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- Publicada em 04 de Setembro de 2016 às 22:13

Governo rebate críticas em torno de secretário

Proximidade entre Sartori e Schirmer foi decisiva para convite

Proximidade entre Sartori e Schirmer foi decisiva para convite


JONATHAN HECKLER/JC
Igor Natusch
Uma situação "gravíssima" e uma "tarefa para gigantes". Foi assim que Cezar Schirmer, novo secretário de Segurança do Rio Grande do Sul, descreveu a situação que encara ao assumir a pasta. O novo secretário, cujo nome nunca esteve entre os principais cogitados para o posto, assume no lugar de Wantuir Jacini, que pediu exoneração em agosto. Desde então, um gabinete de emergência, liderado pelo vice-governador José Paulo Cairoli, vinha conduzindo as ações da pasta - entre elas, o pedido de tropas da Força Nacional.
Uma situação "gravíssima" e uma "tarefa para gigantes". Foi assim que Cezar Schirmer, novo secretário de Segurança do Rio Grande do Sul, descreveu a situação que encara ao assumir a pasta. O novo secretário, cujo nome nunca esteve entre os principais cogitados para o posto, assume no lugar de Wantuir Jacini, que pediu exoneração em agosto. Desde então, um gabinete de emergência, liderado pelo vice-governador José Paulo Cairoli, vinha conduzindo as ações da pasta - entre elas, o pedido de tropas da Força Nacional.
Durante a coletiva para apresentar o secretário, na sexta-feira, o governador José Ivo Sartori fez questão de rebater as críticas ao nome escolhido - não apenas por sua pouca experiência em segurança pública, mas, em especial, por sua atuação como prefeito de Santa Maria quando do incêndio na boate Kiss, que causou 242 mortes em janeiro de 2013.
"Respeito muito a dor das famílias. Todos temos família, compreendemos bem o que é isso. Mas o novo secretário foi chamado porque não há condenação contra ele, nada que o desabone", reforçou Sartori. Um inquérito contra Schirmer, por homicídio culposo, foi arquivado ainda em 2013. Em maio deste ano, uma investigação por improbidade administrativa também acabou sendo arquivada pelo Ministério Público.
Tanto o novo secretário quanto o governador frisaram que a proximidade entre ambos foi decisiva para a confirmação. "Eu o conheço desde os anos 1970. Ele tem qualificações pessoais e profissionais, é um homem talhado para essa missão", disse Sartori. "Seria rigorosamente impossível recusar esse convite", retribuiu Schirmer.
Durante a coletiva, Schirmer deixou claro que o convite o pegava, até certo ponto, de surpresa. Só o aceitou, disse, depois de receber o apoio das filhas. "Elas disseram: vai, que o momento não é de frouxidão ou covardia", descreveu. O fim de semana, de acordo com ele, seria dedicado a "se encharcar de informações" sobre o panorama que o aguarda. "Até as 10h de hoje (sexta-feira), o meu foco era na minha cidade", justificou o novo secretário.
No começo desta semana, Schirmer deve encaminhar sua renúncia como prefeito de Santa Maria, cargo que exercia desde 2009. Também atuou como vereador e deputado estadual e federal, além de ter sido secretário em diferentes mandatos, nas pastas de Fazenda (1987), Agricultura (de 1995 a 1998) e como secretário extraordinário para assuntos da Casa Civil, em 1989. No seu currículo, porém, não constam atividades significativas no tema da segurança pública.
Quando questionado sobre isso, Schirmer pediu "um voto de confiança" aos gaúchos. "Quando fui secretário de Agricultura, por exemplo, diziam que eu não tinha propriedades rurais, então não conhecia o setor. Se perguntarem se sei tudo de segurança pública, vou responder que não. Mas tenho humildade de pedir ajuda, de aprender. Vocês (jornalistas) vão ouvir de mim no máximo a justificativa de erros cometidos na tentativa de acertar", acentuou.
Além das críticas causadas pela tragédia da boate Kiss, Schirmer está sendo investigado por improbidade administrativa pela Câmara de Santa Maria. O então prefeito nomeou, em 2015, o ex-vereador Cláudio Rosa (PMDB) como superintendente da Secretaria de Infraestrutura, Obras e Serviços do município, ao mesmo tempo em que ele recebia auxílio-doença do INSS. Rosa teve seu mandato cassado em 2013, sob denúncia de compra de votos.
Além do nome do novo secretário, Sartori anunciou também a convocação imediata de 990 novos policiais, sendo 770 para a Brigada Militar e 220 agentes da Polícia Civil. O chamamento estava previsto para janeiro, dentro do Plano Estadual de Segurança Pública.
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