Roberta Fofonka

Semelhante aos grupos de troca do Facebook, plataforma especializada em doações oferece objetos e serviços à disposição de quem opta pelo consumo consciente

Casal cria plataforma de e-commerce para trocas e doações em Porto Alegre

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Já pensou em simplesmente se desfazer de algo que você não esteja mais precisando? E, na hora em que necessitar algum produto ou serviço, poder ter acesso a isso de graça? Foi com esta possibilidade em mente que Cristiane Santos Kapelius, 38 anos, e Demian Kapelius, 40, lançaram a plataforma Atraia, em maio. É simples: você anuncia algo que queira doar, alguém com interesse irá te encontrar e vocês combinam a entrega, sem troca monetária.
Já pensou em simplesmente se desfazer de algo que você não esteja mais precisando? E, na hora em que necessitar algum produto ou serviço, poder ter acesso a isso de graça? Foi com esta possibilidade em mente que Cristiane Santos Kapelius, 38 anos, e Demian Kapelius, 40, lançaram a plataforma Atraia, em maio. É simples: você anuncia algo que queira doar, alguém com interesse irá te encontrar e vocês combinam a entrega, sem troca monetária.
Para que o sistema funcione plenamente, no entanto, é preciso que mais pessoas se mantenham anunciando seus objetos, para que este movimento beneficie ainda mais gente e o site sustente o público engajado. “Se eu compro uma lata de tinta para pintar a parede e sobra metade, guardada ela vai secar e não vai mais ser útil. Por que não doar para alguém fazer uso?”, exemplifica Cris. “E garantir um maior tempo de vida útil dos objetos”, complementa Demian, uma vez que a ideia dos dois é difundir a prática baseada na troca, tendo a compra como último recurso para sanar uma necessidade material.
A inspiração surgiu da experiência da dupla de, em 19 anos juntos, terem morado em três estados diferentes, São Paulo, Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul. A cada mudança, era preciso se desfazer de móveis e, ao chegar no lugar novo, era hora de arrecadar outros que, muitas vezes, vinham por meio de doações. “Eu não conhecia nenhum site em que se pudesse disponibilizar estas coisas de graça”, comenta ele, em comparação a sites como o Olx ou BomNegócio.com. Estudando o mercado, descobriu outros projetos semelhantes de consumo colaborativo no exterior.
Para disponibilizar itens para doação na plataforma, é preciso apenas fazer um cadastro. Para arrecadar, nem isso. A comunicação é direta entre os interessados, sem intermediários. Disponível em território gaúcho, a ideia é migrar para outros estados. A batalha de Cris e Demian atualmente é descobrir formas de a plataforma tornar-se rentável, seja através de parcerias com empresas, eventos, crowdfunding, doações de usuários. Ainda estão sentindo qual pode ser a estratégia melhor e mais coerente com a proposta.
As ideias para desdobrar e disseminar o conceito são muitas. Desde levar oficinas até escolas, junto a ONGs e lideranças comunitárias, até abrir espaço para que empresas possam também realizar doações de produtos que estejam para vencer, por exemplo, ou algo que queiram testar no mercado. Além disso, eles têm interesse de que a mentalidade exercida na Atraia chegue até as pessoas que mais precisam deste tipo de prática, que são as que menos teriam acesso à internet. “É algo que leva tempo”, elucida Demian. “Mas tem muita gente engajada e que quer isso também”, considera Cris. Nestes primeiros meses, já foram cerca de 400 itens doados. Das coisas que eles mesmos colocaram para doação, contam que muitas vezes receberam algo em troca do destinatário. “É tipo assim: quero te dar algo que eu tenho em abundância porque você está me dando algo que eu preciso”, conta Cris.
Roberta Fofonka

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