Se a primavera de 2015 exigiu investimento em capas e guarda-chuvas, a estação que começa hoje promete ser bem menos instável neste ano. O quadro que se desenha é bem diferente do aguaceiro do ano passado, que chegou a acarretar a segunda maior cheia já registrada no Guaíba, em Porto Alegre. A previsão da MetSul Meteorologia é de pouca chuva em todas as regiões do Estado, podendo inclusive ter efeitos negativos sobre a agricultura.
Ao contrário de 2015, quando o El Niño foi responsável por altos índices de instabilidade, a estação deve ser marcada pela neutralidade, entrecortada por momentos de presença suave do fenômeno La Niña, que acarreta queda na temperatura de superfície em parte das águas do Oceano Pacífico. Traduzindo: a tendência é que chova até abaixo da média entre setembro e dezembro no Rio Grande do Sul.
De acordo com Estael Sias, meteorologista ligada à MetSul, situações de chuva volumosa, incluindo tempestades e granizo, não estão descartadas, mas devem ser localizadas e pontuais. O sol deve ser a regra durante toda a estação. Em especial na segunda metade da primavera, a falta de chuva regular pode ter efeito negativo sobre algumas plantações típicas do verão, como a do milho.
Mesmo com a maior quantidade de dias abertos, vai demorar um pouco até que os gaúchos possam guardar de vez os casacos no armário. Neste ano, o frio se prolonga um pouco mais e podem ocorrer incursões tardias de ar frio, com possíveis momentos de geada na Metade Norte. Entre novembro e dezembro, o número de dias quentes naturalmente vai aumentar, e há possibilidade de calor extremo em determinados períodos. O contraste entre o ar frio litorâneo e o ar quente continental acentua o vento da tarde para a noite do quadrante Leste no decorrer da primavera, em especial entre outubro e novembro.