Influenciadas por balanços e petróleo, bolsas europeias operam em baixa

As bolsas europeias operam em baixa na manhã desta quarta-feira (26), seguindo o desempenho negativo dos mercados asiáticos hoje e de Nova Iorque ontem, pressionadas pela fraqueza do petróleo e também repercutindo balanços corporativos decepcionantes.

Em Londres, as ações de energia, de mineração e de bancos lideravam as perdas.

A chilena Antofagasta divulgou aumento menor do que o esperado na produção de cobre do terceiro trimestre e seus papéis despencavam mais de 6,5% nos negócios do mercado inglês, influenciando outras empresas do setor, como Anglo American (-2,3%) e BHP Billiton (-1,4%).

Já o banco britânico Lloyds registrou queda anual de 68% no lucro do último trimestre, devido a um aumento em provisões que serão usadas para indenizar clientes que compraram produtos de seguro desnecessários. Suas ações caíam quase 2% em Londres.

Segundo o chefe de pesquisa da Wilson King Investment Management, Richard Hunter, o resultado do Lloyds pode ser visto como um demonstrativo da economia britânica, que é pressionada por temores de que a saída do Reino Unido da União Europeia (o chamado Brexit) ocorra de forma traumática.

O petróleo também contribui para o mau humor na Europa, ao cair mais de 1% em Londres e Nova York, na esteira de um novo avanço nos estoques de petróleo bruto dos EUA. A britânica Royal Dutch Shell e a espanhola Repsol tinham perdas de 2% e 0,7%, respectivamente.

Às 8h (de Brasília), o índice inglês FTSE-100 recuava 0,85%, enquanto o PCAC-40 caía 0,75% em Paris e o DAX-30 perdia 0,97% em Frankfurt. Entre mercados europeus considerados periféricos, a desvalorização era menor. A Bolsa de Madri cedia apenas 0,10%, em parte sustentada pelo Santander, enquanto a de Milão tinha desvalorização de 0,31% e a de Lisboa, de 0,35%. No câmbio, manhã de ganhos para o euro, cotado a US$ 1,0925, e para a libra, que era negociada a US$ 1,2209.

O banco Santander divulgou leve alta no lucro do terceiro trimestre, a 1,7 bilhão de euros, que superou as expectativas. No mercado espanhol, seus papéis avançavam 1%. A Airbus, por sua vez, teve queda anual de 87% no lucro do período, mas elevou sua projeção de entrega de aviões deste ano, o que ajudava suas ações a subir 1,5% na bolsa francesa.

Em Milão, negócios com papéis do Banca Monte dei Paschi di Siena foram suspensos hoje, quando caíam 12%, após o banco italiano apresentar planos de cortar 2.600 empregos, fechar 500 agências e vender ativos.