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Inovação

- Publicada em 28 de Outubro de 2016 às 18:06

Plataforma cognitiva analisa processos e até orienta defesa

Sistema é comercializado na forma de assinatura mensal

Sistema é comercializado na forma de assinatura mensal


FINCH SOLUÇÕES/DIVULGAÇÃO/JC
A IBM e a Finch Soluções se uniram para oferecer ao mercado jurídico uma plataforma cognitiva que auxilia escritórios e departamentos do ramo a reduzir o tempo de avaliação de processos e, com isso, aumentar a eficiência do trabalho de apuração de casos a serem julgados.
A IBM e a Finch Soluções se uniram para oferecer ao mercado jurídico uma plataforma cognitiva que auxilia escritórios e departamentos do ramo a reduzir o tempo de avaliação de processos e, com isso, aumentar a eficiência do trabalho de apuração de casos a serem julgados.
O Legal Cognitive, como foi batizada a solução, é uma espécie de assistente virtual inteligente e utiliza Inteligência Artificial para analisar semanticamente todo o conteúdo de um documento jurídico. O diretor executivo da Finch Soluções, Armando Buchina, relata que a plataforma consegue monitorar qualquer ação que ingresse contra determinada companhia, em qualquer lugar do País, e faz uma pesquisa nos documentos relacionados.
Assim como um ser humano (mas com uma capacidade muito maior de análise), a máquina entende o contexto e o conteúdo jurídico, analisa todos os casos similares que já aconteceram e fornece os insights para o advogado.
O sistema indica, inclusive, a probabilidade de a empresa ganhar ou perder ação, com base em casos similares já julgados, e sugere a tese de defesa. "Como o sistema faz análises comportamentais, de acordo com o que geralmente acontece em cada comarca e com cada juiz, é um grande aliado para a estratégia de defesa", comenta.
O líder de Analytics da IBM Brasil, Paschoal D'Auria, explica que a solução foi construída sob padrões globais da multinacional. "Esta plataforma nos permitiu explorar largamente os atributos de nossa tecnologia de Analytics. Tiramos proveito da inteligência cognitiva do IBM Watson e validamos todos os aspectos de segurança e robustez que o setor jurídico necessita", afirma.
A solução já está disponível no mercado. A plataforma é oferecida no modelo de Software as a Service (SaaS). Os escritórios pagam uma assinatura mensal que varia de R$ 30 mil a R$ 60 mil. Outra parte importante da oferta é o treinamento complementar, que é oferecido separadamente. A plataforma entende de antologia jurídica, ou seja, da realidade que envolve esse mundo, mas eventualmente não vai conhecer a regra de negócio de cada cliente.
Uma ação contra taxas abusivas de cartão de crédito é diferente de uma da área de seguros, por exemplo. "Isso nos leva à necessidade de uma customização do conhecimento e de contextualização do negócio", explica Buchina.

Empresa criou modelo inédito de condução das ações legais

A Finch Soluções é uma spin off da área de tecnologia de dois grandes escritórios de advocacia brasileiros, que durante anos trabalhavam com grandes volumes de processos e perceberam que poderiam ter mais eficiência e qualidade com o uso de tecnologia.
Antes mesmo de chegar nessa etapa da inteligência artificial e do uso do IBM Watson, o diretor executivo da Finch Soluções, Armando Buchina, comenta que a forma de condução dos processos jurídicos da Finch já era diferenciado. A advocacia tradicional trabalha com o conceito de que advogado cuida de processo do começo ao fim. Na plataforma criada pela startup, foi adotado o modelo de esteiras.
"A nossa plataforma segrega os processos por atividades e entrega cada parte para pessoas especializadas, o que garante um controle total de produtividade e evita a perda de prazos", comenta. Segundo ele, métricas da empresa apontam que 70% das atividades de um processo não são exclusivas de um advogado, podendo ser realizadas pelas áreas administrativas.
Foi essa inovação que levou a empresa a palestrar em Harvard, em 2014, em um encontro sobre disrupção no mundo jurídico. Os empreendedores já estavam com um projeto de inteligência artificial em curso, realizando pesquisas nas áreas de processamento de linguagem natural, redes neurais e redução semântica para a compreensão de textos legais.
Durante a apresentação, comentaram isso e foram procurados por executivos da IBM que também estavam no evento. "Eles nos perguntaram se a gente estava usando o Watson, e na época ainda não. E foi a partir dali que essa relação começou a ser construída", recorda.