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Opinião

- Publicada em 25 de Outubro de 2016 às 17:05

Televisão é nome de divindade

É respeito indicar o ente sagrado em maiúscula. A TV, nome do moderno deus, fala conosco e supre. Da tela todos falam olhando para o crente. Do outro lado há a imagem feita por pontos luminosos, olhando a lente da câmera. Desconhece a nossa existência. Ao vivo desejamos pará-la para autógrafo e selfie, novel deidade, a foto digital do momento em foco. Posei ao lado do jogador e do político. É recente a descoberta desta novidade de santificação. Transcende estarmos junto à celebridade da novela das oito, do centro avante polêmico e da top model. Ou do cineasta excêntrico. O famoso ao decidir um fim de semana na cidade, antes de pisar incógnito às ruas, vai ao estúdio de TV, o templo. Em entrevista dirá sua fala.
É respeito indicar o ente sagrado em maiúscula. A TV, nome do moderno deus, fala conosco e supre. Da tela todos falam olhando para o crente. Do outro lado há a imagem feita por pontos luminosos, olhando a lente da câmera. Desconhece a nossa existência. Ao vivo desejamos pará-la para autógrafo e selfie, novel deidade, a foto digital do momento em foco. Posei ao lado do jogador e do político. É recente a descoberta desta novidade de santificação. Transcende estarmos junto à celebridade da novela das oito, do centro avante polêmico e da top model. Ou do cineasta excêntrico. O famoso ao decidir um fim de semana na cidade, antes de pisar incógnito às ruas, vai ao estúdio de TV, o templo. Em entrevista dirá sua fala.
É tempo da indústria do mito, diante do credo da mostra da imagem pessoal, somado as frases gravadas na máquina de colher imagem, faz-se apostolado. Celebridade vai ao ar. É dogma. Para bendizer mente e espírito do homem beatificado por mensagem ungida. Assim seja. Vista no santuário privado do nosso lar, se encontrada às ruas, de joelhos invocamos nossa fé, em nome do autógrafo e do selfie: é graça partilhada.
Acreditamos em TV. Não mais cremos no nome impronunciável do Altíssimo, escrito muito antes, em idiomas milenares. O nome deus, ajustado ao grego théos, já era língua vulgar, tamanho intransponível a sua pronúncia e o sentido do mistério. A televisão, a palavra, andou assim, ninguém a diz inteira, reduzida por TV. Mas é forte para eleger, golpear, honrar, destruir, abre o mar ao meio, se quiser.
Crer era sacrifício, o formato da crença exprimiu martírio e associação a símbolo. A religião da imagem é melhor. Não há dor, convida pregar o itinerário da fé na pesquisa de opinião. O povo da TV, entidade superior da boa nova, pactua escolha do que quer ver. Se avistado, abracemos o admirável visto de olhos bem abertos às câmeras do estúdio templário.
Advogado
 
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