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- Publicada em 07 de Setembro de 2016 às 22:40

Alegando prejuízo, ATP defende passagem a R$ 4,20

EPTC promete implantar oito corredores de ônibus até o final do ano

EPTC promete implantar oito corredores de ônibus até o final do ano


MARCELO G. RIBEIRO/JC
Suzy Scarton
Os seis primeiros meses da implementação do novo sistema de transporte coletivo em Porto Alegre trouxeram prejuízo de R$ 52 milhões às empresas. Seguindo o que estava previsto no edital da licitação, foram comprados 296 novos veículos, a maioria com ar-condicionado e todos com adaptações de acessibilidade - um investimento de cerca de R$ 120 milhões. Mesmo oferecendo, em teoria, um sistema mais sofisticado e eficaz, não houve captação de novos adeptos. Pelo contrário, no primeiro semestre, a Empresa Pública de Transporte e Circulação (EPTC) registrou redução de 7% no número de passageiros durante o dia, e de 14% à noite - cerca de 5 milhões de usuários.
Os seis primeiros meses da implementação do novo sistema de transporte coletivo em Porto Alegre trouxeram prejuízo de R$ 52 milhões às empresas. Seguindo o que estava previsto no edital da licitação, foram comprados 296 novos veículos, a maioria com ar-condicionado e todos com adaptações de acessibilidade - um investimento de cerca de R$ 120 milhões. Mesmo oferecendo, em teoria, um sistema mais sofisticado e eficaz, não houve captação de novos adeptos. Pelo contrário, no primeiro semestre, a Empresa Pública de Transporte e Circulação (EPTC) registrou redução de 7% no número de passageiros durante o dia, e de 14% à noite - cerca de 5 milhões de usuários.
O diretor executivo da Associação dos Transportadores de Passageiros de Porto Alegre (ATP), Gustavo Simionovschi, relembra que esse prejuízo já havia sido aventado no começo do ano, quando do reajuste tarifário. Levando em consideração os gastos atuais, a ATP calcula que o preço adequado para a tarifa seria de R$ 4,20 - R$ 0,45 a mais do que o atual, de R$ 3,75. "Ficamos 97 dias cobrando um valor menor pela tarifa, e isso não estava previsto no edital, tampouco a redução do número de passageiros. Isso levou a um prejuízo no setor privado de R$ 40 milhões, e de R$ 12 milhões da companhia pública, a Carris", conta o diretor.
Simionovschi aponta dois principais motivos para as contas deficitárias. "Hoje, 35% dos passageiros não pagam a tarifa. Além disso, tenho de colocar mais recursos para produzir menos, porque a pessoa, hoje, não fica esperando na parada de ônibus, ela fica presa dentro do veículo, nos engarrafamentos", pondera. Considerando que cada quilômetro rodado custa R$ 6,78, o diretor da ATP questiona a possibilidade da implementação de novos corredores, que otimizariam o sistema de transporte na Capital.
O diretor-presidente da EPTC, Vanderlei Cappellari, concorda que há um exagero nas isenções. "Estamos fazendo operações junto à polícia para apreender e bloquear cartões que são utilizados erroneamente, mas a questão das isenções passa por leis, tanto a Constituição Federal como leis municipais. O que podemos discutir é a suspensão dessas isenções ou pelo menos a não concessão de novas gratuidades, por exemplo", considera.
Quanto aos corredores de ônibus, Cappellari explica que alguns já foram implantados com a intenção de manter o nível do serviço. Atualmente, existem 67 quilômetros de corredores de ônibus em Porto Alegre, e a intenção é, até o final do ano, inaugurar mais oito corredores, localizados na rua José do Patrocínio e nas avenidas Assis Brasil, Icaraí, Venâncio Aires, Loureiro da Silva, Ipiranga e Mauá, além de prolongar o já existente na avenida Sertório.
Para Simionovschi, não se trata de um ato de rebeldia, e sim da incapacidade de manter a operação do jeito que está. "Temos de pagar salário dos funcionários, custeio do diesel e prestações dos veículos novos. Vai chegar um momento em que não haverá mais dinheiro para isso e nem a possibilidade de novos empréstimos bancários", alerta. Atualmente, a ATP analisa os dispositivos legais disponíveis no contrato, mas ainda não cogita a judicialização. "Estamos solicitando, por enquanto, o reequilíbrio contratual."
O diretor-presidente da EPTC, por sua vez, descarta a possibilidade de reajuste tarifário antes de fevereiro de 2017 e afirma que 24 ônibus já foram retirados das ruas. "Estamos analisando linha por linha e o volume de passageiros em cada viagem. Aqueles que possuem volume reduzido estão sendo retirados, com uma adequação na grade de horários para que o usuário não seja prejudicado. Até agora, não houve reclamações, mas ainda estamos estudando alternativas", garante Capellari. Para Simionovschi, a medida é insuficiente. 
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