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Conjuntura Internacional

- Publicada em 21 de Setembro de 2016 às 19:15

Países precisam rever políticas de crescimento

Pela primeira vez, EUA terá expansão inferior a da União Europeia

Pela primeira vez, EUA terá expansão inferior a da União Europeia


SPENCER PLATT/GETTY IMAGES/AFP/JC
A economia mundial deve crescer 2,3% este ano, abaixo dos 2,5% registrados em 2014 e 2015, segundo previsão da Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento (Unctad, na sigla em inglês). Para que a economia global volte a crescer, o órgão das Nações Unidas diz que os países precisam rever suas políticas econômicas e adotar políticas macroeconômicas mais ousadas, além de medidas industriais mais ativas. As propostas estão no Relatório sobre o Comércio e o Desenvolvimento, divulgado ontem pela entidade.
A economia mundial deve crescer 2,3% este ano, abaixo dos 2,5% registrados em 2014 e 2015, segundo previsão da Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento (Unctad, na sigla em inglês). Para que a economia global volte a crescer, o órgão das Nações Unidas diz que os países precisam rever suas políticas econômicas e adotar políticas macroeconômicas mais ousadas, além de medidas industriais mais ativas. As propostas estão no Relatório sobre o Comércio e o Desenvolvimento, divulgado ontem pela entidade.
Uma mudança brusca nas taxas de juros de Estados Unidos, Europa e Japão, hoje perto de zero, traria, no entanto, problemas para as nações em desenvolvimento. A Unctad prevê que, pela primeira vez, o crescimento dos Estados Unidos será menor do que o da União Europeia, 1,6% ante 1,8% de avanço econômico no bloco. O Brasil deve encolher 3,2% neste ano, novo tombo após a retração de 3,8% do ano passado.
Ao detalhar os resultados do relatório, Antonio Carlos Macedo e Silva, professor da Unicamp que participou da elaboração do documento, afirmou que a forma pela qual os países desenvolvidos têm tentado reacender o crescimento não tem dado certo. "Eles têm tentado recuperar o crescimento por política monetária na expectativa de reativar o crédito. Isso cria uma massa de dinheiro livre para percorrer o mundo em busca de rentabilidades mais atraentes. Mas é um dinheiro instável", diz.
O professor defende que os países precisariam adotar políticas fiscais expansionistas para elevar a massa salarial e estimular o crescimento. "Essa era uma demanda de economistas menos ortodoxos, mas já foi defendida por economistas da OCDE e FMI. A austeridade pode ser demasiada", argumenta.
Outro problema da política monetária expansionista é a mudança de expectativa em relação aos investimentos. De acordo com a Unctad, as empresas nos países desenvolvidos têm lucros crescentes mesmo com a economia lenta, mas não reinvestem os valores na produção.
"O investimento cai porque o crescimento econômico está desacelerando. Com menos crescimento, as empresas vão investir menos. Até porque elas estão observando as expectativas futuras. E a outra explicação é a 'financeirização'. As empresas estão menos interessadas no investimento produtivo. Existe uma pressão dos acionistas pelo lucro rápido", diz Silva.
A via de crescimento econômico pela exportação também está em xeque, conforme o relatório. O comércio mundial deve crescer apenas 1,5% neste ano, resultado atribuído à redução na renda das famílias. "Depois da crise financeira de 2008, a economia global cresce pouco, mas o comércio internacional cresce menos. Estratégias de crescimento puxadas pela exportação são menos promissoras hoje em dia. E isso tem implicações sérias para quem exporta commodities", afirma o professor.
Silva defende ainda que os países precisam estruturar políticas industriais mais sólidas, focadas na indústria de transformação, para a retomada do crescimento. "É possível dar estímulos tributários e creditícios, mas os empresários precisam apresentar resultados, como aumento da competitividade e das exportações", afirma.

OCDE vê recessão menor para o Brasil neste ano

A Organização para Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE) previu, em relatório sobre a perspectiva econômica divulgado ontem, que a economia brasileira deve encolher 3,3% no ano atual, não mais 4,3% como apontado nas projeções de junho da entidade. No caso do crescimento mundial, a OCDE espera agora avanço de 2,9%, quando antes previa 3%.
A economia do Brasil deve encolher 0,3% em 2017, projeta a OCDE, quando em junho esperava queda de 1,7% no Produto Interno Bruto (PIB) do País no próximo ano. Em todo o mundo, a expectativa de crescimento para 2017 foi reduzida de 3,3% para 3,2% agora.
Em resposta à decisão do Reino Unido de votar por sua saída da União Europeia, em plebiscito realizado no fim de junho, a OCDE reduziu sua projeção de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) do país em 2017, de 2% para 1%. Em 2016, porém, a expectativa melhorou de um avanço de 1,7% para 1,8%. Na Alemanha, a previsão é de alta de 1,8% do PIB neste ano - 0,2 ponto percentual a mais que em junho - e de 1,5% em 2017 - 0,2 ponto percentual mais baixo que o calculado em junho.
No caso dos Estadps Unidos, a projeção para o ano atual caiu de 1,8% para 1,4% e para 2017 ela foi reduzida de 2,2% para 2,1%. Já as projeções para a China foram mantidas: crescimento de 6,5% neste ano e de 6,2% no próximo. A expectativa para a Índia tampouco foi alterada e está em avanço do PIB de 7,4% em 2016 e de 7,5% no ano seguinte.