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Consumo

- Publicada em 12 de Setembro de 2016 às 18:09

Juros no cartão de crédito passam de 451% ao ano

Das seis linhas pesquisadas pela Anefac, apenas o financiamento de veículos se manteve inalterado

Das seis linhas pesquisadas pela Anefac, apenas o financiamento de veículos se manteve inalterado


JOÃO MATTOS/ARQUIVO/JC
A taxa média de juros cobrada no cartão de crédito atingiu, em agosto, o patamar de 451,44% ao ano, o maior desde outubro de 1995, segundo levantamento da Anefac (Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade) divulgado ontem. Ao mês, a taxa apurada foi de 15,29%, ante 15,22% em julho (ou 447,44% ao ano).
A taxa média de juros cobrada no cartão de crédito atingiu, em agosto, o patamar de 451,44% ao ano, o maior desde outubro de 1995, segundo levantamento da Anefac (Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade) divulgado ontem. Ao mês, a taxa apurada foi de 15,29%, ante 15,22% em julho (ou 447,44% ao ano).
Os juros médios no cheque especial também subiram, passando para 12,16% ao mês ou 296,33% ao ano. É o maior nível desde março de 1999. Segundo a Anefac, a inflação persistente, os juros em patamares elevados e o aumento de impostos achatam a renda das famílias e aumentam os índices de inadimplência. Com risco maior de calote, os bancos acabam subindo as taxas para compensar eventuais perdas, diz Miguel José Ribeiro de Oliveira, diretor da associação.
Os juros médios para pessoas físicas subiram de 8,09% ao mês em julho (154,35% ao ano) para 8,13% ao mês em agosto (155,48% ao ano). Das seis linhas de crédito pesquisadas, cinco aumentaram, ficando inalterada a de financiamento de veículos.
Os juros médios cobrados de empresas registraram alta em agosto, passando para 4,75% ao mês (ou 74,52% ao ano). As três linhas de crédito analisadas tiveram aumento nas taxas. No capital de giro, os juros subiram para 2,74% ao mês em agosto. Já a taxa de desconto de duplicatas avançou para 3,23% ao mês. A conta garantida passou para 8,29% ao mês em agosto.
"Entretanto, como existe a expectativa de que o Banco Central possa vir a reduzir a taxa básica de juros (Selic) nos próximos meses, este fato pode igualmente contribuir para a redução das taxas de juros das operações de crédito", afirmou a instituição.

Inadimplência do consumidor recua 4,2% em agosto

Após alta observada em julho, a inadimplência do consumidor registrou, em agosto, queda de 4,2% ante julho, com recuo de 10% na comparação com agosto do ano passado. Já no período de 12 meses até agosto, o indicador medido pela Boa Vista SCPC registrou aumento de 2,2%.
No período de 12 meses, a empresa destaca que a maior elevação da inadimplência ocorreu no Norte (3,9%), seguida das regiões Nordeste (3,7%), Centro-Oeste (3,5%) e Sudeste (2,0%). Já a região Sul obteve queda de 0,3% nesta medição.
Na visão do instituto, apesar da queda no mês, a perspectiva é de que o marcador de inadimplência fique próximo da estabilidade neste e no próximo ano, a exemplo do que o dado mostra no período acumulado do ano, alta de 1% até agosto. Essa visão está amparada no fato de que o efeito da inflação, do desemprego e da redução da renda sobre a inadimplência acabam sendo compensados pela atividade mais fraca e menor endividamento das famílias brasileiras.
O indicador de registro de inadimplência é elaborado a partir da quantidade de novos registros de dívidas vencidas e não pagas informados à Boa Vista pelas empresas credoras. Em virtude da Lei Estadual de São Paulo nº 15.659/2015, a partir de setembro do ano passado, passou-se a usar como referência para o Estado o número de cartas de notificação enviadas aos consumidores, em vez dos números de débitos ativos na base do SCPC.