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eleições 2016

- Publicada em 25 de Outubro de 2016 às 22:38

Juliana Brizola é agredida em ato político na Esquina Democrática

Deputados acompanharam a candidata a vice-prefeita durante prestação de queixa na tarde de ontem

Deputados acompanharam a candidata a vice-prefeita durante prestação de queixa na tarde de ontem


WILSON CARDOSO/DIVULGAÇÃO/JC
No início da sessão de ontem na Assembleia Legislativa, a deputada Juliana Brizola (PDT) utilizou o seu tempo na tribuna para denunciar uma agressão sofrida por ela durante um ato político de sua coligação na Esquina Democrática, no Centro de Porto Alegre. A candidata a vice-prefeita de Sebastião Melo (PMDB) foi hostilizada e agarrada pelo braço por um homem em meio ao público presente no local.
No início da sessão de ontem na Assembleia Legislativa, a deputada Juliana Brizola (PDT) utilizou o seu tempo na tribuna para denunciar uma agressão sofrida por ela durante um ato político de sua coligação na Esquina Democrática, no Centro de Porto Alegre. A candidata a vice-prefeita de Sebastião Melo (PMDB) foi hostilizada e agarrada pelo braço por um homem em meio ao público presente no local.
Para relatar o caso, a parlamentar dirigiu-se à 17ª Delegacia de Polícia, onde registrou ocorrência na qual relata estar sendo perseguida nas ruas e sofrer calúnias nas redes sociais. "Vim relatar um fato, estou me sentindo ameaçada", desabafou. A sessão de ontem da Assembleia foi suspensa em solidariedade a Juliana.
A pedetista lembrou ser mulher e mãe, responsável pelos seus dois filhos pequenos. "Acredito que demorei para fazer esse registro. Depois do falecimento do Plínio (Zalewski, coordenador na campanha do PMDB), vimos que as coisas podem não ter mais retorno", comentou a deputada enquanto estava na delegacia.
De acordo com a parlamentar, os responsáveis pela agressão fazem parte do Movimento Brasil Livre (MBL), que, há um tempo, fez um vídeo acusatório a Melo e Zalewski em um canal do Youtube. Este também é o motivo de Juliana ligar a ação ao grupo. "Pelo modus operandi, os reconheço", afirma a deputada. 
Juliana narrou o acontecido. Após sua fala na Esquina Democrática, ela foi abordada por um sujeito "grande e intimidador" com um ponto eletrônico no ouvido, e a filmando com um telefone celular. "A Juju vai nos contar o motivo de ter votado em Dilma", teria dito o homem, que foi fotografado por sua assessoria. "Sabe qual o meu crime para o MBL?", perguntou a deputada, na tribuna da Assembleia. "Foi ter votado na presidenta Dilma."
Durante a sessão, todos os parlamentares que também subiram à tribuna se pronunciaram em solidariedade a Juliana, inclusive de siglas que fazem parte da coligação de Nelson Marchezan Júnior (PSDB). Frederico Antunes (PP) disse que agressões como as sofridas pela parlamentar não se restringem às eleições. "O extremismo jamais gera bons frutos, seja praticado por quem se diz de esquerda ou de direita", reagiu. Miki Breier (PSB) propôs que a saída pacífica deve ser política e se dar no Parlamento. "Fora da política, resta a barbárie. Não podemos concordar com isso."
A neta de Brizola mostra-se apreensiva. "Se acontecer algo comigo ou com minha família, tenho certeza que foi este movimento", alerta.
Pedro Ruas (PSOL) solicitou o adiamento da sessão para que os deputados pudessem acompanhar Juliana à Delegacia de Polícia. O pedido não foi acatado, por isso, o quórum foi retirado, e a ordem do dia não teve início.
Por solicitação dos parlamentares, a presidente da Assembleia, Silvana Covatti (PP) colocou à disposição a Procuradoria da Casa, que a acompanhou no registro da ocorrência. A coligação Porto Alegre pra Frente, de Nelson Marchezan, emitiu nota repudiando a agressão e prestando solidariedade a Juliana.

Movimento Brasil Livre pode acionar judicialmente a candidata do PDT

O Movimento Brasil Livre (MBL) nega a participação na agressão da deputada estadual Juliana Brizola (PDT). A coordenadora do movimento, Paula Cassol, alega não conhecer a pessoa envolvida. "Vi uma foto da pessoa nas redes sociais. Não faz parte do MBL."
"As medidas legais cabíveis serão tomadas não somente em relação às alegações da deputada Juliana, mas também quanto às acusações ligadas ao PMDB", afirma Paula, ao referir-se ao caso da morte do coordenador de do plano de governo na campanha de Melo, Plínio Zalewski.
A coordenadora propõe que as câmeras de vigilância da região sejam utilizadas pela Polícia Civil na apuração das informações. Paula diz não entender os motivos para a deputada acreditar se tratar de um ato do MBL. 
No Twitter, o movimento também se pronunciou: "Novamente políticos de caráter flexível inventam histórias mirabolantes para acuar o MBL", disse o perfil oficial do movimento na rede social.

Matérias que trancam a pauta não foram apreciadas pelo plenário

Em reunião de lideranças na Assembleia Legislativa, ficou decidido que as matérias que trancavam a pauta por terem sido enviadas pelo Executivo em regime de urgência seriam apreciadas na sessão de ontem, mas a agressão sofrida pela deputada Juliana Brizola (PDT) fez com que os parlamentares retirassem o quórum.
O líder do governo na Casa, Gabriel Souza (PMDB), afirmou que os projetos a serem apreciados são de suma importância para o bom andamento do Estado. Uma das matérias amplia a desoneração fiscal do Estado. Trata-se de um projeto enviado à Assembleia em regime de urgência pelo Executivo, que diminui a alíquota do ICMS da indústria e de empresas de engenharia. Na última sessão, sua apreciação foi interrompida também pela retirada de quórum.
Além disso, também seria apreciado outro projeto do Executivo que visa alienar prédios públicos sem ser necessária a consulta ao Legislativo, ao criar o Programa de Aproveitamento e Gestão de Imóveis.