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Clima

- Publicada em 17 de Outubro de 2016 às 22:08

Chuva de um mês em um dia em Porto Alegre

Várias áreas ficaram alagadas em Porto Alegre

Várias áreas ficaram alagadas em Porto Alegre


Jonathan Heckler/JC
No começo da madrugada de ontem, as trovoadas e o vento intenso já indicavam um dia de muita chuva e transtornos para os moradores da Capital. Durante todo o dia, os porto-alegrenses conviveram com alagamentos, falta de luz e deslocamento difícil em diferentes pontos da cidade, em um dia no qual choveu quase o previsto para um mês inteiro.
No começo da madrugada de ontem, as trovoadas e o vento intenso já indicavam um dia de muita chuva e transtornos para os moradores da Capital. Durante todo o dia, os porto-alegrenses conviveram com alagamentos, falta de luz e deslocamento difícil em diferentes pontos da cidade, em um dia no qual choveu quase o previsto para um mês inteiro.
Conforme o sistema Metroclima, os maiores índices foram registrados no Centro e na Zona Norte. Às 14h15min, a estação de medição do Centro Histórico registrava volume de 104mm, enquanto o Sarandi marcava 98mm e a estação do Moinhos de Vento alcançava 89,5mm. O volume de água beirou a média histórica esperada para todo o mês de outubro na Capital, de 114,3mm.
Foi muito difícil entrar em Porto Alegre na manhã de ontem. A situação mais grave foi verificada na Sertório e vias próximas, onde a circulação era muito difícil desde a madrugada. Linhas de ônibus tiveram atrasos de mais de duas horas no itinerário, o que prejudicou a chegada ao trabalho de milhares de pessoas. A entrada da cidade pela região do aeroporto ficou prejudicada, e congestionamentos atingiram a freeway e a BR-116 desde o amanhecer. Acúmulos de água na Avenida da Legalidade e na Voluntários da Pátria dificultavam ainda mais o deslocamento.
Durante a tarde, alagamentos e semáforos fora de funcionamento continuavam criando problemas. Vias como Ipiranga, Salvador França, Nilo Peçanha e Padre Cacique registraram acúmulo de água. Agentes da Empresa Pública de Transporte e Circulação (EPTC) foram deslocados para orientar o trânsito em pontos mais críticos.
O prefeito José Fortunati reuniu-se à tarde com secretários ligados ao Comitê Gestor de Serviços para planejar ações que amenizem os problemas causados pela chuva, que deve se estender na Capital até quarta-feira. A principal preocupação da Defesa Civil municipal está em um possível aumento de nível no Guaíba. O alerta se deve ao grande volume de água que desce da Serra e se acumula no delta do Jacuí, o qual deve chegar ao nível máximo nos próximos três dias. Esse cenário, combinado com uma possível mudança na direção do vento, pode causar alagamentos nas ilhas do Guaíba. Até o fechamento desta edição, o monitoramento do lago e dos arroios da Capital não apontava aumento significativo no nível das águas.
A Companhia Estadual de Energia Elétrica (CEEE), que chegou a registrar 11,4 mil clientes sem energia elétrica no auge do mau tempo, conseguiu regularizar a situação no começo da tarde. Os principais problemas foram registrados no Litoral Norte e nas cidades de Pelotas, Camaquã, Alvorada e Viamão. De acordo com a companhia, já no começo da tarde, a falta de luz estava restrita a pontos isolados de Porto Alegre.
A RGE era a companhia que registrava maiores problemas no fornecimento, com cerca de 30 mil clientes sem luz às 17h, em especial no Planalto e na Serra. O consórcio AES Sul, por sua vez, contabilizava 4 mil pontos sem luz até o final da tarde de ontem.

Pelo menos 39 cidades sofrem danos com o temporal

Várias áreas ficaram alagadas em Porto Alegre

Várias áreas ficaram alagadas em Porto Alegre


Jonathan Heckler/JC
Não foi somente a Capital que sofreu com o intenso volume de água. A Defesa Civil do Estado registrou pelo menos 39 municípios com algum tipo de dano em função da precipitação. Desde sábado, todas as regiões foram atingidas e registraram fortes ventos, raios e granizo. Ontem, a chuva se concentrou principalmente entre as regiões Metropolitana, Central e dos Vales. Cachoeira do Sul registrou 197mm de chuva em três dias, o maior acumulado do Estado.
Pantano Grande, na região Central, com 400 famílias atingidas, e Novo Hamburgo, na Região Metropolitana, com 300, foram as cidades mais prejudicadas. Segundo o coronel Alexandre Martins, subchefe da Coordenadoria Estadual de Proteção e Defesa Civil, os afetados em Pantano Grande não querem deixar suas casas, mas abrigos estão sendo preparados para lidar com a situação. No total, o Estado tem 945 residências afetadas, e 52 famílias precisaram deixar o lugar onde moram.
Em Esteio, por exemplo, o acumulado de chuva passou dos 140mm, bem acima da média esperada para o mês, de 114mm. Em Lajeado, uma ponte quase foi coberta pela água do rio. Em Novo Hamburgo, foram 125mm, contrariando a previsão inicial, que esperava 40mm. A concentração de chuva afetou a Unidade de Saúde da Família Morada dos Eucaliptos, na rua Octávio Oscar Bender, que ficará temporariamente fechada, e o Pronto Atendimento, no Centro, teve infiltrações.
Em São Leopoldo, a Defesa Civil municipal registrou mais de 125mm de chuva em 24 horas. Segundo o órgão, a ausência de planejamento e integração de projetos urbanos é a causa dos alagamentos. Não houve necessidade de remover famílias, embora o nível do Rio dos Sinos esteja aumentando. Os bairros mais atingidos foram Campira, Santos Dumont e Vila Brás.
Em Canoas, na Região Metropolitana, choveu 140mm, ultrapassando o volume equivalente à chuva registrada em outubro de 2015, de 134mm. Os alagamentos ficaram restritos aos bairros Mathias Velho, Harmonia e Mato Grande. Duas famílias do Mathias Velho foram retiradas das casas.
A forte instabilidade também foi verificada em Santa Maria, na região Central. Problemas foram relatados na Vila Pôr do Sol, nos bairros Lorenzi e Salgado Filho, e no Residencial Lopes. A escola infantil Casa da Criança teve de interditar três salas devido ao excesso de chuva. O colégio Sérgio Lopes suspendeu as aulas no turno da tarde devido à elevação do nível das águas do arroio Cadena.
A BR-116 foi bloqueada do quilômetro 171 ao 184, devido à queda de árvores e barreiras. A alternativa é a RS-452, passando por Feliz, até a RS-122, em Nova Petrópolis. Hoje, às 12h, será feita uma vistoria.

Queda de árvore mata criança em Tubarão, no sul de Santa Catarina

Em decorrência dos fortes ventos registrados na região sul de Santa Catarina, uma menina de sete anos morreu em Tubarão. A criança estava com o pai em um carro que foi atingido por duas árvores que tombaram sobre o veículo. O homem não sofreu ferimentos graves, mas foi internado em estado de choque.
Além disso, um fenômeno denominado como tsunami meteorológico atingiu a praia de Balneário Rincão no domingo, também no sul do estado. Veículos que estavam estacionados perto do mar ficaram submersos e foram arrastados após serem atingidos por uma onda gigante.
Conforme a Defesa Civil, os ventos atingiram 97 km/h no domingo em Araranguá. Milhares de casas foram destelhadas pelas rajadas. Cerca de 140 mil clientes ficaram sem energia elétrica nos 20 municípios da região. O mau tempo deve continuar pelo menos até amanhã no estado vizinho.