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Esportes

- Publicada em 11 de Outubro de 2016 às 16:01

Impasse sobre situação de Del Nero mantém dinheiro da Copa bloqueado

Agência Estado
O impasse sobre a situação do presidente da CBF, Marco Polo Del Nero, impede que a Fifa transfira ao futebol brasileiro quase US$ 100 milhões, dinheiro que havia sido prometido pela entidade máxima do esporte como fruto do que obteve em renda na Copa do Mundo de 2014. Nesta segunda-feira, em Zurique, o Comitê de Auditoria da Fifa voltou a se reunir. Mas não houve uma aprovação da liberação dos recursos para a CBF.
O impasse sobre a situação do presidente da CBF, Marco Polo Del Nero, impede que a Fifa transfira ao futebol brasileiro quase US$ 100 milhões, dinheiro que havia sido prometido pela entidade máxima do esporte como fruto do que obteve em renda na Copa do Mundo de 2014. Nesta segunda-feira, em Zurique, o Comitê de Auditoria da Fifa voltou a se reunir. Mas não houve uma aprovação da liberação dos recursos para a CBF.
Entre os dirigentes, a constatação é de que, enquanto a situação de Del Nero não for resolvida, o dinheiro não será liberado. O brasileiro foi indiciado nos Estados Unidos. Mas não renunciou de seu cargo de comando na CBF. Apesar de não poder viajar ao exterior, sob o risco de ser detido e entregue à Justiça norte-americana, ele ainda não foi punido pela Fifa e nem julgado. Seu caso, porém, já foi aberto em Zurique.
Nas últimas semanas, o novo presidente da Fifa, Gianni Infantino, tem estabelecido uma relação de cooperação com a Conmebol, se envolvendo diretamente na reforma da Copa Libertadores e indicando uma assistência financeira para o futebol feminino, futsal e futebol de praia.
Internamente, tanto a CBF quanto a Conmebol iniciaram processos de reformas, na esperança de convencer a Fifa de que a região, que foi o epicentro do escândalo de corrupção no futebol em 2015, está sofrendo mudanças importantes.
Mas, por enquanto, é a situação de Del Nero que impede o envio do fundo da Copa. Dos US$ 100 milhões iniciais prometidos como parte da renda obtida em 2014, apenas 8% foram enviados ao Brasil. Mas isso ocorreu antes da prisão de José Maria Marin, em maio de 2015. Desde então, o ex-auditor chefe da Fifa, Domenico Scala, optou por congelar toda a transferência.
A reportagem apurou com exclusividade que, ainda em 2015, Del Nero e o restante dos dirigentes sul-americanos se queixaram da atitude de Scala de bloquear os recursos. Em reuniões, os brasileiros insistiam que nenhum recurso prometido pela Fifa deveria ser impedido de ser transferido.
Na Fifa, o caso de Del Nero depende da chegada de documentos que a Justiça americana precisa fornecer para a entidade. Apenas com o indiciamento e provas em mãos é que a Fifa pode tomar uma decisão final se suspende ou não o brasileiro do futebol. Isso, automaticamente, desbloquearia o dinheiro.
Hans Eckert, o alemão que serve na prática como o juiz da Fifa, não perde as esperanças. Segundo ele, os casos relativos a Del Nero, assim como os que envolvem Ricardo Teixeira e Marin, chegarão "logo" em sua mesa. "Não tenho dúvidas", disse.
François Carrard, o homem que liderou a reforma da Fifa, é outro que criticou no mês passado abertamente a situação no Brasil. "Se uma pessoa está indiciada, ela não está na posição de fazer uma reforma", disse. "Algumas pessoas têm acumulado muito poder", reforçou. Para ele, essa concentração de poder no Brasil tem sido "uma debilidade, e não uma fortaleza". "Ainda existe muito a cultura do líder único, machista, como numa tribo", afirmou.
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