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Petróleo

- Publicada em 21 de Setembro de 2016 às 18:14

Parente diz que plano da Petrobras é desafiador

Segundo Pedro Parente, empresa não tem como investir nos campos

Segundo Pedro Parente, empresa não tem como investir nos campos


MARCELO CAMARGO/ABR/JC
O presidente da Petrobras, Pedro Parente, fez ontem a apresentação do novo plano de negócios da estatal a uma plateia de empresários e industriais do Rio de Janeiro. O executivo reforçou a mensagem apresentada na terça de que o plano é "ambicioso e desafiador" e que sua execução depende da colaboração de "todos os parceiros".
O presidente da Petrobras, Pedro Parente, fez ontem a apresentação do novo plano de negócios da estatal a uma plateia de empresários e industriais do Rio de Janeiro. O executivo reforçou a mensagem apresentada na terça de que o plano é "ambicioso e desafiador" e que sua execução depende da colaboração de "todos os parceiros".
"Esse é um plano ambicioso que requer medidas em várias frentes. Apesar do imenso desafio que constitui, estamos confiantes de que vamos alcançar", afirmou o executivo, na abertura da apresentação. "Precisamos de todos os parceiros nessa empreitada, que não é pequena", frisou.
A obrigatoriedade de participação da Petrobras no pré-sal é ruim para o País e para a estatal, afirmou Parente. O executivo tem defendido abertamente a proposta do ministro José Serra de alteração da lei atual, que exige a participação da estatal em todos os campos.
Segundo Parente, a Petrobras não tem condições de investir em todos os campos. "Após 10 anos no pré-sal, temos conhecimento que nos permite ser seletivos para aplicar bem o capital, especialmente em um quadro de escassez de recursos", disse.
A diretora de Exploração e produção da Petrobras, Solange Guedes, sinalizou, nesta quarta-feira, que a companhia manterá foco na recomposição de suas reservas no médio prazo, após passar pela readequação de sua situação financeira. Segundo ela, no curto prazo, o foco é a rentabilidade da companhia, mas, no médio prazo, a busca por novas fronteiras e oportunidades no pré-sal será intensificada. Para Solange, a Petrobras sairá da fase de revisão financeira "mais enxuta, porém com mais valor e melhor gestão de risco". "Nosso maior patrimônio, que iremos zelar com toda a atenção, é o nosso portfólio premium. Vamos passar por esse processo que estamos escolhendo, de aceleração da recuperação financeira, mas há oportunidade de negócios com esse portfólio e precisamos trazê-lo à tona dentro de uma empresa robusta e uma economia saudável", explicou a diretora.
Segundo Solange, essa gestão de oportunidades se traduz numa "dinâmica de foco" da companhia. "O nosso drive para o curto prazo é rentabilidade e geração de caixa. Sem perder de vista que no médio prazo precisamos atenção para acessar volumes já descobertos, para a recomposição dos nossos volumes", indicou. "Precisamos voltar a ser fortes na exploração, intensificar oportunidades no pré-sal. Podemos sair desse processo mais enxutos, mas com uma carteira de maior valor e melhor gestão de risco", completou a diretora.
A área de Exploração e Produção concentra 82% dos investimentos do novo plano de negócios para os próximos cinco anos, mas também é a que sofreu maior corte em comparação com o plano anterior. Solange reiterou que a companhia conseguirá alcançar as metas de produção, mesmo com a redução de investimentos. "Não houve postergação de investimento, mas um trabalho dentro dos projetos para que pudéssemos fazer a mesma produção com processos mais eficientes", frisou, destacando os ganhos de produtividade e prazo na bacia de Santos, no pré-sal. "Isso nos dá oportunidade de fazer a mesma produção com menor capex", completou.

Decisão sobre redução dos preços dos combustíveis não está tomada

O presidente da Petrobras descartou ter uma decisão tomada sobre reajuste de preços de combustíveis. De acordo com Pedro Parente, a estatal vai definir uma política que permita a flutuação de preços de acordo com a paridade internacional da cotação de petróleo.
O modelo para a formação de preços, entretanto, ainda não foi definido e não há prazo previsto. Segundo Parente, a política será "competitiva, baseada na paridade internacional", o que indica que os preços poderiam "tanto subir quanto cair".
"Quando a gente fala em uma política competitiva baseada na paridade internacional isso significa que os preços tanto podem subir quanto podem cair. Não há decisão tomada, estamos definindo exatamente qual será a nossa política, mas é importante registrar que essa política tem, sim, como base a paridade internacional", enfatizou o executivo.
Parente destacou que toda empresa tem sua "margem" e que o mercado de óleo e gás enfrenta muita volatilidade. O presidente ainda ressaltou que a diretriz da nova política de preços não funciona "só numa direção".
"A ação da empresa, quando essa política estiver aprovada, tanto pode definir reduções quanto aumentos. Essa é a informação relevante: que não é só numa direção que isso tem que funcionar", completou o presidente.
O presidente da Petrobras disse que terá que levar em conta na decisão sobre uma eventual redução de preços uma combinação de fatores. Além da receita da Petrobras, entram no cálculo as margens e o market share (participação de mercado). "A combinação desses fatores é que instrumentaliza o processo de decisão que, quando estiver maduro, vai ser informado", comentou.
Apesar de sinalizar que a companhia estuda uma nova política, o presidente da estatal frisou que não há prazo definido para apresentar essa política de preços.