Corrigir texto

Se você encontrou algum erro nesta notícia, por favor preencha o formulário abaixo e clique em enviar. Este formulário destina-se somente à comunicação de erros.

Conjuntura

- Publicada em 07 de Outubro de 2016 às 18:36

PIB gaúcho deve se retrair 3,1% neste ano, projeta Santander

Margato destaca piora nas variáveis de mercado de trabalho, a partir do segundo semestre de 2015, em todas as regiões e setores

Margato destaca piora nas variáveis de mercado de trabalho, a partir do segundo semestre de 2015, em todas as regiões e setores


SANTANDER/DIVULGAÇÃO/JC
Acentuada desde o ano passado, a crise enfrentada pelo Rio Grande do Sul deve gerar mais um ano de retração para o Estado, com queda de 3,1% na geração de riquezas neste ano, segundo projeção da equipe econômica do Banco Santander. Com base em dados setoriais gerados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), os analistas estimam queda em todos os setores: agropecuária (-1,9%), indústria (-4,9%) e serviços (-2,6%).
Acentuada desde o ano passado, a crise enfrentada pelo Rio Grande do Sul deve gerar mais um ano de retração para o Estado, com queda de 3,1% na geração de riquezas neste ano, segundo projeção da equipe econômica do Banco Santander. Com base em dados setoriais gerados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), os analistas estimam queda em todos os setores: agropecuária (-1,9%), indústria (-4,9%) e serviços (-2,6%).
O desempenho local não destoa muito da média nacional, que deverá atingir um PIB de -3,3%, sendo -1,7% na agropecuária, -3,6% na indústria e -2,8% nos serviços. O que está sendo determinante para a consolidação de um dos cenários mais pessimistas para os estados brasileiros é a retração da atividade econômica como um todo.
Chama atenção que nenhum estado, de acordo com os cálculos dos economistas, terá performance positiva nos serviços neste ano. Esse quadro está diretamente relacionado ao aumento do desemprego, explica o economista do Santander Rodolfo Margato. Os serviços representam mais de 70% do PIB nacional e abrangem atividades econômicas diversificadas. Além da pulverização, outra questão é a elevada necessidade de mão de obra.
"Desde o ano passado, principalmente a partir do segundo semestre, estamos registrando bastante piora nas variáveis de mercado de trabalho em todas as regiões e setores", destaca Margato. As informações que sustentam a análise são relativas à evolução do comércio regional gerada pela Pesquisa Média do Comércio, do IBGE; o comportamento do mercado de trabalho, de acordo com apontamentos do Caged e da Pnad; além da participação relativa de cada segmento de serviços na composição do PIB estadual.
Poucos são os que conseguirão resultado positivo no setor agropecuário - apenas Sergipe (0,6%), Rio de Janeiro (0,3%), Minas Gerais (1,3%) e São Paulo (1,1%). O quadro para a indústria é ainda mais negativo: somente o Mato Grosso (0,6%) e o Pará (1%) registrarão alta real.
No Rio Grande do Sul, além da queda nos serviços, pesam ainda os resultados da agropecuária e da indústria. No setor primário, a análise leva em consideração o desempenho das safras. Tiveram melhor desempenho as culturas do trigo e do café. Porém, as quebras do milho em todos os estados produtores do grão e da soja, em algumas localidades.
O Estado, que juntamente com o Paraná responde por cerca de 90% da produção do trigo, também teve um desempenho positivo na safra de soja, porém com uma variação muito pequena. As contribuições das culturas que tiveram bom desempenho, no entanto, foram insuficientes para fazer frente à queda na safra de milho.
Já a indústria gaúcha é uma das que registram as maiores quedas, resultado puxado em boa parte pelo segmento metalmecânico. "A produção de implementos de transporte e veículos, principalmente caminhões, carrocerias e reboques, de uma forma geral, continua com cenário desfavorável e deve fazer a retomada posteriormente à média das indústrias nacionais", avalia Margato. A indústria de móveis, também e declínio, interfere igualmente no desempenho negativo. Ajudaram a amenizar a retração as indústrias de calçados e de alimentos, que vivem um cenário mais favorável.
O parque metalmecânico vem produzindo menos, e também a indústria de móveis. A observação de que o PIB gaúcho irá recuar em patamar inferior ao do País confirma impressões que já foram divulgadas pela FEE, que trimestralmente apura a taxa de crescimento estadual. Os percentuais relativos ao segundo trimestre de 2016 revelam queda de 3,1% para o Estado contra 3,8% nacional. Esse resultados mais recente indica que as retrações estão ocorrendo em nível menor do que nos períodos anteriores - no primeiro trimestre deste ano, o recuou foi de 4,4%; e no quarto trimestre de 2015, registrou queda de 6,4%.

Espírito Santo sofre com efeitos do rompimento das barragens

Tragédia em Mariana (MG) paralisou muitas atividades no estado capixaba

Tragédia em Mariana (MG) paralisou muitas atividades no estado capixaba


ANTONIO CRUZ/ABR/JC
Quem observa as projeções do Banco Santander para o Produto Interno Bruto (PIB) regional - dado que é gerado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) com defasagem de cerca de dois anos - logo observa a retração profunda estimada para o Espírito Santo. Segundo Rodolfo Margato, economista da instituição, o desempenho emblemático do estado reflete efeitos da indústria extrativista, que representa 55% do setor industrial capixaba.
"Os estados do Espírito Santo e Pará mostraram, no ano passado, as menores quedas do País, de acordo com as nossas estimativas. Isso porque a indústria extrativa vinha se destacando muito positivamente em relação ao resto dos setores", destaca. A tragédia em Mariana, no entanto, impactou os resultados do Espírito Santo, porque paralisou muitas atividades, sobretudo extrativistas, o que justifica o resultado acentuadamente negativo.

Estados das regiões Sul e Sudeste devem liderar retomada

A retomada da economia brasileira só deve ser retomada a partir do próximo ano, segundo apontamentos da equipe do Santander. A estimativa é de que o crescimento real do PIB nacional seja de 2%. "Como a indústria dos estados do Sul e Sudeste têm diversificação maior dos parques industriais, acreditamos que os PIBs desses estados vão liderar a retomada no ano que vem", observa Rodolfo Margato. 
Outros fatores que irão contribuir para a melhora no desempenho econômico são os ganhos de competitividade do câmbio doméstico, a elevação da confiança do empresariado, a menor percepção de risco sobre o ambiente macroeconômico e a expectativa de um longo ciclo de afrouxamento monetário.
A equipe destaca ainda que, no setor de serviços, a recuperação mais rápida se dará em atividade ligada aos serviços de informação, transporte, armazenagem e correio, além dos serviços de intermediação financeira.