Vinhos, cervejas, drinks, pratos refinados, doces e lanches compõe o cardápio do Espontâneo: Bar Orgânico, inaugurado em setembro de 2015, com a proposta de oferecer produtos compostos com quase 100% de ingredientes orgânicos. O criador das receitas é o chef e proprietário, Pietro Rocha, 41 anos, que coordena o estabelecimento ao lado dos sócios Marcos Delgado, 39 e Denise Santos 36.

Ambos também são parceiros no negócio que inspirou este último, a rede de consumo colaborativo Tribo Viva (leia mais em outra matéria do JC), iniciada em março do ano passado. O contato com os clientes do nicho, assim como com os fornecedores, foi essencial para a criação do bar. “Nós percebemos a oportunidade de mercado, as pessoas querem mais opções para ter contato com este universo”, explica Pietro.

Ele afirma que os clientes do bar são quase os mesmos da Tribo Viva, mas muitos vão até o restaurante sem saber da conexão entre as duas empresas. Conforme o chef, a abertura do bar foi uma aposta confiante, considerando o público potencial: “Pelas pesquisas que fiz e pela experiência, posso afirmar que Porto Alegre é uma das capitais com mais procura e consumo de produtos orgânicos do Brasil”, declara.

O sócio confessa que apesar de ter um público fiel, os primeiros meses do bar não foi tão positivo em decorrência da crise econômica e da temporada de chuvas e frio. “Apostamos bastante no espaço aberto, que com a chuva inviabiliza”, conta. Mas com a chegada do calor o movimento melhorou, o que espera acontecer novamente este verão. Para driblar os contratempos, o empresário cria alternativas, como eventos temáticos (Festival do Morango Orgânico), almoços especiais no sábado e eventos.

Para o próximo ano, o objetivo dos sócios é expandir a gama de fornecedores, criar novas receitas e abrir diariamente para almoços. Também está sendo desenvolvido um novo serviço, que pretendem chamar de Bar Orgânico em Casa. “Podemos ir no ambiente dos clientes e fazer drinks ou almoços, jantas”, explica. O retorno do investimento de R$ 150 mil também está projetado para o período.

Pietro trabalha com culinária há mais de 20 anos e soma no seu currículo restaurantes como o do Copacabana Palace, e de outros países como Europa e Alemanha, onde morou durante cinco anos. Na sua experiência no exterior foi que aprendeu a valorizar os produtos orgânicos, e escolheu trazer esta cultura consigo. “Pensei que se lá funciona aqui também pode. Fiquei entre ir para o Rio de Janeiro ou Porto Alegre, mas escolhi aqui porque a região é muito rica em agricultura. A maioria dos fornecedores são do Estado e alguns de Santa Catarina”, justifica.

Para o empreendedor, oferecer fomentar e incentivar o consumo orgânico, além de um negócio é uma função social. O empurrão para começar, primeiramente a Tribo Viva e depois seguir com o bar, foi a necessidade de contribuir com a sociedade: “Eu tive uma epifania durante as manifestações de 2013, entendei que eu deveria ser um agente de mudança da sociedade, e como chef poderia atingir as pessoas através do consumo sustentável e saudável”, relata.