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Medicina e Saúde

- Publicada em 17 de Outubro de 2016 às 19:21

A polêmica em torno da pílula do câncer

Pílula é uma esperança para pessoas com a doença por ser uma alternativa ao tratamento convencional

Pílula é uma esperança para pessoas com a doença por ser uma alternativa ao tratamento convencional


CECILIA BASTOS/USP/FOTOS PÚBLICAS /DIVULGAÇÃO/JC
A fosfoetanolamina sintética, que ficou conhecida como pílula do câncer, se tornou uma esperança para pessoas com câncer, por ser uma alternativa ao tratamento convencional. Muitas pacientes recorreram na Justiça ao direito de conseguir a substância. No entanto, não existem ainda estudos científicos que comprovem sua eficácia e reconhecimento como medicamento. Os testes clínicos começaram no final de julho no Instituto do Câncer do Estado de São Paulo (Icesp) e já estão na segunda fase. Nesta segunda etapa serão incluídos na pesquisa 20 pacientes com diferentes tipos de câncer. Dez já integram o estudo. De acordo com Milena Mak, médica e pesquisadora da entidade, a primeira fase de testes, já finalizada, provou que o medicamento não é tóxico para as pessoas. Ela explica que ainda é precoce tentar avaliar se a pílula obteve eficácia contra a doença.
A fosfoetanolamina sintética, que ficou conhecida como pílula do câncer, se tornou uma esperança para pessoas com câncer, por ser uma alternativa ao tratamento convencional. Muitas pacientes recorreram na Justiça ao direito de conseguir a substância. No entanto, não existem ainda estudos científicos que comprovem sua eficácia e reconhecimento como medicamento. Os testes clínicos começaram no final de julho no Instituto do Câncer do Estado de São Paulo (Icesp) e já estão na segunda fase. Nesta segunda etapa serão incluídos na pesquisa 20 pacientes com diferentes tipos de câncer. Dez já integram o estudo. De acordo com Milena Mak, médica e pesquisadora da entidade, a primeira fase de testes, já finalizada, provou que o medicamento não é tóxico para as pessoas. Ela explica que ainda é precoce tentar avaliar se a pílula obteve eficácia contra a doença.
A previsão da médica é de que, após seis meses, seja possível mensurar se a pílula é capaz de combater o câncer. Nessa fase, os pacientes serão avaliados a cada duas semanas, nos dois primeiros meses. Após esse período, o acompanhamento será mensal. Caso os resultados se mostrem positivos, serão incluídos até mil novos pacientes, estratégia que permitirá melhor compreensão da droga, segundo os pesquisadores. "Nossa prioridade é a segurança dos pacientes, por isso, primeiro vamos avaliar, com grande responsabilidade, se a droga é segura e se há evidência de atividade. É um processo extenso, que deve ser acompanhado com cautela", disse, em nota, o oncologista Paulo Hoff, diretor-geral do Icesp.
Entre os médicos gaúchos, o assunto é tratado com cautela, pelo menos até que as pesquisas provem a eficácia da pílula. O chefe da Oncologia do Hospital Santa Rita, da Santa Casa, Carlos Eugênio Escovar, acredita que estudos mais concretos devem sair no período entre seis meses e um ano. O médico diz que sua restrição sobre o assunto é a maneira inconsequente com que a substância foi distribuída, fazendo com que muitas pessoas abandonassem os tratamentos convencionais. "Estamos sempre ansiosos em oferecer algo melhor para nossos pacientes, mas a preocupação em relação à fosfoetanolamina é que não há testes que comprovem seus malefícios ou benefícios. Se os estudos provarem que tem ação eficaz, será espetacular", diz ele.
"Ainda não existe a pílula do câncer. Existem pacientes e famílias com necessidade de esperança e pessoas que pensam que isto justifica qualquer tipo de mentira. A arte do tratamento das pessoas com tumores avançados é saber manter a esperança, mas com respeito", afirma o médico Sérgio Roithmann. Ele destaca que nenhum resultado previamente anunciado pelo grupo da Universidade de São Paulo foi confirmado até agora. "Os testes clínicos necessários estão em andamento e ainda não temos nenhum resultado divulgado. Estamos na expectativa. Mas os últimos anos foram muito ricos em novas drogas e novas esperanças. Esperamos coisas boas para um futuro próximo", completa.
A fosfoetanolamina foi sintetizada pela equipe de pesquisadores chefiada por Gilberto Chierice, do Instituto de Química da Universidade de São Paulo, em São Carlos, há cerca de 20 anos. O problema é que a substância não passou oficialmente pelas etapas de pesquisa exigidas pela legislação, que prevê uma série de estudos antes de um medicamento ser usado por seres humanos.
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