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Dia Mundial Sem Carro

- Publicada em 21 de Setembro de 2016 às 22:41

Ciclovia continua inacabada após cinco anos

Faixa tem interrupção entre as ruas Silva Só e Salvador França

Faixa tem interrupção entre as ruas Silva Só e Salvador França


MARCELO G. RIBEIRO/JC
Iniciada há exatos cinco anos, no Dia Mundial Sem Carro, a ciclovia da avenida Ipiranga permanece com uma lacuna no meio. O trecho de 2,3 quilômetros, entre as ruas Silva Só e Salvador França, será feito pela Companhia Zaffari, por meio de contrapartida. Todos os outros 7,1 quilômetros já foram executados, também por contrapartidas.
Iniciada há exatos cinco anos, no Dia Mundial Sem Carro, a ciclovia da avenida Ipiranga permanece com uma lacuna no meio. O trecho de 2,3 quilômetros, entre as ruas Silva Só e Salvador França, será feito pela Companhia Zaffari, por meio de contrapartida. Todos os outros 7,1 quilômetros já foram executados, também por contrapartidas.
A demora na realização da obra se deve ao modelo de termo de compromisso assinado em 2011 entre a prefeitura e a Companhia Zaffari. Segundo o diretor-presidente da Empresa Pública de Transporte e Circulação (EPTC), Vanderlei Cappellari, esse modelo já não é usado há três anos, mas ainda estava em voga na época dos acertos com a empresa. O termo previa que a obra deveria ser feita até o fim da construção do empreendimento motivador da contrapartida, mas não estabelecia prazos.
"Ficava muito vago quando seria feito. Aí, começamos a fazer um cronograma da contrapartida. Com isso, demora um pouco mais para o termo de compromisso ser assinado, mas é um avanço, pois a prefeitura consegue fazer um melhor planejamento viário, nos dá um horizonte de quando a obra será finalizada", explica. O novo modelo estabelece multa pelo não cumprimento de prazos.
Atualmente, a prefeitura está concluindo um novo termo de compromisso com a Companhia Zaffari, para a construção de um supermercado no espaço que antigamente abrigava o estádio do Grêmio Esportivo Força e Luz, na rua Alcides Cruz, no bairro Santa Cecília. Ainda há necessidade de fazer ajustes junto ao Departamento de Esgotos Pluviais (DEP), em relação à altura de uma ponte. "A partir disso, afinaremos o termo, para ter uma data de conclusão da obra. No mais tardar, até a primeira quinzena de outubro, esperamos que seja possível assinar o acordo, para, daí, marcarmos o início da construção da ciclovia", estima Cappellari. A previsão é iniciar a execução ainda em 2016 e terminar no ano que vem.
Integrante da Associação pela Mobilidade Urbana em Bicicleta (Mobicidade), Daniel Silva percebe uma resistência por parte de todas as empresas a realizarem as obras de contrapartida. "Às vezes, a empresa busca a aprovação do projeto no município, mas não quer executar o empreendimento naquele momento, e não faz a ciclovia. Aí, fica esse buraco. A ciclovia da Ipiranga já tem esse problema de mudar de lado da avenida muitas vezes e de ter muitas sinaleiras, mas, se estiver completa, será interessante", pontua.
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Se ritmo for mantido, Plano Cicloviário terminará em 2073

O Plano Diretor Cicloviário Integrado (PDCI) de Porto Alegre, atualizado em 2015, determina a implantação de 403,16 quilômetros de ciclovia na cidade. Caso a previsão da EPTC se cumpra e o município termine o ano com 50 quilômetros de pista exclusiva para bicicletas, a prefeitura terá executado uma média de 583 metros da via ao mês, totalizando sete quilômetros ao ano, uma vez que as ciclovias começaram a ser construídas em 2009. Se o ritmo dos trabalhos se mantiver o mesmo, levará mais 57 anos para a malha cicloviária ser finalizada. Isso significa que somente em 2073 os porto-alegrenses verão a cidade com todas as ciclovias necessárias.
Mesmo a execução dos 50 quilômetros até o final deste ano é vista com desconfiança por Daniel Silva, do Mobicidade. "Em 2014, a prefeitura prometeu para o final daquele ano esses mesmos 50 quilômetros que prometem novamente agora. Porém, quando tu perguntas como as obras serão feitas, eles falam das contrapartidas. Como é possível garantir, então, se não se pode estimar prazos quando o trabalho envolve contrapartidas?", questiona.
Cappellari, contudo, mantém a previsão, e reitera que, com o modelo de termo de compromisso usado nos últimos três anos, é possível, sim, fazer estimativas. "Além disso, muitas das obras serão com recursos próprios da prefeitura, como o trecho da rua José de Alencar. Tivemos problemas de atraso no financiamento da ciclovia da avenida Sertório, de 12 quilômetros, mas, mesmo assim, ainda estamos dentro da possibilidade de completar 50 quilômetros até dezembro deste ano", assegura. Hoje, a Capital possui aproximadamente 40 quilômetros de ciclovias já executados.

Reclamações de usuários fizeram EPTC se definir pela retirada da cor vermelha das pistas

Após reclamações sobre a tinta vermelha usada nas ciclovias, que fazia as bicicletas escorregarem, a EPTC aboliu a utilização do produto. Atualmente, é aplicada apenas uma camada de asfalto, e são pintadas as sinalizações. "Só pintaremos o fundo vermelho onde houver cruzamentos. A ciclovia da Ipiranga, por exemplo, no trecho entre as ruas Salvador França e Antônio de Carvalho, já usa essas novas normas técnicas, assim como a da Erico Verissimo", cita o diretor-presidente da EPTC. A medida reduz o custo da implantação da via e oferece mais aderência ao veículo.
A prefeitura busca alternativas para retirar a pintura vermelha das ciclovias mais antigas, a fim de padronizar as pistas. Por enquanto, a cor aparece com rachaduras e desbotada, uma vez que a repintura não está ocorrendo. "Queremos apagar de vez aquela tinta vermelha e colocar um adesivo colado no piso com a logomarca da bicicleta, para orientar ciclistas e pedestres", afirma Cappellari.