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Agronegócios

- Publicada em 14 de Setembro de 2016 às 18:59

Bayer compra Monsanto por US$ 66 bilhões

Valor do negócio representa prêmio de 44% sobre o preço da ação da Monsanto de maio

Valor do negócio representa prêmio de 44% sobre o preço da ação da Monsanto de maio


PATRIK STOLLARZ
A companhia de produtos químicos e saúde Bayer formalizou ontem a compra da gigante de sementes Monsanto em operação avaliada em US$ 66 bilhões, ou US$ 128 por ação. O negócio, chamado pelos opositores de "casamento dos infernos", foi aprovado pelos conselhos de administração da Bayer e da Monsanto. O valor final representa um prêmio de 44% sobre o preço de fechamento da ação da Monsanto de 9 de maio, antes que a empresa de produtos químicos fizesse a primeira proposta pela gigante de sementes.
A companhia de produtos químicos e saúde Bayer formalizou ontem a compra da gigante de sementes Monsanto em operação avaliada em US$ 66 bilhões, ou US$ 128 por ação. O negócio, chamado pelos opositores de "casamento dos infernos", foi aprovado pelos conselhos de administração da Bayer e da Monsanto. O valor final representa um prêmio de 44% sobre o preço de fechamento da ação da Monsanto de 9 de maio, antes que a empresa de produtos químicos fizesse a primeira proposta pela gigante de sementes.
"Nós estamos felizes em anunciar a combinação de duas grandes organizações. Isso representa um passo grande para os nossos negócios de pesquisa para lavouras e reforça a posição de liderança da Bayer como companhia de inovação global em pesquisa de vida, com posições de liderança em seus segmentos centrais, entregando valor substancial aos acionistas, consumidores, empregados e à sociedade", afirmou em comunicado Werner Baumann, presidente da Bayer.
Segundo a empresa, o negócio vai promover criação de valor significativa com sinergias anuais esperadas de aproximadamente US$ 1,5 bilhão após três anos, além de sinergias adicionais de soluções integradas em anos futuros. O acordo encerra meses de negociações durante os quais a Bayer apresentou três propostas para compra da gigante de sementes.
No entanto, o acordo está sujeito à analise das autoridades reguladoras, enquanto alguns acionistas da Bayer já criticaram abertamente o plano de compra da Monsanto, afirmando que há risco de supervalorização da gigante de sementes e de negligenciar o negócio farmacêutico da companhia. A transação inclui uma multa de US$ 2 bilhões a ser paga pela Bayer à Monsanto caso não haja autorizações regulatórias. A Bayer espera que o negócio esteja concluído até o final de 2017.
A fusão representa mais um passo no processo de forte concentração em diversas áreas do agronegócio global, mas não terá necessariamente consequências negativas a clientes e fornecedores das empresas, segundo o presidente da Bunge no Brasil, Raul Padilla. O executivo afirmou que a consolidação do setor pode não significar preços mais altos para clientes da Bayer e da Monsanto - caso dos produtores rurais que abastecem a Bunge - se o ganho de competitividade permitido pela operação for repassado ao restante da cadeia.
O negócio não foi visto como bons olhos por representantes de entidades de agricultores. "Não é boa essa concentração. Olho com receio a união dessas duas gigantes", diz Rui Prado, presidente da Federação da Agricultura do Estado de Mato Grosso (Famato). Na avaliação dele, essa concentração vai na linha do monopólio.
Prado acrescenta ainda que "a história mostra que essas uniões sempre resultam em aumento de preços para o produtor e, por consequência, para o consumidor final."
Prado alerta que a agricultura no mundo está ficando nas mãos de poucos grupos e os insumos, monopolizados. Com relação ao Brasil, ele diz que o setor "vai ver o que se pode fazer na forma da lei" para reduzir os efeitos dessa concentração.
O presidente da Famato lembra, inclusive, que a Monsanto tem um acordo em curso com os produtores sobre a cobrança de royalties. A Bayer vai ter de honrar esse compromisso, segundo ele. Para Endrigo Dalcin, presidente da Associação dos Produtores de Soja e de Milho de Mato Grosso (Aprosoja), criou-se uma gigante mundial, e essa concentração é ruim, porque a oferta de insumos fica cada vez mais nas mãos de poucos.
"No primeiro momento, há uma redução da competição que é preocupante. Mas precisamos também olhar para a frente. Sendo uma das empresas que mais investem em pesquisa, a Bayer poderá avançar em germoplasma e biotecnologia, trazendo benefícios para o produtor", diz ele.

Leilão da Massa Falida das Fazendas Boi Gordo arrecada R$ 317 milhões

A Massa Falida das Fazendas Boi Gordo arrecadou mais de R$ 317 milhões em seu último leilão de terras. Cerca de R$ 305 milhões vieram do pregão com a principal fazenda, cuja extensão equivale aproximadamente à área urbana da cidade de São Paulo, cerca de 135 mil hectares. Outros R$ 12 milhões com a venda de 17 lotes. A área tem nascentes, pistas de pousos, áreas para plantio, pastos.
A Boi Gordo pediu falência em 2004, deixando, em valores atualizados e com correção monetária, dívidas de R$ 4 bilhões. A quebra das Fazendas Boi Gordo ficou nacionalmente conhecida por ser um dos maiores casos de falência envolvendo pirâmides financeiras no Brasil. Mais de 30 mil pessoas foram lesadas com a fraude, entre eles famosos como Marisa Orth, Felipão, Evair e Vampeta. Cerca de 70% dos investidores, porém, eram gente comum e desconhecida, que aplicou menos de R$ 25 mil no negócio, que prometia alto retorno com a engorda de bois.
As fazendas leiloadas serviram de cenário para a famosa novela "O Rei do Gado". Parte são áreas de reserva, mas uma ampla parcela inclui terras produtivas, algumas próximas aos centros urbanos, mas próprias para o cultivo agrícola, especialmente grãos, e para pecuária.
Antes de obter sucesso com a venda, as fazendas estiveram em leilão cinco vezes. Para atrair os investidores para o leilão, foram feitos road shows e, no Canal do Boi, especializado em temas rurais, conseguiram veicular uma reportagem com detalhes da propriedade. Desta vez, os 31 lotes, com cerca de 6 mil hectares, foram ofertados separadamente, com deságios entre 30% e 40%.
 

Exportações do agronegócio gaúcho crescem em valor e volume em agosto

As exportações do agronegócio do Rio Grande do Sul somaram US$ 1,28 bilhão no mês de agosto, valor 15,3% superior ao verificado no mesmo mês do ano anterior. O crescimento é explicado pelas elevações nos volumes embarcados (5,8%) e nos preços médios (9,0%). Em agosto, as exportações do agronegócio participaram com 73,5% das exportações gaúchas de mercadorias. Os dados foram divulgados pela Fundação de Economia e Estatística (FEE).
O macrossetor de produtos de origem vegetal foi o que obteve o maior crescimento nos valores exportados (22,7%). Em relação a agosto de 2015, houve melhoria nos preços médios (15,2%) e elevação nos volumes embarcados (6,5%). O desempenho foi puxado pelas vendas de produtos do complexo soja, que totalizaram US$ 721,8 milhões. O complexo soja foi responsável por 56,2% das vendas externas do agronegócio gaúcho no mês passado. Também houve crescimento significativo nos valores exportados de fumo e seus produtos, que somaram US$ 198,2 milhões (alta de 48,5% em valor e 34,2% em volume).
Por outro lado, entre os setores de produtos de origem vegetal, os que sofreram as maiores quedas nas exportações foram os de cereais, farinhas e preparações (US$ -17 milhões; -63%) e de produtos florestais (US$ -15,4 milhões; -22,2%). No setor de cereais, o principal recuo ocorreu nas vendas de arroz (US$ -17,3 milhões; -65,7%). As exportações do macrossetor de produtos de origem animal totalizaram US$ 218,9 milhões, valor 8% menor ao registrado em agosto de 2015. O setor de carnes apresentou a maior queda (US$ -11 milhões; -6,1%), movimento determinado pelo recuo nas vendas de carne de frango (US$ -12,9 milhões; -11,6%). Apenas as vendas externas de carne suína apresentaram crescimento em relação a agosto de 2015 (alta de US$ 2,9 milhões; 7,8%).
Na área de insumos, máquinas e equipamentos, ocorreu alta de 2,5% no valor exportado. O destaque foi o de máquinas e implementos agrícolas, com vendas de US$ 27,2 milhões (alta de 11,2% em relação a agosto de 2015). As vendas externas de tratores agrícolas e colheitadeiras cresceram, respectivamente, 9,8% e 57,3%.
 

Preços recebidos pelo produtor mantêm queda

Influenciados diretamente pela variação cambial, soja (-7%) e carne bovina (-6%) foram os principais responsáveis pela queda no Índice de Preços Recebidos pelos Produtores Rurais (IIPR) em agosto. O indicador fechou em -4,20%, conforme relatório divulgado pela Assessoria Econômica do Sistema Farsul.
Para o economista-chefe do Sistema Farsul, Antônio da Luz, na comparação entre IIPR e IPCA Alimentos, é possível confirmar a falta de relação entre os índices em um curto prazo. "Se ela existisse, os preços dos alimentos nas prateleiras deveriam estar em queda, o que não ocorre", afirma. No ano, o IPCA Alimentos registra 9,11%, bem acima do 4,9% do IIPR. No acumulado em 12 meses, os resultados são 15,06% e 12,42%, respectivamente.
O Índice de Inflação dos Custos de Produção (IICP) fechou agosto com leve declínio de -0,14% em relação a julho. O resultado foi motivado, principalmente, pela taxa de câmbio, que influenciou o preço dos fertilizantes.