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Relações Internacionais

- Publicada em 21 de Setembro de 2016 às 19:47

Temer pede a estrangeiro investimento no País

Presidente Michel Temer em conferência com investidores em Nova Iorque

Presidente Michel Temer em conferência com investidores em Nova Iorque


LEILA MACOR /AFP/JC
O presidente Michel Temer afirmou, nesta quarta, em um encontro com empresários em Nova Iorque, que o Brasil vive uma "estabilidade política extraordinária", num esforço para restaurar a confiança dos investidores no País. Sem citar nominalmente o governo anterior, indicou que a paralisia política gerada pela má relação entre Executivo e Legislativo ficou para trás.
O presidente Michel Temer afirmou, nesta quarta, em um encontro com empresários em Nova Iorque, que o Brasil vive uma "estabilidade política extraordinária", num esforço para restaurar a confiança dos investidores no País. Sem citar nominalmente o governo anterior, indicou que a paralisia política gerada pela má relação entre Executivo e Legislativo ficou para trás.
"No Brasil, hoje, nós temos uma estabilidade política extraordinária, por causa da relação política muito adequada entre o Executivo e o Legislativo. O que também dá segurança jurídica, porque nós temos alardeado que, lá no Brasil, o que for contratado será cumprido", afirmou o presidente.
O discurso ocorreu em um almoço com mais de 270 empresários organizado pelo Conselho das Américas, foro de companhias com negócios na América Latina. Temer abriu sua fala mencionando a crise política que levou ao impeachment da presidente Dilma Rousseff, dando a entender que seu impacto foi passageiro.
"Quero dizer que todos sabem que passamos por um brevíssimo período, digamos assim, de instabilidade política. Não uma instabilidade definitiva, na medida em que se verificou um processo político que levou a um impedimento", disse Temer.
O presidente mostrou urgência na necessidade de reformas econômicas, lembrando as dificuldades que herdou do governo anterior, com destaque para um "deficit orçamentário muito grande", fruto de "medidas que deveriam ter sido tomadas há muito tempo; não foram, e por isso geraram esta instabilidade financeira".
"Acompanhamos também uma situação de desemprego muito acentuada, com quase 12 milhões de desempregados, e por isso teríamos, embora com muita cautela, de enfrentar essas questões. A primeira ideia que ocorreu foi exatamente isso, é preciso uma integração e interação muitos grande entre o Poder Legislativo e o Poder Executivo. Na democracia, você não tem autoritarismos", afirmou.
Temer contou ter recebido telefonema de três líderes partidários, sem especificar quais, que teriam "fechado questão" para votar a PEC (Proposta de Emenda Constitucional) que institui um teto para os gastos públicos. "Temos apoio significativo do Congresso."
Além da PEC do teto de gastos, Temer defendeu a necessidade de uma "reforma radical" do sistema previdenciário e destacou a importância do Programa de Parcerias de Investimentos (PPI) nos esforços do governo em retomar os investimentos e sair da recessão.
"Fomos mais adiante. Recentemente, lançamos um programa de parcerias de investimento para fazer algo que está previsto na nossa Constituição. A iniciativa privada tem que participar juntamente com o poder público do desenvolvimento, do crescimento do País, é fruto de normas de nossa Constituição", disse o presidente.
Enquanto Temer falava, dois protestos ocorriam na porta do hotel em que ocorreu o evento, ambos com cerca de 20 pessoas. Um, de opositores do governo; outro, de oficiais de chancelaria, que estão em greve por melhores salários.
O fim da obrigação de a Petrobras ter uma participação de 30% nos empreendimentos de exploração do pré-sal também foi citado por Temer. O presidente disse que a medida foi obtida graças à atuação do ministro das Relações Exteriores, José Serra, autor do projeto que altera o regime de partilha. "O ministro Serra acabou com a necessidade de a Petrobras ter que participar com 30%. Com isso, estamos universalizando o mercado brasileiro, na convicção de que, para gerar empregos, é preciso incentivar os negócios e restabelecer a confiança no País."

Meirelles afirma que investidor dos Estados Unidos tem interesse no País

O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, disse nesta quarta-feira que, durante a atual visita da comitiva do governo em Nova Iorque, foi grande o interesse demonstrado por investidores dos Estados Unidos em projetos de infraestrutura no Brasil.
"Foi uma demonstração muito grande e há muito interesse de investimento no Brasil. Muitas companhias que tinham paralisado investimentos estão retomando, outras estão planejando", afirmou. O ministro participou ontem de uma reunião fechada com grandes empresários dos EUA e em seguida falou durante almoço com gestores e investidores.
"Acreditamos que as oportunidades para investimento em infraestrutura no Brasil são muito grandes", disse ele aos jornalistas após os eventos. "Há existência de demanda para esse investimento e, na medida em que há demanda, há retorno", afirmou.
Meirelles enfatizou que um ponto essencial que está mudando, e que estava faltando na economia brasileira, é a garantia de segurança jurídica e de previsibilidade das regras, demandas essenciais não só de investidores dos EUA, mas de todo o mundo. Outra mudança em relação ao governo anterior, disse ele, é que o governo vai deixar o mercado definir o retorno dos investimentos. "A segurança jurídica, no nosso entendimento, vai gerar demanda por infraestrutura."
Para Meirelles, o impacto das investigações de corrupção da Lava Jato para os estrangeiros é positivo, pois mostra a solidez das instituições brasileiras. "Vai gerar mais confiança no País na medida em que essas operações de investigação sejam concluídas, os culpados, punidos e as companhias, incluindo as estatais, tenham governança melhorada."
Se as condições do mercado estiverem favoráveis, com humor positivo, o Brasil pode considerar emitir bônus no mercado internacional, disse o ministro ao ser questionado se o País deve voltar a captar recursos no exterior.