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Economia

- Publicada em 31 de Outubro de 2016 às 23:47

Google diz que Brasil não pode andar à reboque de criações estrangeiras

Brasil não pode andar a reboque de criações estrangeiras, diz Coelho

Brasil não pode andar a reboque de criações estrangeiras, diz Coelho


Marco Quintana/JC
Patricia Knebel
A internet garante acesso ao conhecimento, encurta distâncias e tem cada vez mais um papel decisivo para o desenvolvimento social e o aumento da eficiência das empresas. Mas, se o Brasil quiser se posicionar melhor nesse jogo de gente grande, vai ter que andar mais rápido. O alerta é do diretor geral da Google Brasil e vice-presidente da Google Inc., Fábio Coelho. "Estamos no caminho certo, mas precisamos ter mais velocidade e arrumar alguns pilares fundamentais para os negócios, como ter uma maior estabilidade política, independentemente de quem está no governo. E, claro, ter mais previsibilidade, que ainda é baixa e, dessa forma, atrapalha a chegada de investimentos e até mesmo a formação de empreendedores", comenta.
A internet garante acesso ao conhecimento, encurta distâncias e tem cada vez mais um papel decisivo para o desenvolvimento social e o aumento da eficiência das empresas. Mas, se o Brasil quiser se posicionar melhor nesse jogo de gente grande, vai ter que andar mais rápido. O alerta é do diretor geral da Google Brasil e vice-presidente da Google Inc., Fábio Coelho. "Estamos no caminho certo, mas precisamos ter mais velocidade e arrumar alguns pilares fundamentais para os negócios, como ter uma maior estabilidade política, independentemente de quem está no governo. E, claro, ter mais previsibilidade, que ainda é baixa e, dessa forma, atrapalha a chegada de investimentos e até mesmo a formação de empreendedores", comenta.
O executivo defende ainda o reforço do tripé formado por empresas, acesso à capital e universidades que, em países como EUA, levou ao nascimento de players como Google, Facebook e Microsoft. "Se não tivermos isso e estaremos eternamente à reboque das criações estrangeiras", sugere. Coelho esteve em Porto Alegre na semana passada para participar de um evento promovido pelo Centro de Integração Empresa Escola do Rio Grande do Sul (CIEE-RS) e pela Junior Achievement e falar sobre os desafios da revolução digital.
Jornal do Comércio - Uma verdadeira transformação digital está em curso hoje em dia no mundo. De que forma o Google espera contribuir para garantir que mais pessoas e empresas tenham acesso às oportunidade que chegam por meio da internet?
Fábio Coelho - Tudo começa para capacidade de os players de tecnologia, como o Google, oferecerem acesso aos cidadãos. Nós estamos dedicados a ajudar a manter as pessoas conectadas, pois é assim que hoje em dia elas conseguem se informar, tomar decisões, transacionar, estudar e fazer comércio. Essa interação é parte do processo de digitalização e tem obrigado as empresas a se ajustarem, seja para melhorar a sua eficiência seja porque os seus concorrentes já entenderam que esse movimento é relevante e de alto valor para os consumidores. O Google tem sete plataformas com mais de 1 bilhão de usuários, como Busca, Youtube e o Waze, que já estão incorporadas na vida das pessoas. A tecnologia encurta distâncias, dá acesso e permite às pessoas realizarem os seus sonhos, o que passa por entender a sua vocação e correr atrás dela. Eu tenho uma filha de nove anos que é chef de cozinha - ela tem um canal no YouTube com 90 mil seguidores. É um exemplo de quando exemplo se tem uma habilidade e paixão, a tecnologia ajuda a tornar isso realidade.
JC - A dificuldade de acesso à internet em diversas regiões do País atrapalha essa evolução?
Coelho - As dificuldades de acesso à banda larga existem, mas temos que observar isso dentro de uma perspectiva realista. O Brasil é um País continental. Há três anos, tínhamos 10 milhões de smartphones, hoje são 130 milhões. Tem um movimento forte de conectividade acontecendo, mas muita coisa ainda precisa ser feita. Estamos passando por um aprendizado digital que poderá nos levar a um cenário em que a educação brasileira será alçada a outro patamar e o governo digital poderá ser usado para se gastar menos e para servir ao cidadão com informações relevantes pela internet. Aí está a mágica da coisa, ou seja, criar serviços e um ambiente que permitam que coisas que demorariam mais para serem feitas em um processo rotineiro possam ser realizadas, por meio da tecnologia, de uma maneira mais eficaz e barata.
JC - Como crescer diante de um cenário político e econômico conturbado?
Coelho - A crise ajuda a ter senso de urgência. O Google continua crescendo bem no Brasil - dois dígitos todos os anos, em função dessa busca de eficiência pelas empresas. Isso é parte do processo de transformação e não tem marcha ré. Acabamos de inaugurar um campus para empreendedores em São Paulo, um prédio de sete andares e que já conta com 47 mil membros. Ampliamos nosso espaço em Belo Horizonte para receber 200 engenheiros de código - é o único escritório de engenharia na América Latina. E estamos lançando um ambiente para criadores de YouTube grátis no Rio de Janeiro. São inciativas para gerar mais serviços, mais conveniência e menos custos para a população.
JC - O Google e os parques tecnológicos gaúchos já flertam há algum tempo. Alguma possibilidade de a empresa ter alguma operação no Estado?
Coelho - Ainda não. Mas, a nossa ideia de ter esse campus em São Paulo para fazer receber empreendedores e trabalhar com startups é apenas um pedaço de um projeto maior. Queremos criar o conceito de conectar todos os centros de excelência existentes (são seis no mundo, em cidades como São Paulo, Londres, Madri, Seul, Tel Aviv e Varsóvia) com outros, que não necessariamente precisam pertencer ao Google. Aliás, queremos ser um facilitador para que outras regiões do País possam se conectar a esse campus.
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