou, nesta segunda-feira, que deixará o PTB, partido ao qual é filiado desde 2005. O ex-secretário de Saúde de Porto Alegre e vereador suplente pela sigla tomou a decisão após o resultado da eleição municipal da Capital. "A política hoje não me satisfaz de maneira geral", declarou, justificando a decisão.

Casartelli assume que não acompanhou o partido na eleição deste ano - o PTB lançou Maurício Dziedricki a candidato a prefeito no primeiro turno e apoiou Nelson Marchezan Júnior (PSDB) no segundo turno - tendo votado em Luciana Genro (PSOL) no primeiro turno e em Sebastião Melo (PMDB) no domingo passado.

"Tenho uma ideologia um pouco mais à esquerda, mas hoje estes partidos também estão confusos", avalia Casartelli, que não vê esta representação nem ideologia no atual partido. "Mas não é caraterística só do PTB, é geral", completa.

Casartelli diz confiar que Marchezan fará o melhor trabalho possível, mas alerta que "fazer a gestão em uma capital é difícil". "Parece que, até agora, não há nada planejado. Mas isso é a política, os candidatos se preocupam primeiro em ganhar a eleição e agora têm dois meses para planejamento", pondera. Mesmo assim, acredita que alguns temas abordados durante a campanha, como a redução da máquina pública, já deveriam ter uma definição.

Outra crítica do ex-secretário da saúde é que, na sua visão, a maioria das propostas do tucano são muito "abertas". "São poucos itens que ele realmente se comprometeu, como abrir os postos de saúde até mais tarde, o telessaúde, que já existe", informa. "Eu sou a favor do telessaúde, mas há alguns equívocos nos comentários dele (Marchezan). O modelo já está em implantação em Porto Alegre", completa.

Mesmo admitindo que não se identifica com algumas propostas do prefeito eleito, concorda com a defesa feita por Marchezan no discurso da vitória em relação a composição de um secretariado técnico, mas que tenha "habilidade política" para viabilizar o projeto. Lembrando do próprio caso, Casartelli admite que não tem esse perfil político "e por isso acabo entrando em muitas brigas".

"Posso me filiar a outro partido, mas não pretendo ter mais nenhum cargo com status de secretariado, nem concorrer a cargo eletivo. Sou servidor público e vou seguir trabalhando até minha aposentadoria", afirma.