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eleições 2016

- Publicada em 22 de Setembro de 2016 às 22:14

Juliana Brizola quer turno integral na escola

Neta de Brizola privilegiará a primeira infância

Neta de Brizola privilegiará a primeira infância


JONATHAN HECKLER/JC
A vida política da candidata a vice-prefeita da Capital pela coligação Abraçando Porto Alegre, Juliana Brizola (PDT), confunde-se com a de seu avô e ex-governador e prefeito Leonel Brizola (PDT). Sessenta anos após Brizola estar à frente do Executivo de Porto Alegre, a candidata, nascida em 3 de agosto de 1975, não vê problema em dar seguimento às suas bandeiras por considerá-las temas atuais. Mãe de dois filhos, Juliana defende a pauta da educação em tempo integral, principal bandeira também de seu avô. Ela acredita que a proposta pode beneficiar o ensino e auxiliar na emancipação feminina.
A vida política da candidata a vice-prefeita da Capital pela coligação Abraçando Porto Alegre, Juliana Brizola (PDT), confunde-se com a de seu avô e ex-governador e prefeito Leonel Brizola (PDT). Sessenta anos após Brizola estar à frente do Executivo de Porto Alegre, a candidata, nascida em 3 de agosto de 1975, não vê problema em dar seguimento às suas bandeiras por considerá-las temas atuais. Mãe de dois filhos, Juliana defende a pauta da educação em tempo integral, principal bandeira também de seu avô. Ela acredita que a proposta pode beneficiar o ensino e auxiliar na emancipação feminina.
A neta de Brizola foi a primeira a usufruir de licença maternidade no exercício da função política. A proposta foi de uma colega parlamentar que precisou levar sua filha recém-nascida para a Assembleia Legislativa. "A política é machista, basta ver a representação feminina aqui (no Parlamento gaúcho)", comenta. Juliana costuma brincar com seus colegas que, "para eles, é fácil". "Nós, mulheres, temos o outro lado, o da casa, mas também humanizamos a política", ressalta a candidata.
Em sua família, a discussão política se dava no "café da manhã, almoço e jantar". Juliana tem um irmão gêmeo vereador no Rio de Janeiro pelo PSOL. Ela, no entanto, não se veria em outra sigla que não o PDT. "O partido é quase um ente de minha família", comenta. Seu avô foi o responsável por sua filiação, aos 18 anos. Brizola a chamou em seu apartamento em Copacabana, quando era governador do Rio de Janeiro, e ali a filiou com o argumento de ser o ato mais importante da maioridade.
Algumas de suas brincadeiras de infância já eram ligadas à política. "Tínhamos, em uma fita cassete, eu, muito pequeninha, dizendo que votaria 'Pedro Simão' na redemocratização", lembra. Na mesma gravação, Juliana explicava que Brizola havia se ausentado do País "por causa dos milicos", relata. Ela chegou a viver por três anos em Durazno, no Uruguai, por causa do exílio de Brizola. "Em 78, houve um ultimato ao governo uruguaio quanto a refugiados, e meu avô precisou sair de lá às pressas, e minha família mudou-se para lá."
Por trás da figura pública, Juliana classifica Brizola como "um amor de avô". A ela parece que a ausência que o exílio impôs na criação de seu pai foi compensada com ela e seu irmão e primos. A candidata cursou Direito na Universidade Federal do Rio de Janeiro, e era imperativo que a família se reunisse na casa de Brizola para os almoços. "Ele criou isso para que pudéssemos conviver diariamente", conta. "A partir disso, ele me influenciou bastante, mas nunca me disse 'tu precisas seguir carreira política'", recorda.
O advento da morte de Brizola fez com que Juliana notasse a política institucional. "Era chamada para eventos, para inaugurações, homenagens, e o meu desejo de manter o PDT no caminho que ele defendia aumentou", conclui. Juliana foi eleita vereadora de Porto Alegre em 2008 e, em 2010 e 2014, para deputada estadual.

O que fará como vice-prefeita

O mandato ideal para Juliana Brizola (PDT) é aquele que prioriza as crianças. Para a candidata, Porto Alegre tem problemas diversos, como qualquer grande centro, mas, ao priorizar especialmente a primeira infância, é possível melhorar outras questões também a longo prazo. "A minha dedicação será às crianças. Sobretudo às de zero a três anos", comenta.
A pedetista argumenta que existe um grande déficit na educação infantil do município nesta faixa etária. Como mãe de dois filhos e política, ela reconhece seu privilégio em ter tido a oportunidade de levar ambos ao trabalho após sua licença maternidade. "Trago meu filho para o trabalho, mas a maioria das mães não tem esta oportunidade, e precisamos olhar para isso."
Ela diz entender que o momento de maior fragilidade na maternidade é a separação da mulher e de seu filho, e pontua qual será o seu objetivo principal caso seja eleita para o Executivo. "Um lugar bacana, uma creche pública de qualidade vai ser a minha maior luta na prefeitura de Porto Alegre", expõe. Com isso, ela espera deixar as mulheres mais seguras para buscarem seus objetivos.
A bandeira da educação também era levantada por seu avô, Leonel Brizola (PDT). Juliana conta que, todo o dia 21 de junho, data do falecimento de Brizola, vai a São Borja buscar inspirações no túmulo de seu avô, assim como o estadista fazia com Getúlio Vargas (do antigo PTB). "Acredito que ele está cuidando de mim, colocando pessoas em meu caminho que antes ajudaram ele e agora me ajudam."
"Meu objetivo sempre foi manter as lutas de meu avô no PDT e carregar para frente também a bandeira da escola integral", comenta. Isso faz com que ela sinta que Brizola veria a sua candidatura com bons olhos, mas estaria ansioso para saber de seu governo, em si. "Vou fazer tudo aquilo que ele gostaria que eu fizesse", conclui.