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Geral

- Publicada em 25 de Outubro de 2016 às 22:32

Censo sobre população de rua sai em dezembro

Viaduto Otávio Rocha, no Centro da Capital, transformou-se em um acampamento de sem-teto

Viaduto Otávio Rocha, no Centro da Capital, transformou-se em um acampamento de sem-teto


Marco Quintana/JC
Isabella Sander
Na primeira semana de dezembro, os porto-alegrenses saberão que cara, afinal, tem a população de rua da Capital. Iniciado em setembro, o censo foi realizado pelos departamentos de Sociologia, Antropologia e Serviço Social da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Ufrgs) e, agora, encontra-se em análise na instituição. Demandado pela Fundação de Assistência Social e Cidadania (Fasc), o estudo quantiqualitativo envolveu um questionário de campo, aplicado entre as pessoas em situação de rua de Porto Alegre.
Na primeira semana de dezembro, os porto-alegrenses saberão que cara, afinal, tem a população de rua da Capital. Iniciado em setembro, o censo foi realizado pelos departamentos de Sociologia, Antropologia e Serviço Social da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Ufrgs) e, agora, encontra-se em análise na instituição. Demandado pela Fundação de Assistência Social e Cidadania (Fasc), o estudo quantiqualitativo envolveu um questionário de campo, aplicado entre as pessoas em situação de rua de Porto Alegre.
Além do perfil dessa parcela da sociedade, a Ufrgs também realizou um levantamento sobre os técnicos e as instituições que atendem a essa população. É a primeira vez que o município encomenda essas duas pesquisas. Junto às instituições, foi feito um estudo etnográfico, com realização de visitas, entrevistas e observações. Com os técnicos, as equipes promoveram grupos focais.
O último censo a respeito da população de rua ocorreu em 2011. Na época, havia 1.347 pessoas habitando marquises, pontes e praças da Capital. Metade era nascida em Porto Alegre e quase todos os outros restantes vinham do Interior do Estado. Na época, 49,6% tinham dependência de álcool ou drogas, ou problemas nos dentes, e 33,1% apresentavam transtornos mentais.
A pesquisa está sendo coordenada pelos professores Ivaldo Gehlen, do Departamento de Sociologia, e Patrice Schuch, do Departamento de Antropologia. A análise será entregue à Fasc no final de novembro. Cerca de 30 pessoas trabalharam no questionário de campo, dividindo-se em quatro equipes que contaram com sociólogos, antropólogos e assistentes sociais e também com seis facilitadores - pessoas em situação de rua ou relacionadas com essa população, que viabilizaram o acesso àqueles que estavam mais receosos com a abordagem das equipes.
O questionário de campo seria feito em junho, mas, segundo Gehlen, uma alteração nas normas referentes à ética em pesquisas na área de ciências humanas exigiu que o questionário a ser aplicado passasse novamente pelo Comitê de Ética da Plataforma Brasil. A aprovação demorou quase três meses para ser obtida e, só então, foi possível iniciar a pesquisa, encerrada na semana passada.
"Foi coberta toda a cidade, inclusive os bairros distantes do Centro. Pensávamos que não havia pessoas em situação de rua nos bairros periféricos, mas não é verdade. Praticamente todos os bairros têm população de rua", ressalta o professor. Para realizar o estudo, os pesquisadores contaram com informações da Fasc e do próprio público-alvo.
Gehlen confirma que a população de rua está mais numerosa do que em 2011, mas o número fechado só será revelado em evento no início de dezembro, promovido pela Fasc. De qualquer forma, quem anda pelas ruas de Porto Alegre percebe esse crescente aumento - no viaduto Otávio Rocha, por exemplo, é possível observar um verdadeiro acampamento a céu aberto, com colchões e camas enfileirados.
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